Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32672 |
Resumo: | Na literatura científica, a comunidade cigana não é estudada com a mesma extensão que outras minorias, como os povos indígenas e afrodescendentes. As migrações e discriminações que sofreram desde a provável origem, no Noroeste da Índia, moldaram a cultura cigana e influenciaram a formação das três etnias (Calon, Rom e Sinti). Presentes no Brasil desde sua colonização, os ciganos necessitaram, possivelmente, aliar suas tradições culturais à rica biodiversidade do país. O presente estudo caracteriza duas famílias ciganas da etnia Calon, que vivem em municípios do Agreste e da Mata Norte de Pernambuco, comparando o conhecimento etnobotânico entre si e com o de comunidades não ciganas da mesma região. Empregou-se a técnica bola de neve e formulários semiestruturados para entrevistar 23 membros (≥ 40 anos) das famílias Alves e Dantas (85,2% do público alvo). As espécies citadas foram coletadas em turnês guiadas, identificadas e depositadas nos herbários IPA e UFP. Utilizou-se os índices de fidedignidade (IFid), de importância relativa (IR) e de valor de uso (VU) para comparar a importância das espécies para as duas famílias e o índice de Sørensen (Is) para estabelecer suas semelhanças. Os ciganos das famílias Alves e Dantas estão assentados a cerca de 25 anos, deixando a vida nômade à procura de melhores condições de vida e educação para os filhos. Os Dantas moram no Distrito de Ibiranga, município de Itambé, e os Alves vivem nos municípios de Altinho, Caruaru e Feira Nova. A língua chib, que não é ensinada para os gadjés (não ciganos), é o modo que eles usam para reconhecer um outro cigano. Os entrevistados são em sua maioria (70%) analfabetos ou semianalfabetos, e têm como principais fontes de renda o comércio informal e programas de assistência governamental. As casas são de alvenaria e não apresentam fornecimento regular de água, nem esgotamento sanitário. A maioria das residências dos entrevistados apresentam alguma forma de jardim, onde são cultivadas plantas medicinais e/ou ritualísticas como Cymbopogon citratus (Poaceae), Jatropha gossypiifolia (Euphorbiaceae), Lippia alba (Verbenaceae) e Mentha sp. (Lamiaceae). Registrou-se 157 espécies de plantas nativas (54%) e exóticas (46%), classificadas como alimentícia (18%), condimentícia (5%), cosmética (7%), medicinal (52%), ritualística (7%), tecnológica (4%), veterinária (5%) e outras (2%). Destaca-se o uso de Apodanthera congestiflora (Cucurbitaceae) e Heliotropium indicum (Boraginaceae) para profilaxia e tratamento da doença de Newcastle (arbovirose) em aves domésticas. Apesar de não conviverem para intercambiar os usos das plantas, existe uma grande semelhança no conhecimento etnobotânico entre as famílias ciganas Alves e Dantas (Is = 0,68), destacando-se Punica granatum (Lythraceae), com o maior IFid (100%), C. citratus, com o maior VU (0,26) e L. alba, com a maior IR (2,00). Este conhecimento não difere significativamente de comunidades não ciganas residentes na mesma região. |
id |
UFPE_bf97ccb8636ed2faf51597b6aab15664 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/32672 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
LOBO, Ricardo Alexandre de Araújo Monteirohttp://lattes.cnpq.br/9833298380268100http://lattes.cnpq.br/9353769923577373ANDRADE, Laise de Holanda CavalcantiOLIVEIRA, Antônio Fernando Morais de2019-09-12T18:23:29Z2019-09-12T18:23:29Z2018-02-28https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32672Na literatura científica, a comunidade cigana não é estudada com a mesma extensão que outras minorias, como os povos indígenas e afrodescendentes. As migrações e discriminações que sofreram desde a provável origem, no Noroeste da Índia, moldaram a cultura cigana e influenciaram a formação das três etnias (Calon, Rom e Sinti). Presentes no Brasil desde sua colonização, os ciganos necessitaram, possivelmente, aliar suas tradições culturais à rica biodiversidade do país. O presente estudo caracteriza duas famílias ciganas da etnia Calon, que vivem em municípios do Agreste e da Mata Norte de Pernambuco, comparando o conhecimento etnobotânico entre si e com o de comunidades não ciganas da mesma região. Empregou-se a técnica bola de neve e formulários semiestruturados para entrevistar 23 membros (≥ 40 anos) das famílias Alves e Dantas (85,2% do público alvo). As espécies citadas foram coletadas em turnês guiadas, identificadas e depositadas nos herbários IPA e UFP. Utilizou-se os índices de fidedignidade (IFid), de importância relativa (IR) e de valor de uso (VU) para comparar a importância das espécies para as duas famílias e o índice de Sørensen (Is) para estabelecer suas semelhanças. Os ciganos das famílias Alves e Dantas estão assentados a cerca de 25 anos, deixando a vida nômade à procura de melhores condições de vida e educação para os filhos. Os Dantas moram no Distrito de Ibiranga, município de Itambé, e os Alves vivem nos municípios de Altinho, Caruaru e Feira Nova. A língua chib, que não é ensinada para os gadjés (não ciganos), é o modo que eles usam para reconhecer um outro cigano. Os entrevistados são em sua maioria (70%) analfabetos ou semianalfabetos, e têm como principais fontes de renda o comércio informal e programas de assistência governamental. As casas são de alvenaria e não apresentam fornecimento regular de água, nem esgotamento sanitário. A maioria das residências dos entrevistados apresentam alguma forma de jardim, onde são cultivadas plantas medicinais e/ou ritualísticas como Cymbopogon citratus (Poaceae), Jatropha gossypiifolia (Euphorbiaceae), Lippia alba (Verbenaceae) e Mentha sp. (Lamiaceae). Registrou-se 157 espécies de plantas nativas (54%) e exóticas (46%), classificadas como alimentícia (18%), condimentícia (5%), cosmética (7%), medicinal (52%), ritualística (7%), tecnológica (4%), veterinária (5%) e outras (2%). Destaca-se o uso de Apodanthera congestiflora (Cucurbitaceae) e Heliotropium indicum (Boraginaceae) para profilaxia e tratamento da doença de Newcastle (arbovirose) em aves domésticas. Apesar de não conviverem para intercambiar os usos das plantas, existe uma grande semelhança no conhecimento etnobotânico entre as famílias ciganas Alves e Dantas (Is = 0,68), destacando-se Punica granatum (Lythraceae), com o maior IFid (100%), C. citratus, com o maior VU (0,26) e L. alba, com a maior IR (2,00). Este conhecimento não difere significativamente de comunidades não ciganas residentes na mesma região.In the scientific literature, a gypsy community is not studied to the same extent than other minorities as the indigenous or Afro-descendant peoples. The migrations and discrimination suffered since a probable origin, in the Northwest India, fashioned the gypsy culture and influenced the formation of the three ethnicities (Calon, Rom and Sinti). Present in Brazil since its colonization, the Gypsies needed, possibly, to ally their cultural traditions to the rich biodiversity of the country. The present study characterizes two gypsy families of the Calon ethnic group, who live in Agreste and Mata Norte municipalities of Pernambuco, comparing the ethnobotanical knowledge among themselves and with the gypsy communities of the same region. The snowball technique and semi-structured forms were used to interview 23 members (≥ 40 years old) of the Alves and Dantas families (85.2% of the target audience). The species cited were collected on guided tours, identified and deposited in the IPA and UFP herbarium. Reliability (IFid), relative importance (IR) and value-of-use (VU) indexes were used to compare the importance of the species for the two families and the Sørensen (Is) index to show their similarities. The gypsies of the Alves and Dantas family members have been living there for about 25 years, leaving the nomadic life in search of better living conditions and education for their children. The Dantas live in the district of Ibiranga, Municipality of Itambé, and the Alves live in the Municipalities of Altinho, Caruaru and Feira Nova. The chib language, which is not taught to gadjés (non-gypsies), is the way they use to recognize another gypsy. The majority of respondents (70%) are illiterate or semi-illiterate, and have as main sources of income the informal commerce and government assistance programs. The houses are masonry-built and are neither regularly supplied with water, nor sewage. Most of the households of the interviewees present some form of garden, where medicinal or ritualistic plants are cultivated as Cymbopogon citratus (Poaceae), Jatropha gossypiifolia (Euphorbiaceae), Lippia alba (Verbenaceae) and Mentha sp. (Lamiaceae). There were 157 species of native (54%) and exotic (46%) plants, classified as food (18%), condiment (5%), cosmetic (7%), medicinal (52%), ritualistic (7%), technological (4%), veterinary (5%) and others (2%). The use Apodanthera congestiflora (Cucurbitaceae) and Heliotropium indicum (Boraginaceae) stands out for prophylaxis and treatment of Newcastle disease (arbovirose) in domestic birds. Although they do not live to exchange the uses of the plants, there is a great similar ethnobotanical knowlwdge between the Alves and Dantas families (Is = 0,68), highlighting Punica granatum (Lythraceae), with the largest IFid (100% ), C. citratus, with the highest VU (0.26) and L. alba, with a higher IR (2.00). This knowledge is not different from non-gypsy community living in the same region.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia VegetalUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEtnobotânicaPlantas medicinaisEstudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambucoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1200https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf.jpge60c9c5b0ec1852daa47a6221e6fae18MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdfDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdfapplication/pdf2993121https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf6d4b7fdb59e5d9d44df42896640a4893MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdf.txtDISSERTAÇÃO Ricardo Alexandre de Araujo Monteiro Lobo.pdf.txtExtracted texttext/plain202920https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf.txtf3f721d0f436ce69863d3fb2a8beb8eeMD54123456789/326722019-10-26 04:07:22.609oai:repositorio.ufpe.br:123456789/32672TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-26T07:07:22Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
title |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
spellingShingle |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco LOBO, Ricardo Alexandre de Araújo Monteiro Etnobotânica Plantas medicinais |
title_short |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
title_full |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
title_fullStr |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
title_full_unstemmed |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
title_sort |
Estudo etnobotânico de famílias ciganas no Estado de Pernambuco |
author |
LOBO, Ricardo Alexandre de Araújo Monteiro |
author_facet |
LOBO, Ricardo Alexandre de Araújo Monteiro |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9833298380268100 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9353769923577373 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
LOBO, Ricardo Alexandre de Araújo Monteiro |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
OLIVEIRA, Antônio Fernando Morais de |
contributor_str_mv |
ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti OLIVEIRA, Antônio Fernando Morais de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Etnobotânica Plantas medicinais |
topic |
Etnobotânica Plantas medicinais |
description |
Na literatura científica, a comunidade cigana não é estudada com a mesma extensão que outras minorias, como os povos indígenas e afrodescendentes. As migrações e discriminações que sofreram desde a provável origem, no Noroeste da Índia, moldaram a cultura cigana e influenciaram a formação das três etnias (Calon, Rom e Sinti). Presentes no Brasil desde sua colonização, os ciganos necessitaram, possivelmente, aliar suas tradições culturais à rica biodiversidade do país. O presente estudo caracteriza duas famílias ciganas da etnia Calon, que vivem em municípios do Agreste e da Mata Norte de Pernambuco, comparando o conhecimento etnobotânico entre si e com o de comunidades não ciganas da mesma região. Empregou-se a técnica bola de neve e formulários semiestruturados para entrevistar 23 membros (≥ 40 anos) das famílias Alves e Dantas (85,2% do público alvo). As espécies citadas foram coletadas em turnês guiadas, identificadas e depositadas nos herbários IPA e UFP. Utilizou-se os índices de fidedignidade (IFid), de importância relativa (IR) e de valor de uso (VU) para comparar a importância das espécies para as duas famílias e o índice de Sørensen (Is) para estabelecer suas semelhanças. Os ciganos das famílias Alves e Dantas estão assentados a cerca de 25 anos, deixando a vida nômade à procura de melhores condições de vida e educação para os filhos. Os Dantas moram no Distrito de Ibiranga, município de Itambé, e os Alves vivem nos municípios de Altinho, Caruaru e Feira Nova. A língua chib, que não é ensinada para os gadjés (não ciganos), é o modo que eles usam para reconhecer um outro cigano. Os entrevistados são em sua maioria (70%) analfabetos ou semianalfabetos, e têm como principais fontes de renda o comércio informal e programas de assistência governamental. As casas são de alvenaria e não apresentam fornecimento regular de água, nem esgotamento sanitário. A maioria das residências dos entrevistados apresentam alguma forma de jardim, onde são cultivadas plantas medicinais e/ou ritualísticas como Cymbopogon citratus (Poaceae), Jatropha gossypiifolia (Euphorbiaceae), Lippia alba (Verbenaceae) e Mentha sp. (Lamiaceae). Registrou-se 157 espécies de plantas nativas (54%) e exóticas (46%), classificadas como alimentícia (18%), condimentícia (5%), cosmética (7%), medicinal (52%), ritualística (7%), tecnológica (4%), veterinária (5%) e outras (2%). Destaca-se o uso de Apodanthera congestiflora (Cucurbitaceae) e Heliotropium indicum (Boraginaceae) para profilaxia e tratamento da doença de Newcastle (arbovirose) em aves domésticas. Apesar de não conviverem para intercambiar os usos das plantas, existe uma grande semelhança no conhecimento etnobotânico entre as famílias ciganas Alves e Dantas (Is = 0,68), destacando-se Punica granatum (Lythraceae), com o maior IFid (100%), C. citratus, com o maior VU (0,26) e L. alba, com a maior IR (2,00). Este conhecimento não difere significativamente de comunidades não ciganas residentes na mesma região. |
publishDate |
2018 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-02-28 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-09-12T18:23:29Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-09-12T18:23:29Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32672 |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32672 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFPE |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/3/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32672/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Ricardo%20Alexandre%20de%20Araujo%20Monteiro%20Lobo.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
e60c9c5b0ec1852daa47a6221e6fae18 6d4b7fdb59e5d9d44df42896640a4893 e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 bd573a5ca8288eb7272482765f819534 f3f721d0f436ce69863d3fb2a8beb8ee |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310901076852736 |