Escrita dos movimentos interiores : escrita de si e construção de uma trajetória de intelectualidade e distinção em A. Tito Filho (1971-1992)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BRANDIM, Ana Cristina Meneses de Sousa
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10965
Resumo: Essa tese aborda as relações entre a escrita de si e a construção de uma trajetória de distinção e intelectualidade em Arimathéia Tito Filho (1924-1992). O recorte temporal compreendido, entre 1971 e 1992, correspondeu ao período em que esse foi Presidente da Academia Piauiense de Letras (APL) e participou ativamente das principais instituições culturais e literárias de Teresina. Defendo que durante sua permanência na APL construiu em torno de si uma trajetória distintiva como importante intelectual da cidade, inventando para si e para seu grupo de amigos uma tradição singular. Mostro que suas crônicas sobre a cidade de Teresina, bem como suas vivências, foram narrativas que lhe ajudaram a criar um passado para si e para o outro. Afirmo que suas crônicas foram utilizadas como escrita autoreferencial e possibilitou-lhe a (re)construção de uma trajetória de intelectualidade e distinção, que serviu para torná-lo ainda mais reconhecido no meio literário e jornalístico. Ressalto que além das crônicas, A.Tito Filho, utilizou-se da coluna jornalística como importante meio de construção de sua participação nos debates literários de sua época, forjando para si e para seus contatos uma rede de sociabilidade intelectual. Aponto que sua coluna Caderno de Anotações foi um importante espaço, que ao tempo que ajudou a atualizar sua consagração, criava uma rede de informações sobre os principais debates literários no Estado e no Brasil, além de ser uma ferramenta no processo de solidificação dos aspectos históricos e literários da cultura piauiense. Faço uso das cartas enviadas por Luis Mendes Ribeiro a A.Tito Filho, no sentido de cartografar as relações de amizade entre ambos e pontuar a onda de efervescência que se instalou durante o período estudado, com relação à criação de Planos, rotas de circulação das ideias literárias e intelectuais, investimentos em instituições culturais e de importância histórica. Mostro que na mesma medida que foi criada uma narrativa de si, que compreendeu o uso de sociabilidades, redes e microclima intelectual, houve, ao contrário, a imposição de hostilidades, rivalidades e vaidades. Concluo que a escrita de si ao tempo que cria zonas de consideração e distinção, também forja zonas de separações e individualizações.
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