Argumentação e desenvolvimento cognitivo: emergência e estabilização de condutas protoargumentativas
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10172 |
Resumo: | A presente dissertação focaliza a gênese de condutas protoargumentativas, mais especificamente condutas proto-opositivas. Para tanto, define protoargumentação enquanto aquelas ações infantis interpretadas pelos adultos como afirmações de desejos, vontades e propósitos (proto-asserções) ou oposição a desejos, vontades, propósitos e comandos de outros (proto-oposições). As quais, hipotetiza-se, constituem antecedentes das ações verbais de defesa de pontos de vista e contraposição a pontos de vista de outros,movimentos constituintes da argumentação (Leitão, 2010). A argumentação, por sua vez, é definida enquanto atividade cognitivo-discursiva específica caracterizada pela oposição e consequente tentativa de negociação entre perspectivas distintas. O foco na argumentação,nos estudos da cognição humana, fundamenta-se na compreensão de que os movimentos dialógicos inerentes à argumentação (defesa de pontos de vista e resposta a oposições) caracterizam o processo argumentativo como eminentemente reflexivo, tendo papel fundamental nos processos de constituição do conhecimento, bem como no desenvolvimento do pensamento reflexivo (Leitão, 2007). Assume-se, portanto, que a investigação da gênese das condutas protoargumentativas, que precedem o desenvolvimento da argumentação, são igualmente importantes possibilitando compreensão sobre como a relação cognição-argumentação estabelece-se nos momentos iniciais do desenvolvimento infantil. Esta dissertação se insere na tradição metodológica do Estudo de Caso, sendo construída a partir da análise dos registros videográficos produzidos com duas crianças (Pedro e Lara, nomes fictícios) a partir da quarta semana até os seis meses de vida de cada uma delas. As videogravações foram produzidas em situações familiares do cotidiano infantil, abarcando situações de banho, alimentação e brincadeiras. Foram adotadas perspectivas macro e microgenética de análise (Granott & Parziale, 2002) com o objetivo de investigar quais ações infantis estabelecem-se como condutas protoargumentativas de oposição ao longo do período observado. Adicionalmente, algumas hipóteses foram levantadas sobre os elementos que influenciam o desenvolvimento destas ações. De modo geral, esta dissertação descreve três momentos do processo de desenvolvimento de condutas proto-opositivas, caracterizados pela ampliação das ações infantis interpretadas como oposições, bem como pelo deslocamento discursivo das crianças que deixam de ocupar o lugar de oponente na interação (somente reagindo aos estímulos e situações criadas pelos pais) para ocupar lugar de proponente, agindo sobre o ambiente e sobre os pais. O primeiro momento do desenvolvimento de condutas protoopositivas descrito, distingui-se pela presença do choro, choramingo e expressão de choro como as ações infantis mais frequentemente interpretadas como oposições. Em seguida, no segundo momento descrito, soma-se ao repertório opositivo infantil a recusa, ou seja, a oposição infantil em agir conforme os estímulos e situações construídas pelos pais. Por fim, no último período descrito, as ações infantis interpretadas como oposições começam a caracterizar-se pelo agir criativo e livre que adquire sentido diretamente oposto ao das ações propostas pelos pais. O percurso geral aqui descrito pode ser observado nos dois casos analisados, tanto de Lara quanto de Pedro, entretanto, destacam-se variações no desenvolvimento realizado por cada criança. |
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Vasconcelos, Angelina Nunes deLeitão, Selma 2015-03-03T18:16:50Z2015-03-03T18:16:50Z2013-01-31Argumentação e desenvolvimento cognitivo : emergência e estabilização de condutas protoargumentativas / 2013 - ( Dissertações ) VASCONCELOS, Angelina Nunes de. Argumentação e desenvolvimento cognitivo: emergência e estabilização de condutas protoargumentativas . Recife, 2013. 141 f. + DVD. Dissertação (mestrado) - UFPE, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Psicologia Cognitiva, 2013. .https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10172ark:/64986/0013000012c52A presente dissertação focaliza a gênese de condutas protoargumentativas, mais especificamente condutas proto-opositivas. Para tanto, define protoargumentação enquanto aquelas ações infantis interpretadas pelos adultos como afirmações de desejos, vontades e propósitos (proto-asserções) ou oposição a desejos, vontades, propósitos e comandos de outros (proto-oposições). As quais, hipotetiza-se, constituem antecedentes das ações verbais de defesa de pontos de vista e contraposição a pontos de vista de outros,movimentos constituintes da argumentação (Leitão, 2010). A argumentação, por sua vez, é definida enquanto atividade cognitivo-discursiva específica caracterizada pela oposição e consequente tentativa de negociação entre perspectivas distintas. O foco na argumentação,nos estudos da cognição humana, fundamenta-se na compreensão de que os movimentos dialógicos inerentes à argumentação (defesa de pontos de vista e resposta a oposições) caracterizam o processo argumentativo como eminentemente reflexivo, tendo papel fundamental nos processos de constituição do conhecimento, bem como no desenvolvimento do pensamento reflexivo (Leitão, 2007). Assume-se, portanto, que a investigação da gênese das condutas protoargumentativas, que precedem o desenvolvimento da argumentação, são igualmente importantes possibilitando compreensão sobre como a relação cognição-argumentação estabelece-se nos momentos iniciais do desenvolvimento infantil. Esta dissertação se insere na tradição metodológica do Estudo de Caso, sendo construída a partir da análise dos registros videográficos produzidos com duas crianças (Pedro e Lara, nomes fictícios) a partir da quarta semana até os seis meses de vida de cada uma delas. As videogravações foram produzidas em situações familiares do cotidiano infantil, abarcando situações de banho, alimentação e brincadeiras. Foram adotadas perspectivas macro e microgenética de análise (Granott & Parziale, 2002) com o objetivo de investigar quais ações infantis estabelecem-se como condutas protoargumentativas de oposição ao longo do período observado. Adicionalmente, algumas hipóteses foram levantadas sobre os elementos que influenciam o desenvolvimento destas ações. De modo geral, esta dissertação descreve três momentos do processo de desenvolvimento de condutas proto-opositivas, caracterizados pela ampliação das ações infantis interpretadas como oposições, bem como pelo deslocamento discursivo das crianças que deixam de ocupar o lugar de oponente na interação (somente reagindo aos estímulos e situações criadas pelos pais) para ocupar lugar de proponente, agindo sobre o ambiente e sobre os pais. O primeiro momento do desenvolvimento de condutas protoopositivas descrito, distingui-se pela presença do choro, choramingo e expressão de choro como as ações infantis mais frequentemente interpretadas como oposições. Em seguida, no segundo momento descrito, soma-se ao repertório opositivo infantil a recusa, ou seja, a oposição infantil em agir conforme os estímulos e situações construídas pelos pais. Por fim, no último período descrito, as ações infantis interpretadas como oposições começam a caracterizar-se pelo agir criativo e livre que adquire sentido diretamente oposto ao das ações propostas pelos pais. O percurso geral aqui descrito pode ser observado nos dois casos analisados, tanto de Lara quanto de Pedro, entretanto, destacam-se variações no desenvolvimento realizado por cada criança.porUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessProtoargumentaçãoArgumentaçãoDesenvolvimentoArgumentação e desenvolvimento cognitivo: emergência e estabilização de condutas protoargumentativasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDissertação Angelina Nunes de Vasconcelos.pdf.jpgDissertação Angelina Nunes de Vasconcelos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1223https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/10172/4/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Angelina%20Nunes%20de%20Vasconcelos.pdf.jpgcb4115d9d25dd669d6d6bb5bea6c9552MD54ORIGINALDissertação Angelina Nunes de Vasconcelos.pdfDissertação Angelina Nunes de Vasconcelos.pdfapplication/pdf830572https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/10172/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Angelina%20Nunes%20de%20Vasconcelos.pdfaec9730277973ac4a403ee15d0a1e507MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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A presente dissertação focaliza a gênese de condutas protoargumentativas, mais especificamente condutas proto-opositivas. Para tanto, define protoargumentação enquanto aquelas ações infantis interpretadas pelos adultos como afirmações de desejos, vontades e propósitos (proto-asserções) ou oposição a desejos, vontades, propósitos e comandos de outros (proto-oposições). As quais, hipotetiza-se, constituem antecedentes das ações verbais de defesa de pontos de vista e contraposição a pontos de vista de outros,movimentos constituintes da argumentação (Leitão, 2010). A argumentação, por sua vez, é definida enquanto atividade cognitivo-discursiva específica caracterizada pela oposição e consequente tentativa de negociação entre perspectivas distintas. O foco na argumentação,nos estudos da cognição humana, fundamenta-se na compreensão de que os movimentos dialógicos inerentes à argumentação (defesa de pontos de vista e resposta a oposições) caracterizam o processo argumentativo como eminentemente reflexivo, tendo papel fundamental nos processos de constituição do conhecimento, bem como no desenvolvimento do pensamento reflexivo (Leitão, 2007). Assume-se, portanto, que a investigação da gênese das condutas protoargumentativas, que precedem o desenvolvimento da argumentação, são igualmente importantes possibilitando compreensão sobre como a relação cognição-argumentação estabelece-se nos momentos iniciais do desenvolvimento infantil. Esta dissertação se insere na tradição metodológica do Estudo de Caso, sendo construída a partir da análise dos registros videográficos produzidos com duas crianças (Pedro e Lara, nomes fictícios) a partir da quarta semana até os seis meses de vida de cada uma delas. As videogravações foram produzidas em situações familiares do cotidiano infantil, abarcando situações de banho, alimentação e brincadeiras. Foram adotadas perspectivas macro e microgenética de análise (Granott & Parziale, 2002) com o objetivo de investigar quais ações infantis estabelecem-se como condutas protoargumentativas de oposição ao longo do período observado. Adicionalmente, algumas hipóteses foram levantadas sobre os elementos que influenciam o desenvolvimento destas ações. De modo geral, esta dissertação descreve três momentos do processo de desenvolvimento de condutas proto-opositivas, caracterizados pela ampliação das ações infantis interpretadas como oposições, bem como pelo deslocamento discursivo das crianças que deixam de ocupar o lugar de oponente na interação (somente reagindo aos estímulos e situações criadas pelos pais) para ocupar lugar de proponente, agindo sobre o ambiente e sobre os pais. O primeiro momento do desenvolvimento de condutas protoopositivas descrito, distingui-se pela presença do choro, choramingo e expressão de choro como as ações infantis mais frequentemente interpretadas como oposições. Em seguida, no segundo momento descrito, soma-se ao repertório opositivo infantil a recusa, ou seja, a oposição infantil em agir conforme os estímulos e situações construídas pelos pais. Por fim, no último período descrito, as ações infantis interpretadas como oposições começam a caracterizar-se pelo agir criativo e livre que adquire sentido diretamente oposto ao das ações propostas pelos pais. O percurso geral aqui descrito pode ser observado nos dois casos analisados, tanto de Lara quanto de Pedro, entretanto, destacam-se variações no desenvolvimento realizado por cada criança. |
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