Maternidade, raça e classe : hierarquias, privilégios e opressões entre mulheres mães no contexto do trabalho doméstico remunerado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RODRIGUES, Mariana Borelli
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38705
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo compreender discursos sobre maternidades em suas relações com classe social e raça, através do trabalho doméstico remunerado. Para tanto, tive como interlocutoras mulheres mães trabalhadoras domésticas e mulheres mães que mantinham em seus lares vínculos empregatícios com trabalhadoras domésticas. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e observações participantes no Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Região Metropolitana do Recife, analisados através da Análise Crítica do Discurso de Fairclough (2001; 2010; 2012). Parto da perspectiva feminista e decolonial, para as quais as leituras sobre as relações sociais precisam atentar para as dimensões históricas, geopolíticas e epistemológicas que se atravessam e constituem corpos-políticos (HARAWAY, 1995; MIGNOLO, 2008). A crítica decolonial compreende que relações coloniais se perpetuam e atualizam mesmo findadas as colonizações das Américas (QUIJANO, 2005; LUGONES, 2014). A trajetória de construção desta pesquisa se deu através da busca em costurar experiências pessoais-subjetivas, profissionais e acadêmicas que se entrelaçaram no interesse em compreender como ocorrem as experiências da maternidade, levando em consideração, além das desigualdades de gênero, as hierarquias de raça e classe social existentes entre as próprias mulheres, acarretando em privilégios e opressões. O corpus de pesquisa me permitiu construir uma análise através da qual pude problematizar as representações e identificações discursivas quanto às maternidades; as redes de apoio às mesmas; as paternidades e as relações entre maternidades e trabalho. Posteriormente, abordo a relação – ainda profundamente colonial - entre trabalhadoras domésticas remuneradas e empregadoras. Quanto aos resultados da pesquisa, foi possível compreender que o trabalho doméstico remunerado é uma das vias de desumanização das mulheres que exercem essa ocupação (assim como de suas experiências maternas) através de sua histórica racialização. Os discursos das interlocutoras trabalhadoras domésticas mostram a regulação de seus corpos por diversas vias, inclusive o trabalho. Trazem a presença da violência doméstica, negligências paternas e redes de apoio embora frágeis, mais comunitárias. No que se refere as relações entre maternidades e trabalho remunerado, seus discursos mostram que empregadoras(es) buscam diversas estratégias para mantê-las à seu dispor o máximo de tempo possível, o que torna frágil a presença materna aos/às filhos/as. Há, visando a manutenção de privilégios raciais e de classe, a constante negação e desumanização das maternidades das trabalhadoras domésticas por parte de empregadoras. Por outro lado, os discursos das interlocutoras empregadoras mostram experiências maternas – articuladas a diversos tipos de privilégios simbólicos e materiais - atravessadas por maiores possibilidades de conciliação entre família e trabalho, visto a presença de trabalhadoras domésticas em seus lares, elemento principal de suas redes de apoio. Os discursos das empregadoras trazem ainda a presença paterna, mesmo que desigual às maternas. A maternidade é compreendida como uma boa mudança de suas vidas, ainda que possa lhes causar sofrimento. Analiso também as relações entre trabalhadoras domésticas e empregadoras através das formas como umas identificam discursivamente às outras. As interlocutoras empregadoras buscaram ocultar relações de dominação mas seus discursos revelam a dinâmica da branquitude – identidade racial branca – e seus privilégios (BENTO, 2002; SCHUCMAN, 2012; CARDOSO, 2017). A branquitude de empregadoras se torna mais explícita, no entanto, nos discursos das trabalhadoras domésticas. Ocultos, dissimulados ou explícitos, os discursos trazem o racismo enquanto principal elemento das hierarquias entre as mulheres.
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Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e observações participantes no Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Região Metropolitana do Recife, analisados através da Análise Crítica do Discurso de Fairclough (2001; 2010; 2012). Parto da perspectiva feminista e decolonial, para as quais as leituras sobre as relações sociais precisam atentar para as dimensões históricas, geopolíticas e epistemológicas que se atravessam e constituem corpos-políticos (HARAWAY, 1995; MIGNOLO, 2008). A crítica decolonial compreende que relações coloniais se perpetuam e atualizam mesmo findadas as colonizações das Américas (QUIJANO, 2005; LUGONES, 2014). A trajetória de construção desta pesquisa se deu através da busca em costurar experiências pessoais-subjetivas, profissionais e acadêmicas que se entrelaçaram no interesse em compreender como ocorrem as experiências da maternidade, levando em consideração, além das desigualdades de gênero, as hierarquias de raça e classe social existentes entre as próprias mulheres, acarretando em privilégios e opressões. O corpus de pesquisa me permitiu construir uma análise através da qual pude problematizar as representações e identificações discursivas quanto às maternidades; as redes de apoio às mesmas; as paternidades e as relações entre maternidades e trabalho. Posteriormente, abordo a relação – ainda profundamente colonial - entre trabalhadoras domésticas remuneradas e empregadoras. Quanto aos resultados da pesquisa, foi possível compreender que o trabalho doméstico remunerado é uma das vias de desumanização das mulheres que exercem essa ocupação (assim como de suas experiências maternas) através de sua histórica racialização. Os discursos das interlocutoras trabalhadoras domésticas mostram a regulação de seus corpos por diversas vias, inclusive o trabalho. Trazem a presença da violência doméstica, negligências paternas e redes de apoio embora frágeis, mais comunitárias. No que se refere as relações entre maternidades e trabalho remunerado, seus discursos mostram que empregadoras(es) buscam diversas estratégias para mantê-las à seu dispor o máximo de tempo possível, o que torna frágil a presença materna aos/às filhos/as. Há, visando a manutenção de privilégios raciais e de classe, a constante negação e desumanização das maternidades das trabalhadoras domésticas por parte de empregadoras. Por outro lado, os discursos das interlocutoras empregadoras mostram experiências maternas – articuladas a diversos tipos de privilégios simbólicos e materiais - atravessadas por maiores possibilidades de conciliação entre família e trabalho, visto a presença de trabalhadoras domésticas em seus lares, elemento principal de suas redes de apoio. Os discursos das empregadoras trazem ainda a presença paterna, mesmo que desigual às maternas. A maternidade é compreendida como uma boa mudança de suas vidas, ainda que possa lhes causar sofrimento. Analiso também as relações entre trabalhadoras domésticas e empregadoras através das formas como umas identificam discursivamente às outras. As interlocutoras empregadoras buscaram ocultar relações de dominação mas seus discursos revelam a dinâmica da branquitude – identidade racial branca – e seus privilégios (BENTO, 2002; SCHUCMAN, 2012; CARDOSO, 2017). A branquitude de empregadoras se torna mais explícita, no entanto, nos discursos das trabalhadoras domésticas. Ocultos, dissimulados ou explícitos, os discursos trazem o racismo enquanto principal elemento das hierarquias entre as mulheres.FACEPEThis research aimed to understand discourses about maternities in their relations with social class and race, through paid domestic work. I had as interlocutors women housekeepers and women who kept in their homes employment relationships with housekeepers. Semi-structured interviews and observations were conducted at the Recife’s Domestic Workers Trade Union, analyzed through the Fairclough’s Discourse Critical Analysis (2001; 2010; 2012). I start from the feminist and decolonial perspective, and the readings on social relations need to pay attention to the historical, geopolitical and epistemological dimensions that cross and constitute political bodies (HARAWAY, 1995; MIGNOLO, 2008). Decolonial criticism postulate that colonial relations are perpetuated and updated even after the colonization of the Americas (QUIJANO, 2005; LUGONES, 2014). The construction trajectory of this research was through the search to sew personal-subjective, professional and academic experiences that were intertwined in the interest to understand how maternity experiences occur. Were considered the gender inequalities and hierarchies of race and social class among women, resulting in privileges and oppressions. The research corpus allowed me to construct an analysis through which I could problematize discursive representations and identifications regarding maternities; their support networks; paternity and the relationship between maternity and work. Subsequently, I address the still deeply colonial relationship between paid domestic workers and employers. It was possible to understand that paid domestic work is one of the ways of dehumanization of women who perform this occupation (as well as their maternal experiences) through its historical racialization. The speeches of the domestic worker interlocutors show the regulation of their bodies through different ways, including work. They bring the presence of domestic violence, parental neglect and fragile but more communal support networks. Regarding the relationship between maternity and paid work, their speeches show that employers use many strategies to keep them at their disposal for as long as possible, which makes the maternal presence to their children fragile. In order to maintain racial and class privileges, there is the constant denial and dehumanization of the maternity of domestic workers by employers. On the other hand, the speeches of the employer interlocutors show maternal experiences - articulated with various types of symbolic and material privileges - crossed by greater possibilities of reconciling family and work. And the presence of domestic workers in their homes is the main element of their support. The speeches of the employers also bring the paternal presence, even if unequal to the maternal ones. Motherhood is understood as a good change in their lives, even though it can cause them suffering. I also analyze the relationships between domestic workers and employers through how they identify discursively each other’s. The employer interlocutors try to hide relations of domination, but their discourses reveal the dynamics of whiteness - white racial identity - and its privileges (BENTO, 2002; SCHUCMAN, 2012; CARDOSO, 2017). The whiteness of employers becomes more explicit, however, in the discourses of domestic workers. Hidden, disguised or explicit, the discourses bring racism as the main element of hierarchies among that women.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologiaMaternidadeRaçasClasses sociaisTrabalho domésticoEmpregadas domésticasMaternidade, raça e classe : hierarquias, privilégios e opressões entre mulheres mães no contexto do trabalho doméstico remuneradoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38705/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52ORIGINALTESE Mariana Borelli Rodrigues.pdfTESE Mariana Borelli Rodrigues.pdfapplication/pdf1734926https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38705/1/TESE%20Mariana%20Borelli%20Rodrigues.pdfdc7c49077b70f9502999f2e9e8e9bc9eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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