A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FREIRE, Vera Christine Cavalcanti
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37680
Resumo: O presente trabalho discute os espaços da loucura à luz da reforma psiquiátrica brasileira (2001) e a partir da arquitetura dos edifícios constitutivos desse processo. Tem como interesse o estudo do dispositivo estratégico da reforma, que recebe o atributo de lugar social pelo Ministério da Saúde: os centros de atenção psicossocial (CAPS). Baseada no modelo italiano de desinstitucionalização, como resposta à mobilização de profissionais da saúde e da sociedade civil, associada às limitações financeiras do Estado, a reforma se pauta em práticas totalmente diferentes das aplicadas nos hospitais psiquiátricos (pré-reforma) e estabelece novas “regras” sociais e espacialidades. Nos primeiros quinze anos da reforma, de forma geral, os CAPS foram instalados em imóveis originalmente residenciais (o espaço doméstico) como negação ao modelo espacial hospitalocêntrico (o espaço institucional manicomial). Funcionando como uma condição intermediária entre os dois modelos e, supostamente, negando o padrão espacial de exclusão, analisam-se, empiricamente, três CAPS inaugurados em 2002 que se situam na cidade do Recife-PE. A pesquisa investiga, à luz da Teoria da Lógica Social do Espaço, a identidade desses CAPS. Os resultados indicam uma mutação da sua organização espacial e de sua estrutura social, revelando as propriedades do padrão doméstico, mas com certo grau de institucionalidade. Eis o espaço híbrido: o doméstico-institucional. Tal identidade, portanto, merece desenvolvimento em estudos futuros, de modo a aprofundar a compreensão sobre os resultados e as consequências observadas da arquitetura desse espaço que não se pretende institucional. Devido à relação entre práticas sociais e o ambiente edificado, quaisquer incompletudes nos processos e nos hábitos institucionais terão notável repercussão na dimensão espacial, assim como a recíproca também será verdadeira. Retoma-se a fábula utilizada por Basaglia para metaforizar a presença institucional (a serpente) na sociedade (o homem). Mesmo em meio às novas regras e espacialidades... a serpente se encontra presente.
id UFPE_b678f947070e9f89080a882956728391
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/37680
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling FREIRE, Vera Christine Cavalcantihttp://lattes.cnpq.br/5868272307001269http://lattes.cnpq.br/6071847523367230NASCIMENTO, Cristiano Felipe Borba do2020-08-17T19:16:06Z2020-08-17T19:16:06Z2019-03-15FREIRE, Vera Christine Cavalcanti. A loucura e a serpente: a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife. 2019. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37680O presente trabalho discute os espaços da loucura à luz da reforma psiquiátrica brasileira (2001) e a partir da arquitetura dos edifícios constitutivos desse processo. Tem como interesse o estudo do dispositivo estratégico da reforma, que recebe o atributo de lugar social pelo Ministério da Saúde: os centros de atenção psicossocial (CAPS). Baseada no modelo italiano de desinstitucionalização, como resposta à mobilização de profissionais da saúde e da sociedade civil, associada às limitações financeiras do Estado, a reforma se pauta em práticas totalmente diferentes das aplicadas nos hospitais psiquiátricos (pré-reforma) e estabelece novas “regras” sociais e espacialidades. Nos primeiros quinze anos da reforma, de forma geral, os CAPS foram instalados em imóveis originalmente residenciais (o espaço doméstico) como negação ao modelo espacial hospitalocêntrico (o espaço institucional manicomial). Funcionando como uma condição intermediária entre os dois modelos e, supostamente, negando o padrão espacial de exclusão, analisam-se, empiricamente, três CAPS inaugurados em 2002 que se situam na cidade do Recife-PE. A pesquisa investiga, à luz da Teoria da Lógica Social do Espaço, a identidade desses CAPS. Os resultados indicam uma mutação da sua organização espacial e de sua estrutura social, revelando as propriedades do padrão doméstico, mas com certo grau de institucionalidade. Eis o espaço híbrido: o doméstico-institucional. Tal identidade, portanto, merece desenvolvimento em estudos futuros, de modo a aprofundar a compreensão sobre os resultados e as consequências observadas da arquitetura desse espaço que não se pretende institucional. Devido à relação entre práticas sociais e o ambiente edificado, quaisquer incompletudes nos processos e nos hábitos institucionais terão notável repercussão na dimensão espacial, assim como a recíproca também será verdadeira. Retoma-se a fábula utilizada por Basaglia para metaforizar a presença institucional (a serpente) na sociedade (o homem). Mesmo em meio às novas regras e espacialidades... a serpente se encontra presente.CNPqThe present work discusses spaces of madness based on the psychiatric Brazilian reform (2001) and the architecture of the buildings that constitute this process. Its interest is the study of the strategic dispositive of reform that receives the attribute of social place by the ministry of health: the centers of psychosocial attention (CAPS in Portuguese). Based on the Italian model of deinstitutionalization, in response to the mobilization of health professionals and the civil society, associated to state financial limitations, the reform is based on practices completely different from those applied in psychiatric hospitals (pre-reform) and stablishes new social “rules” and spatialities. At the first fifteen years of reform, in general, CAPS were installed in former residential estates (domestic space) denying the hospital centric spatial model (the maniacal institutional space). Performing in an intermediary condition between the two models and, supposedly, denying the standard spatial pattern of exclusion, three CAPS situated in the city of Recife (PE), which opened in 2002, are empirically analyzed. The research investigates the identity of these CAPS in light of the Theory of Social Logic of Space. The results indicate a mutation of its spatial organization and social structure, revealing domestic pattern properties, but with certain degree of institutionality. Hence the hybrid space: the domestic-institutional. Such identity, therefore, deserves to be further developed in future studies, to deepen the understanding of results and consequences observed in the architecture of this space intended to be not institutional, and of the Recifense house in itself. Because of the relation between social practices and the built environment, any incompleteness of the institutional processes and habits will have notable repercussion in the spatial dimension, and the reciprocal will also be true. The fable used by Basaglia is reconsidered to create a metaphor of the institutional presence (the snake) in the society (the man). Even in the midst of new rules and spatialities… the snake is present.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Desenvolvimento UrbanoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessArquiteturaReforma psiquiátricaCAPSLógica social do espaçoA loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recifeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdfDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdfapplication/pdf12283770https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf23e071fa20e29c8f6320abda59b4818fMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdf.txtDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdf.txtExtracted texttext/plain283547https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf.txt6ffacda8a34d08834b2d42e3e79b44c8MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Vera Christine Cavalcanti Freire.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1196https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf.jpg5a08cb769e9fab2e08954f74ea51a338MD55123456789/376802020-08-18 02:10:20.209oai:repositorio.ufpe.br:123456789/37680TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212020-08-18T05:10:20Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
title A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
spellingShingle A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
FREIRE, Vera Christine Cavalcanti
Arquitetura
Reforma psiquiátrica
CAPS
Lógica social do espaço
title_short A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
title_full A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
title_fullStr A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
title_full_unstemmed A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
title_sort A loucura e a serpente : a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife
author FREIRE, Vera Christine Cavalcanti
author_facet FREIRE, Vera Christine Cavalcanti
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5868272307001269
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6071847523367230
dc.contributor.author.fl_str_mv FREIRE, Vera Christine Cavalcanti
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv NASCIMENTO, Cristiano Felipe Borba do
contributor_str_mv NASCIMENTO, Cristiano Felipe Borba do
dc.subject.por.fl_str_mv Arquitetura
Reforma psiquiátrica
CAPS
Lógica social do espaço
topic Arquitetura
Reforma psiquiátrica
CAPS
Lógica social do espaço
description O presente trabalho discute os espaços da loucura à luz da reforma psiquiátrica brasileira (2001) e a partir da arquitetura dos edifícios constitutivos desse processo. Tem como interesse o estudo do dispositivo estratégico da reforma, que recebe o atributo de lugar social pelo Ministério da Saúde: os centros de atenção psicossocial (CAPS). Baseada no modelo italiano de desinstitucionalização, como resposta à mobilização de profissionais da saúde e da sociedade civil, associada às limitações financeiras do Estado, a reforma se pauta em práticas totalmente diferentes das aplicadas nos hospitais psiquiátricos (pré-reforma) e estabelece novas “regras” sociais e espacialidades. Nos primeiros quinze anos da reforma, de forma geral, os CAPS foram instalados em imóveis originalmente residenciais (o espaço doméstico) como negação ao modelo espacial hospitalocêntrico (o espaço institucional manicomial). Funcionando como uma condição intermediária entre os dois modelos e, supostamente, negando o padrão espacial de exclusão, analisam-se, empiricamente, três CAPS inaugurados em 2002 que se situam na cidade do Recife-PE. A pesquisa investiga, à luz da Teoria da Lógica Social do Espaço, a identidade desses CAPS. Os resultados indicam uma mutação da sua organização espacial e de sua estrutura social, revelando as propriedades do padrão doméstico, mas com certo grau de institucionalidade. Eis o espaço híbrido: o doméstico-institucional. Tal identidade, portanto, merece desenvolvimento em estudos futuros, de modo a aprofundar a compreensão sobre os resultados e as consequências observadas da arquitetura desse espaço que não se pretende institucional. Devido à relação entre práticas sociais e o ambiente edificado, quaisquer incompletudes nos processos e nos hábitos institucionais terão notável repercussão na dimensão espacial, assim como a recíproca também será verdadeira. Retoma-se a fábula utilizada por Basaglia para metaforizar a presença institucional (a serpente) na sociedade (o homem). Mesmo em meio às novas regras e espacialidades... a serpente se encontra presente.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-03-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-08-17T19:16:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-08-17T19:16:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv FREIRE, Vera Christine Cavalcanti. A loucura e a serpente: a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife. 2019. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37680
identifier_str_mv FREIRE, Vera Christine Cavalcanti. A loucura e a serpente: a lógica social do espaço dos Centros de Atenção Psicossocial da Cidade do Recife. 2019. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37680
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/37680/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vera%20Christine%20Cavalcanti%20Freire.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 23e071fa20e29c8f6320abda59b4818f
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
bd573a5ca8288eb7272482765f819534
6ffacda8a34d08834b2d42e3e79b44c8
5a08cb769e9fab2e08954f74ea51a338
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310641783930880