Ecologia comportamental do golfinho-rotador (stenella longirostris) em Fernando de Noronha
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8756 |
Resumo: | Golfinhos-rotadores (Stenella longirostris - Delphinidae) congregam-se regularmente em grandes grupos ao redor do Arquipélago de Fernando de Noronha, principalmente na Baía dos Golfinhos, enseada com elevada transparência da água. É apresentada aqui uma visão ordenada sobre a atividade subaquática diurna dos golfinhos-rotadores. Em mergulho livre na Baía dos Golfinhos, o comportamento dos golfinhos foi observado, fotografado, filmado em vídeo e registrado qualitativa e quantitativamente com uso dos métodos de amostragens animal focal e todas as ocorrências . A foto-identificação dos golfinhos foi usada para algumas das análises em que foi necessário individualizar os animais. A coleta de dados foi feita de maio de 1994 a maio de 1995 e de junho de 1998 a junho de 2004, totalizando 243 dias de mergulho e 204 horas/homem de observações. Além de comportamentos descritos em outros estudos para outras populações, como descanso, acasalamento e jogo, são aqui descritos comportamentos pouco conhecidos, como amamentação, defecação e regurgitação. Também, é descrito e ilustrado o comportamento de regurgitação dos golfinhos-rotadores, detalhando as fases do processo, o conteúdo dos regurgito e uma hipótese causal. Todos os regurgitos eram compostos por pedaços do corpo e bicos de lulas, estes últimos presumivelmente irritantes ao tubo digestório. São também relatadas interações e associações heteroespecíficas dos golfinhos-rotadores. São registrados aqui dois tipos de interações agonísticas, com golfinhos-pintados (Stenella attenuata - Delphinidae) e com tubarões-de-recifes (Carcharhinus perezi - Carcharhinidae). Ainda, foram registrados dois tipos de associações entre peixes e golfinhos-rotadores, aproveitamento alimentar de dejetos dos golfinhos por peixes planctófagos e acompanhamento dos golfinhos por rêmoras. Doze espécies de peixes de sete famílias foram observadas alimentando-se de fezes e vômitos dos golfinhos. Como todas as espécies observadas se alimentando de dejetos dos golfinhos alimentam-se de plâncton ou algas à deriva na coluna d água, alimentar-se dos restos de cetáceos pode ser considerado como uma mudança oportunista no comportamento de forrageio. Esta relação entre peixes e golfinhos é aqui considerada como uma nova função ecológica para cetáceos, a de provedor de alimento para peixes recifais. Outra associação registrada foi a fixação de rêmoras (Remora australis - Echeneidae) ao corpo dos golfinhos. Foram feitos registros múltiplos de duas rêmoras (uma delas com marcas naturais) agarradas a um golfinho durante 47 dias e de outro par de rêmoras (ambas com marcas naturais) agarrado ao mesmo golfinho durante 87 dias. Provavelmente, a fidelidade de associação ao mesmo golfinho hospedeiro aumente a possibilidade da rêmora se reproduzir, assim como a natureza altamente social dos golfinhos-rotadores propicie o encontro entre parceiros de rêmoras para reprodução. O comportamento do golfinho-rotador de Fernando de Noronha é similar, em diversos aspectos, ao descrito para outras populações, especialmente no que se refere às categorias de descanso, cópula e jogo. Entretanto, em Fernando de Noronha foram registradas categorias de comportamentos até então inéditas, confirmando a elevada diversidade do repertório comportamental do golfinho-rotador. É provável que o registro, em Fernando de Noronha, de comportamentos pouco conhecidos para golfinhos esteja relacionado às condições oceanográficas e comportamentais excepcionalmente favoráveis para observações subaquáticas dos golfinhos-rotadores na Baía dos Golfinhos |
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SILVA JUNIOR, José Martins daPEREIRA, José Arlindo2014-06-12T23:02:08Z2014-06-12T23:02:08Z2005Martins da Silva Junior, José; Arlindo Pereira, José. Ecologia comportamental do golfinho-rotador (stenella longirostris) em Fernando de Noronha. 2005. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8756Golfinhos-rotadores (Stenella longirostris - Delphinidae) congregam-se regularmente em grandes grupos ao redor do Arquipélago de Fernando de Noronha, principalmente na Baía dos Golfinhos, enseada com elevada transparência da água. É apresentada aqui uma visão ordenada sobre a atividade subaquática diurna dos golfinhos-rotadores. Em mergulho livre na Baía dos Golfinhos, o comportamento dos golfinhos foi observado, fotografado, filmado em vídeo e registrado qualitativa e quantitativamente com uso dos métodos de amostragens animal focal e todas as ocorrências . A foto-identificação dos golfinhos foi usada para algumas das análises em que foi necessário individualizar os animais. A coleta de dados foi feita de maio de 1994 a maio de 1995 e de junho de 1998 a junho de 2004, totalizando 243 dias de mergulho e 204 horas/homem de observações. Além de comportamentos descritos em outros estudos para outras populações, como descanso, acasalamento e jogo, são aqui descritos comportamentos pouco conhecidos, como amamentação, defecação e regurgitação. Também, é descrito e ilustrado o comportamento de regurgitação dos golfinhos-rotadores, detalhando as fases do processo, o conteúdo dos regurgito e uma hipótese causal. Todos os regurgitos eram compostos por pedaços do corpo e bicos de lulas, estes últimos presumivelmente irritantes ao tubo digestório. São também relatadas interações e associações heteroespecíficas dos golfinhos-rotadores. São registrados aqui dois tipos de interações agonísticas, com golfinhos-pintados (Stenella attenuata - Delphinidae) e com tubarões-de-recifes (Carcharhinus perezi - Carcharhinidae). Ainda, foram registrados dois tipos de associações entre peixes e golfinhos-rotadores, aproveitamento alimentar de dejetos dos golfinhos por peixes planctófagos e acompanhamento dos golfinhos por rêmoras. Doze espécies de peixes de sete famílias foram observadas alimentando-se de fezes e vômitos dos golfinhos. Como todas as espécies observadas se alimentando de dejetos dos golfinhos alimentam-se de plâncton ou algas à deriva na coluna d água, alimentar-se dos restos de cetáceos pode ser considerado como uma mudança oportunista no comportamento de forrageio. Esta relação entre peixes e golfinhos é aqui considerada como uma nova função ecológica para cetáceos, a de provedor de alimento para peixes recifais. Outra associação registrada foi a fixação de rêmoras (Remora australis - Echeneidae) ao corpo dos golfinhos. Foram feitos registros múltiplos de duas rêmoras (uma delas com marcas naturais) agarradas a um golfinho durante 47 dias e de outro par de rêmoras (ambas com marcas naturais) agarrado ao mesmo golfinho durante 87 dias. Provavelmente, a fidelidade de associação ao mesmo golfinho hospedeiro aumente a possibilidade da rêmora se reproduzir, assim como a natureza altamente social dos golfinhos-rotadores propicie o encontro entre parceiros de rêmoras para reprodução. O comportamento do golfinho-rotador de Fernando de Noronha é similar, em diversos aspectos, ao descrito para outras populações, especialmente no que se refere às categorias de descanso, cópula e jogo. Entretanto, em Fernando de Noronha foram registradas categorias de comportamentos até então inéditas, confirmando a elevada diversidade do repertório comportamental do golfinho-rotador. É provável que o registro, em Fernando de Noronha, de comportamentos pouco conhecidos para golfinhos esteja relacionado às condições oceanográficas e comportamentais excepcionalmente favoráveis para observações subaquáticas dos golfinhos-rotadores na Baía dos GolfinhosCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEcologia comportamental de golfinhos-rotadoresPernambucoEcologia comportamental do golfinho-rotador (stenella longirostris) em Fernando de Noronhainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo8224_1.pdf.jpgarquivo8224_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1391https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8756/4/arquivo8224_1.pdf.jpg396abaf09944b91ed43e79b376f31679MD54ORIGINALarquivo8224_1.pdfapplication/pdf1842986https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8756/1/arquivo8224_1.pdf7e0610d4360ccc6c613fceebd85e025aMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8756/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo8224_1.pdf.txtarquivo8224_1.pdf.txtExtracted texttext/plain188517https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8756/3/arquivo8224_1.pdf.txt13d9317c5c6b6e949334401ca7a6ec25MD53123456789/87562019-10-25 03:45:32.63oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8756Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T06:45:32Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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