Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
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Data de Publicação: | 2014 |
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Resumo: | A tese elegeu como objetivo central a relação de poder da Rede Coque Vive, baseada na ética do cuidado de si e realizada na comunidade do Coque, Recife-PE, interpelando os modos históricos de o Estado e da comunicação midiática oficial promoverem seus discursos e governamentalidades, criando narrativas e mecanismos de poder que disseminam estigmas e imagens sociais negativas do Coque facilitando a inserção de projetos de especulação imobiliária que têm recaído sobre a comunidade, um território de históricas injustiças e desigualdades sociais. O pensamento ocidental, a partir do momento cartesiano, privilegiou o “conhece-te a ti mesmo” em detrimento do cuidado de si, eximindo o trabalho reflexivo de pôr em questão o ser do sujeito como chave de acesso à verdade. Isso possibilitou que adentrássemos a Idade Moderna ancorados na razão ilustrada, no saber de conhecimento como única fonte de o sujeito ter acesso à verdade. Fundamentada no pensamento tardio de Michel Foucault ministrado nos cursos do Collège de France, problematizamos as origens e implicações da governamentalidade do Estado que, desde a Idade Clássica, produzem efeitos de verdade vinculados ao racismo de Estado, à barbárie governamental liberal e neoliberal e à gestão biopolítica da população, que hoje se apresentam como Estado policial e carcerário, cruzando racionalização e excessos de poder às narrativas midiáticas. Operamos com a noção de cuidado de si para refletir e analisar as formas de vida resistentes da experiência da Rede Coque Vive e defendemos que a RCV, de um lado, cindiu a forma tradicional de o Estado e da mídia difamarem e desqualificarem o Coque, e seus moradores, vinculando o poder da verdade ao domínio e à ordem dos discursos ubuescos, conservadores, associados à lógica capitalista de estigmatização e de criminalização da pobreza, de violência de Estado, de naturalização da exclusão e segregação sociais. De outro lado, emplacou uma nova relação de poder, fundamentada na singularidade das formas de vida existentes no Coque, nos laços de pertencimento, na luta histórica pela posse legal da terra. A Rede Coque Vive, através da ética do cuidado de si e do outro, pavimentou uma nova relação de poder, onde os próprios habitantes do Coque conduzem suas formas de vida, governam o Coque e ocupam a cidade. |
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Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50129ark:/64986/001300000s7chA tese elegeu como objetivo central a relação de poder da Rede Coque Vive, baseada na ética do cuidado de si e realizada na comunidade do Coque, Recife-PE, interpelando os modos históricos de o Estado e da comunicação midiática oficial promoverem seus discursos e governamentalidades, criando narrativas e mecanismos de poder que disseminam estigmas e imagens sociais negativas do Coque facilitando a inserção de projetos de especulação imobiliária que têm recaído sobre a comunidade, um território de históricas injustiças e desigualdades sociais. O pensamento ocidental, a partir do momento cartesiano, privilegiou o “conhece-te a ti mesmo” em detrimento do cuidado de si, eximindo o trabalho reflexivo de pôr em questão o ser do sujeito como chave de acesso à verdade. Isso possibilitou que adentrássemos a Idade Moderna ancorados na razão ilustrada, no saber de conhecimento como única fonte de o sujeito ter acesso à verdade. Fundamentada no pensamento tardio de Michel Foucault ministrado nos cursos do Collège de France, problematizamos as origens e implicações da governamentalidade do Estado que, desde a Idade Clássica, produzem efeitos de verdade vinculados ao racismo de Estado, à barbárie governamental liberal e neoliberal e à gestão biopolítica da população, que hoje se apresentam como Estado policial e carcerário, cruzando racionalização e excessos de poder às narrativas midiáticas. Operamos com a noção de cuidado de si para refletir e analisar as formas de vida resistentes da experiência da Rede Coque Vive e defendemos que a RCV, de um lado, cindiu a forma tradicional de o Estado e da mídia difamarem e desqualificarem o Coque, e seus moradores, vinculando o poder da verdade ao domínio e à ordem dos discursos ubuescos, conservadores, associados à lógica capitalista de estigmatização e de criminalização da pobreza, de violência de Estado, de naturalização da exclusão e segregação sociais. De outro lado, emplacou uma nova relação de poder, fundamentada na singularidade das formas de vida existentes no Coque, nos laços de pertencimento, na luta histórica pela posse legal da terra. A Rede Coque Vive, através da ética do cuidado de si e do outro, pavimentou uma nova relação de poder, onde os próprios habitantes do Coque conduzem suas formas de vida, governam o Coque e ocupam a cidade.The present thesis aimed to analyze the power relationship of the Coque Vive Network, based on the ethics of self-care and carried out in the community of Coque, Recife, state of Pernambuco, questioning the historical ways the State and official media communication promoted their discourses and governmentalities, circulating narratives and triggering mechanisms of power that disseminate stigmas and negative images of Coque and residents, mainly legitimizing speculation and real estate projects in Coque, a territory of historical injustices and social inequalities. Western thought, from the Cartesian moment, privileged the “know yourself” to the detriment of self-care, exempting the reflective work of questioning the being of the subject as a key to access the truth. This made it possible to enter the Modern Age anchored in enlightened reason, in knowing the knowledge as the only source of constitution of the subject. The thesis was based on the later thinking of Michel Foucault, in the courses he taught at the Collège de France. For the author, the discourses of effect of truth were originated by State racism, biopower, liberal and neoliberal government barbarism and by the biopolitical management of the population, which today present themselves as a police and prison state, crossing rationalization and excesses of political power. We operated with the self-care approach and we analyzed the forms of resistance in the experience of the Coque Vive Network. We defended that the RCV, on the one hand, split the traditional way of the State and the media communication to defame and disqualify Coque and residents, linking the power of truth to the domain and order of ubuesque, conservative discourses, associated with the capitalist logic of stigmatization and criminalization of poverty, state violence, naturalization of practices of social exclusion and segregation. On the other hand, a new power relationship emerged, based on the uniqueness of the existing forms of life in Coque, on the bonds of belonging, on the historical struggle for legal ownership of the land, on affective bonds. The Coque Vive Network, through the ethics of caring for oneself and for the other, paved the way for a new power relationship, where the inhabitants of Coque create and lead their ways of life in the Coque community and occupy the city.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessAntropologiaBiopolíticaFavelas – EstadoPoder pastoralGovernamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Viveinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdfTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdfapplication/pdf1019200https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/1/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf124cebdb450eb7be2d1e38d4868ec5dfMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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