Distribuição do gênero Clusia L. (Clusiaceae) no Brasil e estratégias reprodutivas de Clusia nemorosa G. Mey (Clusiaceae) na Caatinga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Luanda Augusta Pinheiro da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35306
Resumo: As plantas com flores possuem características que promovem a polinização por vetores bióticos e abióticos. Para atrair animais, as flores apresentam atributos como o display floral e as recompensas florais que atuam na atratividade dos polinizadores, que por sua vez dispersam os seus grãos de pólen (flores estaminadas perfeitas), viabilizando a reprodução. A resina floral é uma recompensa rara com alto custo energético. O gênero Clusia L. (Clusiaceae) é um dos representantes capazes de ofertar este recurso. Espécies deste gênero são amplamente distribuídas em florestas tropicais, entretanto o conhecimento sobre a distribuição, incluindo espécies endêmicas, e suas preferências vegetacionais ainda é incipiente. No Brasil, Clusia nemorosa G. Mey apresenta maior área de distribuição e números de ocorrências registrados em relação às espécies do gênero. Diante disso, foi estudada a distribuição dos representantes do gênero Clusia L., ocorrência, distribuição e fenologia no Brasil através do levantamento de dados secundários e foram investigadas a fenologia, a biologia reprodutiva, a ocorrência de variações fenotípicas relacionadas à morfologia floral e à polinização em populações de C. nemorosa de Caatinga. O gênero Clusia no Brasil, possui 69 espécies distribuídas em quase toda a extensão territorial do Brasil. A floresta Amazônica foi o domínio fitogeográfico predominante. Em relação à ocorrência dos estádios vegetativos e reprodutivos, C. nemorosa foi a espécie mais representativa na floresta Amazônica, com maior ocorrência de folhas (N=69) e flores (N=38) no mês de outubro. A fenologia de C. nemorosa foi acompanhada mensalmente por 19 meses (junho/2016-janeiro/2018) em Caatinga. A espécie apresentou floração entre setembro e novembro/2016 e 2017 na Caatinga, mais curta do que a registrada em floresta Ombrófila Densa e Restinga (junho-dezembro/janeiro). A razão sexual entre indivíduos masculinos e femininos foi de 1:1 em Caatinga, similar ao registrado para FA (floresta Ombrófila Densa e Restinga) e em floresta Estacional Semidecidual (população ginodioica, com indivíduos femininos, intermediários e hermafroditas). Observamos baixa formação de frutos em condições naturais na Caatinga (22,35%), inferior ao registrado na literatura em floresta Ombrófila Densa (88,9%). A baixa frutificação natural pode estar relacionada com a baixa eficiência de Trigona spinipes como polinizadora da espécie em Caatinga, uma vez que em floresta Ombrófila Densa os polinizadores efetivos da espécie são abelhas Euglossini, maiores e especializadas em coleta de resina floral. A população de Caatinga foi considerada dioica, apesar de todos os indivíduos femininos terem apresentado pelo menos uma flor com algum estame com grãos de pólen, os quais apresentavam conteúdo citoplasmático. Esses indivíduos foram considerados femininos uma vez que essas flores intermediárias não formavam frutos com o seu próprio pólen (autoincompatíveis) e o seu pólen, apesar de ter conteúdo, não resultava em frutos quando utilizado na polinização de flores de outros indivíduos. A ampla distribuição do gênero Clusia revela que as espécies possuem potencial adaptativo para ocorrer sob diferentes regimes pluviométricos e morfoclimáticos. Clusia nemorosa apresentou variações na sua biologia reprodutiva e guilda de em diferentes fitofisionomias, reforçando que a espécie apresenta diferentes estratégias reprodutivas sob diferentes condições ambientais.
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A resina floral é uma recompensa rara com alto custo energético. O gênero Clusia L. (Clusiaceae) é um dos representantes capazes de ofertar este recurso. Espécies deste gênero são amplamente distribuídas em florestas tropicais, entretanto o conhecimento sobre a distribuição, incluindo espécies endêmicas, e suas preferências vegetacionais ainda é incipiente. No Brasil, Clusia nemorosa G. Mey apresenta maior área de distribuição e números de ocorrências registrados em relação às espécies do gênero. Diante disso, foi estudada a distribuição dos representantes do gênero Clusia L., ocorrência, distribuição e fenologia no Brasil através do levantamento de dados secundários e foram investigadas a fenologia, a biologia reprodutiva, a ocorrência de variações fenotípicas relacionadas à morfologia floral e à polinização em populações de C. nemorosa de Caatinga. O gênero Clusia no Brasil, possui 69 espécies distribuídas em quase toda a extensão territorial do Brasil. A floresta Amazônica foi o domínio fitogeográfico predominante. Em relação à ocorrência dos estádios vegetativos e reprodutivos, C. nemorosa foi a espécie mais representativa na floresta Amazônica, com maior ocorrência de folhas (N=69) e flores (N=38) no mês de outubro. A fenologia de C. nemorosa foi acompanhada mensalmente por 19 meses (junho/2016-janeiro/2018) em Caatinga. A espécie apresentou floração entre setembro e novembro/2016 e 2017 na Caatinga, mais curta do que a registrada em floresta Ombrófila Densa e Restinga (junho-dezembro/janeiro). A razão sexual entre indivíduos masculinos e femininos foi de 1:1 em Caatinga, similar ao registrado para FA (floresta Ombrófila Densa e Restinga) e em floresta Estacional Semidecidual (população ginodioica, com indivíduos femininos, intermediários e hermafroditas). Observamos baixa formação de frutos em condições naturais na Caatinga (22,35%), inferior ao registrado na literatura em floresta Ombrófila Densa (88,9%). A baixa frutificação natural pode estar relacionada com a baixa eficiência de Trigona spinipes como polinizadora da espécie em Caatinga, uma vez que em floresta Ombrófila Densa os polinizadores efetivos da espécie são abelhas Euglossini, maiores e especializadas em coleta de resina floral. A população de Caatinga foi considerada dioica, apesar de todos os indivíduos femininos terem apresentado pelo menos uma flor com algum estame com grãos de pólen, os quais apresentavam conteúdo citoplasmático. Esses indivíduos foram considerados femininos uma vez que essas flores intermediárias não formavam frutos com o seu próprio pólen (autoincompatíveis) e o seu pólen, apesar de ter conteúdo, não resultava em frutos quando utilizado na polinização de flores de outros indivíduos. A ampla distribuição do gênero Clusia revela que as espécies possuem potencial adaptativo para ocorrer sob diferentes regimes pluviométricos e morfoclimáticos. Clusia nemorosa apresentou variações na sua biologia reprodutiva e guilda de em diferentes fitofisionomias, reforçando que a espécie apresenta diferentes estratégias reprodutivas sob diferentes condições ambientais.CAPESFlowering plants have characteristics that promote pollination by biotic and abiotic vectors. To attract animals, the flowers present attributes such as the floral display and floral rewards that act on the attractiveness of pollinators, which in turn disperse their pollen grains (perfect staminate flowers), making reproduction possible. Floral resin is a rare reward with a high energy cost. The genus Clusia L. (Clusiaceae) is one of the three genera of angiosperms able to offer this resource. Species of this genus are widely distributed in tropical forests, but knowledge about the distribution, including endemic species, and their vegetative preferences is still incipient. In Brazil, Clusia nemorosa G. Mey presents a larger area of distribution and number of recorded occurrences in relation to the species of the genus. The distribution of the representatives of the genus Clusia L., occurrence, distribution and phenology in Brazil through the study of secondary data was studied. Phenology, reproductive biology, phenotypic variations related to floral morphology and pollination were investigated in populations of C. nemorosa of Caatinga. The genus Clusia in Brazil has 69 species distributed in almost all the territorial extension of Brazil. The Amazonian forest was the predominant phytogeographical domain. In relation to the occurrence of vegetative and reproductive stages, C. nemorosa was the most representative species in the Amazon rainforest, with a higher occurrence of leaves (N = 69) and flowers (N = 38) in October. The phenology of C. nemorosa was monitored monthly for 19 months (June/2016-January/2018) in Caatinga. The species presented flowering between September and November / 2016 and 2017 in the Caatinga, shorter than that recorded in the Obrófila Densa and Restinga forest (June-December / January). The sex ratio between male and female individuals was 1: 1 in the Caatinga, similar to that recorded for FA (Ombrophylous Densa and Restinga) and Seasonal Semideciduous (gynodioicy population with female, intermediate and hermaphrodite individuals). We observed low fruit formation under natural conditions in the Caatinga (22.35%), lower than that recorded in the literature in the Ombrophilous Dense forest (88.9%). The low natural fructification can be related to the low efficiency of Trigona spinipes as pollinator of the species in Caatinga, since in Ombrophilous Densa forest the effective pollinators of the species are Euglossini bees, larger and specialized in collection of floral resin. The population of Caatinga was considered dioecious, although all the female individuals presented at least one flower with some stamen with pollen grains, which had cytoplasmic content. These individuals were considered female since these intermediate flowers did not produce fruits with their own (self-incompatible) pollen and their pollen, despite having content, did not result in fruit when used to pollination of other individuals' flowers. The wide distribution of the genus Clusia reveals that the species have adaptive potential to occur under different pluviometric and morphoclimatic regimes. Clusia nemorosa presented variations in its reproductive biology and guild in different phytophysiognomies, reinforcing that the species presents different reproductive strategies under different environmental conditions.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia VegetalUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessClusiaceaeDioiciaFlores intermediáriasDistribuição do gênero Clusia L. (Clusiaceae) no Brasil e estratégias reprodutivas de Clusia nemorosa G. Mey (Clusiaceae) na Caatingainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35306/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35306/3/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD53ORIGINALDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdfDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdfapplication/pdf482330https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35306/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Luanda%20Augusta%20Pinheiro%20da%20Silva.pdfdfc057c6cca075229d954b34b90b3eaaMD51TEXTDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdf.txtDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdf.txtExtracted texttext/plain123240https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35306/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Luanda%20Augusta%20Pinheiro%20da%20Silva.pdf.txt080a9a9e707222b3a01a28bb6046be3dMD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Luanda Augusta Pinheiro da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1253https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35306/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Luanda%20Augusta%20Pinheiro%20da%20Silva.pdf.jpgc561b4bdde509d567cc83d3f9a1cb1afMD55123456789/353062019-11-21 02:16:55.257oai:repositorio.ufpe.br:123456789/35306Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-11-21T05:16:55Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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