Formulação de enxaguatório bucal contendo emulsões a base de óleo fixo de Syagrus coronata (licuri): caracterização, avaliação antimicrobiana, toxicidade e HET-CAM

• Autor(a) principal: BASTO, Sarah Romini de Lima
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• dARK ID: ark:/64986/0013000002jbk
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32422
• topic: Plantas medicinais; Licuri; Saúde bucal

O emprego de enxaguatórios bucais é um recurso importante na manutenção da saúde oral, uma vez que pode prover as limitações da higienização tradicional mecânica, devido ao maior acesso às bactérias do biofilme dental. A vantagem da utilização de óleos de plantas medicinais como emulsões em produtos é a potencialização de uma gama de propriedades biológicas e organolépticas que podem conferir às formulações, uma vez que podem atuar como agentes antimicrobianos, inibidores da produção de ácidos e sulfetos voláteis por bactérias orais, antioxidantes, antiinflamatórios aromatizantes e flavorizantes simultaneamente. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo desenvolver enxaguatório bucal contento emulsão de óleo fixo de licuri, caracterizar através de cromatografia gasosa, pH, aspectos macroscópicos e microscópico, potencial zeta, reologia, e tamanhos de gotícula,etc), em seguida, avaliar seu potencial bactericida frente bactérias promotoras de cáries e outras afecções orais (S. mutans, S. salivarius, L. acidophilus, S. aureus, E. coli, C. albicans), bem como analisar sua toxicidade sob C. elegans, juntamente com o HET-CAM (umas das análises toxicológicas para regularização de cosméticos pela ANVISA) e estudo de interação pelo método checkerboard. O enxaguatório bucal formulado a base óleo fixo de licuri apresentou resultados promissores, através do diagrama de fases pseudoternário foram plotados 99 pontos dos quais 4 apresentaram-se como microemulsões e 43 como emulsões líquidas, as principais formulações foram caracterizadas, testadas frente suas estabilidades e avaliadas por meio da determinação de suas concentrações inibitórias mínimas (CIM) sob microorganismos envolvidos em patologias orais, onde a concentração mínima foi entre 15 μg/mL. As microemulsões avaliadas apresentaram-se como sistemas translúcidos e estáveis, com o pH entre 6,5 e 7, viscosidade entre 33 a 43 mPa.s, já as emulsões apresentaram-se como soluções líquidas e opacas com coloração branca, pH entre 5,5 e 6,5. Os microemulsões (MEs) testadas, após as 24h iniciais do experimento não apresentaram toxicidade frente C. elegans, fazendo com que este tempo tivesse efeito quase que imperceptível inclusive na maior concentração testada. O efeito letal agudo das MEs se tornaram evidente para adulto de C. elegans obtendo uma CL50 de 6,41% do óleo de licuri para 72h de experimento. Já as emulsões formuladas, dadas por Enxaguatório bucal propriamente dito, apresentou maior estabilidade, ofereceu sinergia (CIF<0,5) com o óleo essencial de menta (usado como flavorizante), obteve resultados bastante satisfatório na atividade antimicrobiana onde apresentou CIM de 17,5 μg/mL frente S. mutans resistente, 17,5 μg/mL frente S. salivares,17,5 μg/mL frente L. acidófilos, 15 μg/mL frente S. aureus, 15 μg/mL frente C. albicans, do qual não houve crescimento. No teste agudo frente C. elegans do enxaguatório bucal a base de óleo de licuri e de um enxaguatório bucal comercial (a base de cloretocetilpiridínio), o enxaguatório a base de licuri apresentou menor toxicidade em relação ao enxaguatório comercial, onde a mortalidade foi de 18% contra 90%, respectivamente. Tal estudo evidenciou o elevado potencial do óleo de licuri promovendo o desenvolvimento de novas tecnologias, formação e capacitação de recursos para uso humano desenvolvendo novas estratégias no estudo frente afecções orais. É neste âmbito acadêmico e social que se justifica tal importância do óleo de licuri.