Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50129
Resumo: A tese elegeu como objetivo central a relação de poder da Rede Coque Vive, baseada na ética do cuidado de si e realizada na comunidade do Coque, Recife-PE, interpelando os modos históricos de o Estado e da comunicação midiática oficial promoverem seus discursos e governamentalidades, criando narrativas e mecanismos de poder que disseminam estigmas e imagens sociais negativas do Coque facilitando a inserção de projetos de especulação imobiliária que têm recaído sobre a comunidade, um território de históricas injustiças e desigualdades sociais. O pensamento ocidental, a partir do momento cartesiano, privilegiou o “conhece-te a ti mesmo” em detrimento do cuidado de si, eximindo o trabalho reflexivo de pôr em questão o ser do sujeito como chave de acesso à verdade. Isso possibilitou que adentrássemos a Idade Moderna ancorados na razão ilustrada, no saber de conhecimento como única fonte de o sujeito ter acesso à verdade. Fundamentada no pensamento tardio de Michel Foucault ministrado nos cursos do Collège de France, problematizamos as origens e implicações da governamentalidade do Estado que, desde a Idade Clássica, produzem efeitos de verdade vinculados ao racismo de Estado, à barbárie governamental liberal e neoliberal e à gestão biopolítica da população, que hoje se apresentam como Estado policial e carcerário, cruzando racionalização e excessos de poder às narrativas midiáticas. Operamos com a noção de cuidado de si para refletir e analisar as formas de vida resistentes da experiência da Rede Coque Vive e defendemos que a RCV, de um lado, cindiu a forma tradicional de o Estado e da mídia difamarem e desqualificarem o Coque, e seus moradores, vinculando o poder da verdade ao domínio e à ordem dos discursos ubuescos, conservadores, associados à lógica capitalista de estigmatização e de criminalização da pobreza, de violência de Estado, de naturalização da exclusão e segregação sociais. De outro lado, emplacou uma nova relação de poder, fundamentada na singularidade das formas de vida existentes no Coque, nos laços de pertencimento, na luta histórica pela posse legal da terra. A Rede Coque Vive, através da ética do cuidado de si e do outro, pavimentou uma nova relação de poder, onde os próprios habitantes do Coque conduzem suas formas de vida, governam o Coque e ocupam a cidade.
id UFPE_bdca72e4d940ed851924947fd4cc25b3
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/50129
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marqueshttp://lattes.cnpq.br/0259632268754742http://lattes.cnpq.br/3496902001574617SCOTT, Russell Parry2023-05-12T16:48:52Z2023-05-12T16:48:52Z2014-03-11FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques. Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50129A tese elegeu como objetivo central a relação de poder da Rede Coque Vive, baseada na ética do cuidado de si e realizada na comunidade do Coque, Recife-PE, interpelando os modos históricos de o Estado e da comunicação midiática oficial promoverem seus discursos e governamentalidades, criando narrativas e mecanismos de poder que disseminam estigmas e imagens sociais negativas do Coque facilitando a inserção de projetos de especulação imobiliária que têm recaído sobre a comunidade, um território de históricas injustiças e desigualdades sociais. O pensamento ocidental, a partir do momento cartesiano, privilegiou o “conhece-te a ti mesmo” em detrimento do cuidado de si, eximindo o trabalho reflexivo de pôr em questão o ser do sujeito como chave de acesso à verdade. Isso possibilitou que adentrássemos a Idade Moderna ancorados na razão ilustrada, no saber de conhecimento como única fonte de o sujeito ter acesso à verdade. Fundamentada no pensamento tardio de Michel Foucault ministrado nos cursos do Collège de France, problematizamos as origens e implicações da governamentalidade do Estado que, desde a Idade Clássica, produzem efeitos de verdade vinculados ao racismo de Estado, à barbárie governamental liberal e neoliberal e à gestão biopolítica da população, que hoje se apresentam como Estado policial e carcerário, cruzando racionalização e excessos de poder às narrativas midiáticas. Operamos com a noção de cuidado de si para refletir e analisar as formas de vida resistentes da experiência da Rede Coque Vive e defendemos que a RCV, de um lado, cindiu a forma tradicional de o Estado e da mídia difamarem e desqualificarem o Coque, e seus moradores, vinculando o poder da verdade ao domínio e à ordem dos discursos ubuescos, conservadores, associados à lógica capitalista de estigmatização e de criminalização da pobreza, de violência de Estado, de naturalização da exclusão e segregação sociais. De outro lado, emplacou uma nova relação de poder, fundamentada na singularidade das formas de vida existentes no Coque, nos laços de pertencimento, na luta histórica pela posse legal da terra. A Rede Coque Vive, através da ética do cuidado de si e do outro, pavimentou uma nova relação de poder, onde os próprios habitantes do Coque conduzem suas formas de vida, governam o Coque e ocupam a cidade.The present thesis aimed to analyze the power relationship of the Coque Vive Network, based on the ethics of self-care and carried out in the community of Coque, Recife, state of Pernambuco, questioning the historical ways the State and official media communication promoted their discourses and governmentalities, circulating narratives and triggering mechanisms of power that disseminate stigmas and negative images of Coque and residents, mainly legitimizing speculation and real estate projects in Coque, a territory of historical injustices and social inequalities. Western thought, from the Cartesian moment, privileged the “know yourself” to the detriment of self-care, exempting the reflective work of questioning the being of the subject as a key to access the truth. This made it possible to enter the Modern Age anchored in enlightened reason, in knowing the knowledge as the only source of constitution of the subject. The thesis was based on the later thinking of Michel Foucault, in the courses he taught at the Collège de France. For the author, the discourses of effect of truth were originated by State racism, biopower, liberal and neoliberal government barbarism and by the biopolitical management of the population, which today present themselves as a police and prison state, crossing rationalization and excesses of political power. We operated with the self-care approach and we analyzed the forms of resistance in the experience of the Coque Vive Network. We defended that the RCV, on the one hand, split the traditional way of the State and the media communication to defame and disqualify Coque and residents, linking the power of truth to the domain and order of ubuesque, conservative discourses, associated with the capitalist logic of stigmatization and criminalization of poverty, state violence, naturalization of practices of social exclusion and segregation. On the other hand, a new power relationship emerged, based on the uniqueness of the existing forms of life in Coque, on the bonds of belonging, on the historical struggle for legal ownership of the land, on affective bonds. The Coque Vive Network, through the ethics of caring for oneself and for the other, paved the way for a new power relationship, where the inhabitants of Coque create and lead their ways of life in the Coque community and occupy the city.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessAntropologiaBiopolíticaFavelas – EstadoPoder pastoralGovernamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Viveinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdfTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdfapplication/pdf1019200https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/1/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf124cebdb450eb7be2d1e38d4868ec5dfMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82362https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/3/license.txt5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52TEXTTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdf.txtTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdf.txtExtracted texttext/plain387440https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/4/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf.txt9522ec9b1fbd7bc8605857ec6fb9203eMD54THUMBNAILTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdf.jpgTESE Keyla Cristina Vieira Marques Ferreira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1266https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/5/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf.jpge44000d726197c304d0001395fbb5eb0MD55123456789/501292023-05-13 02:18:07.452oai:repositorio.ufpe.br:123456789/50129VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2l6YcOnw6NvIGRlIERvY3VtZW50b3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRQoKCkRlY2xhcm8gZXN0YXIgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBlc3RlIFRlcm1vIGRlIERlcMOzc2l0byBMZWdhbCBlIEF1dG9yaXphw6fDo28gdGVtIG8gb2JqZXRpdm8gZGUgZGl2dWxnYcOnw6NvIGRvcyBkb2N1bWVudG9zIGRlcG9zaXRhZG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgZSBkZWNsYXJvIHF1ZToKCkkgLSBvcyBkYWRvcyBwcmVlbmNoaWRvcyBubyBmb3JtdWzDoXJpbyBkZSBkZXDDs3NpdG8gc8OjbyB2ZXJkYWRlaXJvcyBlIGF1dMOqbnRpY29zOwoKSUkgLSAgbyBjb250ZcO6ZG8gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIMOpIGRlIHJlc3BvbnNhYmlsaWRhZGUgZGUgc3VhIGF1dG9yaWE7CgpJSUkgLSBvIGNvbnRlw7pkbyDDqSBvcmlnaW5hbCwgZSBzZSBvIHRyYWJhbGhvIGUvb3UgcGFsYXZyYXMgZGUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgZm9yYW0gdXRpbGl6YWRvcywgZXN0YXMgZm9yYW0gZGV2aWRhbWVudGUgcmVjb25oZWNpZGFzOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIG9icmEgY29sZXRpdmEgKG1haXMgZGUgdW0gYXV0b3IpOiB0b2RvcyBvcyBhdXRvcmVzIGVzdMOjbyBjaWVudGVzIGRvIGRlcMOzc2l0byBlIGRlIGFjb3JkbyBjb20gZXN0ZSB0ZXJtbzsKClYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogbyBhcnF1aXZvIGRlcG9zaXRhZG8gY29ycmVzcG9uZGUgw6AgdmVyc8OjbyBmaW5hbCBkbyB0cmFiYWxobzsKClZJIC0gcXVhbmRvIHRyYXRhci1zZSBkZSBUcmFiYWxobyBkZSBDb25jbHVzw6NvIGRlIEN1cnNvLCBEaXNzZXJ0YcOnw6NvIG91IFRlc2U6IGVzdG91IGNpZW50ZSBkZSBxdWUgYSBhbHRlcmHDp8OjbyBkYSBtb2RhbGlkYWRlIGRlIGFjZXNzbyBhbyBkb2N1bWVudG8gYXDDs3MgbyBkZXDDs3NpdG8gZSBhbnRlcyBkZSBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvLCBxdWFuZG8gZm9yIGVzY29saGlkbyBhY2Vzc28gcmVzdHJpdG8sIHNlcsOhIHBlcm1pdGlkYSBtZWRpYW50ZSBzb2xpY2l0YcOnw6NvIGRvIChhKSBhdXRvciAoYSkgYW8gU2lzdGVtYSBJbnRlZ3JhZG8gZGUgQmlibGlvdGVjYXMgZGEgVUZQRSAoU0lCL1VGUEUpLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gQWJlcnRvOgoKTmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIGF1dG9yIHF1ZSByZWNhZW0gc29icmUgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8sIGZ1bmRhbWVudGFkbyBuYSBMZWkgZGUgRGlyZWl0byBBdXRvcmFsIG5vIDkuNjEwLCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIGEgcGFydGlyIGRhIGRhdGEgZGUgZGVww7NzaXRvLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gUmVzdHJpdG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAgZGUgMTkgZGUgZmV2ZXJlaXJvIGRlIDE5OTgsIGFydC4gMjksIGluY2lzbyBJSUksIGF1dG9yaXpvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVybmFtYnVjbyBhIGRpc3BvbmliaWxpemFyIGdyYXR1aXRhbWVudGUsIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gZS9vdSBkb3dubG9hZCAoYXF1aXNpw6fDo28pIGF0cmF2w6lzIGRvIHNpdGUgZG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBubyBlbmRlcmXDp28gaHR0cDovL3d3dy5yZXBvc2l0b3Jpby51ZnBlLmJyLCBxdWFuZG8gZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgZW1iYXJnbyBjb25kaXplbnRlIGFvIHRpcG8gZGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb25mb3JtZSBpbmRpY2FkbyBubyBjYW1wbyBEYXRhIGRlIEVtYmFyZ28uCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212023-05-13T05:18:07Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
title Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
spellingShingle Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques
Antropologia
Biopolítica
Favelas – Estado
Poder pastoral
title_short Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
title_full Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
title_fullStr Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
title_full_unstemmed Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
title_sort Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive
author FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques
author_facet FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0259632268754742
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3496902001574617
dc.contributor.author.fl_str_mv FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv SCOTT, Russell Parry
contributor_str_mv SCOTT, Russell Parry
dc.subject.por.fl_str_mv Antropologia
Biopolítica
Favelas – Estado
Poder pastoral
topic Antropologia
Biopolítica
Favelas – Estado
Poder pastoral
description A tese elegeu como objetivo central a relação de poder da Rede Coque Vive, baseada na ética do cuidado de si e realizada na comunidade do Coque, Recife-PE, interpelando os modos históricos de o Estado e da comunicação midiática oficial promoverem seus discursos e governamentalidades, criando narrativas e mecanismos de poder que disseminam estigmas e imagens sociais negativas do Coque facilitando a inserção de projetos de especulação imobiliária que têm recaído sobre a comunidade, um território de históricas injustiças e desigualdades sociais. O pensamento ocidental, a partir do momento cartesiano, privilegiou o “conhece-te a ti mesmo” em detrimento do cuidado de si, eximindo o trabalho reflexivo de pôr em questão o ser do sujeito como chave de acesso à verdade. Isso possibilitou que adentrássemos a Idade Moderna ancorados na razão ilustrada, no saber de conhecimento como única fonte de o sujeito ter acesso à verdade. Fundamentada no pensamento tardio de Michel Foucault ministrado nos cursos do Collège de France, problematizamos as origens e implicações da governamentalidade do Estado que, desde a Idade Clássica, produzem efeitos de verdade vinculados ao racismo de Estado, à barbárie governamental liberal e neoliberal e à gestão biopolítica da população, que hoje se apresentam como Estado policial e carcerário, cruzando racionalização e excessos de poder às narrativas midiáticas. Operamos com a noção de cuidado de si para refletir e analisar as formas de vida resistentes da experiência da Rede Coque Vive e defendemos que a RCV, de um lado, cindiu a forma tradicional de o Estado e da mídia difamarem e desqualificarem o Coque, e seus moradores, vinculando o poder da verdade ao domínio e à ordem dos discursos ubuescos, conservadores, associados à lógica capitalista de estigmatização e de criminalização da pobreza, de violência de Estado, de naturalização da exclusão e segregação sociais. De outro lado, emplacou uma nova relação de poder, fundamentada na singularidade das formas de vida existentes no Coque, nos laços de pertencimento, na luta histórica pela posse legal da terra. A Rede Coque Vive, através da ética do cuidado de si e do outro, pavimentou uma nova relação de poder, onde os próprios habitantes do Coque conduzem suas formas de vida, governam o Coque e ocupam a cidade.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-03-11
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-05-12T16:48:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-05-12T16:48:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques. Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50129
identifier_str_mv FERREIRA, Keyla Cristina Vieira Marques. Governamentalidade, biopolítica e ética do cuidado de si da Rede Coque Vive. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50129
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/embargoedAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv embargoedAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Antropologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/1/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/4/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50129/5/TESE%20Keyla%20Cristina%20Vieira%20Marques%20Ferreira.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 124cebdb450eb7be2d1e38d4868ec5df
5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
9522ec9b1fbd7bc8605857ec6fb9203e
e44000d726197c304d0001395fbb5eb0
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310798949744640