CASSIA VIRGÍNICA® (Cassia occidentalis L.): abordagem farmacológica e toxicológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Parente Aragão, Ticiana
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000006wzt
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3235
Resumo: Cassia occidentalis L., conhecida popularmente como Fedegoso, é amplamente utilizada como medicamento natural em regiões de florestas e outras áreas tropicais ao redor do mundo, para o tratamento de cólicas intestinais e uterinas, estados febris, processos inflamatórios e como diurético, laxante, expectorante e abortivo. O fitoterápico CASSIA VIRGÍNICA®, comercializado pelo Laboratório Pernambucano (LAPERLI), preparado a partir de caules e folhas de Cassia occidentalis, tem sido indicado para o tratamento de gripes, febres, úlceras varicosas e erisipelas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a presença de efeitos antiinflamatório, analgésico, antipirético e antiulcerogênico, bem como o potencial toxicológico reprodutivo do fitoterápico CASSIA VIRGÍNICA®. Foram usados ratos Wistar e camundongos, de ambos os sexos, adultos, tratados oralmente com o extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA® em diferentes doses, 50, 100, 200, 250, 400 e 500mg/kg, na dependência do ensaio realizado. O estudo farmacológico foi realizado utilizando o modelo de edema de pata induzido por injeção subplantar de carragenina, dextrana e histamina, para avaliar a atividade antiinflamatória aguda; o modelo de analgesia utilizando o ácido acético para indução de contorções abdominais; o modelo de febre induzida por levedura de cerveja e o modelo de úlcera induzida pela administração de etanol. Para avaliar a toxicidade reprodutiva, ratas Wistar prenhes foram tratadas oralmente, durante os períodos de pré-implantação (1º ao 6º dia de gestação) e organogênese (7º ao 14º dia de gestação), nas doses de 250mg/kg e 500mg/kg. No 20º dia de gestação, as ratas foram sacrificadas, laparotomizadas e avaliadas quanto a parâmetros reprodutivos (número de fetos vivos e mortos, relação feto/mãe, massa dos fetos, das placentas e dos ovários, número de corpos lúteos, relação corpo lúteo/mãe, número de sítios de implantação, índice de implantação, número de sítios de reabsorção, perda pré e pósimplantação). Os resultados obtidos mostraram que o extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA® produziu uma redução máxima aproximada de 55% e 41% no edema de pata induzido pela carragenina e dextrana, respectivamente, porém não, no edema induzido pela histamina. Houve diminuição significativa das contorções abdominais nos animais tratados com o fitoterápico de 71, 60 e 62%, respectivamente nas doses de 100, 200 e 400mg/kg. Com relação à atividade antipirética, o fitoterápico na dose de 400mg/kg produziu redução significativa da temperatura, maior do que 1°C (36,58±0,19 para 35,32±0,48), a partir da primeira hora de administração, de maneira semelhante à produzida pela dipirona (35,23±0,23). O extrato protegeu a mucosa gástrica contra lesões induzidas por etanol nas doses de 100 e 200mg/kg com percentual de área ulcerada igual a 8,52±1,34% e 11,62±1,24% correspondendo a uma redução em relação ao controle (19,73±2,41), de 56 e 41% da área ulcerada. Os resultados mostraram que não ocorreram diferenças estatisticamente significantes quanto aos parâmetros reprodutivos avaliados. Porém, foi constatada a presença de feto morto, tanto na dose de 250 quanto de 500mg/kg do extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA®. Os resultados indicam que o fitoterápico possui atividades antiedematogênica, analgésica e antipirética, porém, mais estudos são necessários para esclarecer os mecanismos envolvidos nestas atividades. A vantagem do fitoterápico em relação aos antiinflamatórios atuais é que esta não apresenta propriedade irritante de mucosa gástrica, pelo contrário, possui um efeito gastroprotetor. A constatação de feto morto sugere que os estudos devem ser ampliados para melhor caracterizar os efeitos tóxicos do fitoterápico e seu uso não deve ser recomendado durante o período de gestação
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O fitoterápico CASSIA VIRGÍNICA®, comercializado pelo Laboratório Pernambucano (LAPERLI), preparado a partir de caules e folhas de Cassia occidentalis, tem sido indicado para o tratamento de gripes, febres, úlceras varicosas e erisipelas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a presença de efeitos antiinflamatório, analgésico, antipirético e antiulcerogênico, bem como o potencial toxicológico reprodutivo do fitoterápico CASSIA VIRGÍNICA®. Foram usados ratos Wistar e camundongos, de ambos os sexos, adultos, tratados oralmente com o extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA® em diferentes doses, 50, 100, 200, 250, 400 e 500mg/kg, na dependência do ensaio realizado. O estudo farmacológico foi realizado utilizando o modelo de edema de pata induzido por injeção subplantar de carragenina, dextrana e histamina, para avaliar a atividade antiinflamatória aguda; o modelo de analgesia utilizando o ácido acético para indução de contorções abdominais; o modelo de febre induzida por levedura de cerveja e o modelo de úlcera induzida pela administração de etanol. Para avaliar a toxicidade reprodutiva, ratas Wistar prenhes foram tratadas oralmente, durante os períodos de pré-implantação (1º ao 6º dia de gestação) e organogênese (7º ao 14º dia de gestação), nas doses de 250mg/kg e 500mg/kg. No 20º dia de gestação, as ratas foram sacrificadas, laparotomizadas e avaliadas quanto a parâmetros reprodutivos (número de fetos vivos e mortos, relação feto/mãe, massa dos fetos, das placentas e dos ovários, número de corpos lúteos, relação corpo lúteo/mãe, número de sítios de implantação, índice de implantação, número de sítios de reabsorção, perda pré e pósimplantação). Os resultados obtidos mostraram que o extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA® produziu uma redução máxima aproximada de 55% e 41% no edema de pata induzido pela carragenina e dextrana, respectivamente, porém não, no edema induzido pela histamina. Houve diminuição significativa das contorções abdominais nos animais tratados com o fitoterápico de 71, 60 e 62%, respectivamente nas doses de 100, 200 e 400mg/kg. Com relação à atividade antipirética, o fitoterápico na dose de 400mg/kg produziu redução significativa da temperatura, maior do que 1°C (36,58±0,19 para 35,32±0,48), a partir da primeira hora de administração, de maneira semelhante à produzida pela dipirona (35,23±0,23). O extrato protegeu a mucosa gástrica contra lesões induzidas por etanol nas doses de 100 e 200mg/kg com percentual de área ulcerada igual a 8,52±1,34% e 11,62±1,24% correspondendo a uma redução em relação ao controle (19,73±2,41), de 56 e 41% da área ulcerada. Os resultados mostraram que não ocorreram diferenças estatisticamente significantes quanto aos parâmetros reprodutivos avaliados. Porém, foi constatada a presença de feto morto, tanto na dose de 250 quanto de 500mg/kg do extrato seco de CASSIA VIRGÍNICA®. Os resultados indicam que o fitoterápico possui atividades antiedematogênica, analgésica e antipirética, porém, mais estudos são necessários para esclarecer os mecanismos envolvidos nestas atividades. A vantagem do fitoterápico em relação aos antiinflamatórios atuais é que esta não apresenta propriedade irritante de mucosa gástrica, pelo contrário, possui um efeito gastroprotetor. A constatação de feto morto sugere que os estudos devem ser ampliados para melhor caracterizar os efeitos tóxicos do fitoterápico e seu uso não deve ser recomendado durante o período de gestaçãoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCASSIA VIRGÍNICA®Cassia occidentalis LLeguminosaeAntiedematogênicaAnalgésicaAntipiréticaToxicidade reprodutivaCASSIA VIRGÍNICA® (Cassia occidentalis L.): abordagem farmacológica e toxicológicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo2108_1.pdf.jpgarquivo2108_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1263https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3235/4/arquivo2108_1.pdf.jpg222f8084b53a82c9aa4d8d260555ea9bMD54ORIGINALarquivo2108_1.pdfapplication/pdf1017199https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3235/1/arquivo2108_1.pdf172eb2d0f5a24a140eaf978df346f816MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3235/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo2108_1.pdf.txtarquivo2108_1.pdf.txtExtracted texttext/plain51249https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3235/3/arquivo2108_1.pdf.txt7bc9ae61e7aee2025bd72c431e285dfcMD53123456789/32352019-10-25 11:32:12.64oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3235Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T14:32:12Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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