Ética e alteridade: uma leitura a partir da filosofia de Martin Buber e suas implicações para a compreensão do outro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARAÚJO, Willamis Aprígio de
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10849
Resumo: “Ética e alteridade: uma leitura a partir da filosofia de Martin Buber e suas implicações para a compreensão do outro” é uma leitura filosófica das contribuições buberianas que se apresenta como uma reflexão conceitual, e ao mesmo tempo prática, na medida em que se propõe como um diálogo acerca da possibilidade de se pensar a relação ética na contemporaneidade. Assumindo uma metodologia hermenêutica do conjunto da obra do autor, este estudo busca investiga sobre como o outro concorre, na filosofia de Martin Buber, para a realização de uma ética contemporânea. O diálogo (princípio ontológico) assume, nesse itinerário, a centralidade de nossas investigações, este, no conjunto da obra de Buber, é marcado pela forma de relação de Ser a Ser. A vida dialógica é compreendida por Buber como um vínculo que expressa o mútuo envolvimento entre os seres. O ser capaz de entrar em relação por meio do responsabilizar-se com a palavra endereçada assume a postura de falar verdadeiramente de si. A atitude de que expressa a aparência de si é considerada como monológica, e por não favorecer a presença, ela não alcança o outro em sua alteridade. A verdadeira palavra requer ser abraçada na busca de um agir ético. A palavra possibilitadora do diálogo é endereçada pelo outro em sua totalidade. O humano, como ser de relação, é reconhecido em sua forma essencial no encontro com o outro, com o qual experimenta a reciprocidade, atitude fundamental à vida do diálogo. O homem que recebe a palavra deve responsabilizar-se em respondê-la. A resposta, necessariamente, acontece do lugar onde se estar numa atitude de não se preocupar consigo, mas de completo engajamento com os clamores do mundo que evocam a cada um de nós em particular e, de uma forma singular, a vida verdadeira, o encontro existencial. O ser capaz de responder às exigências do cotidiano em consonância com seu princípio ontológico é identificado como homem religioso. Religioso, em Buber, conota a disposição do homem em responder ao apelo do espírito. O diálogo com as filosofias de Kant, Nietzsche, Heidegger, Hegel e Sartre aponta para a incapacidade de reconhecer Deus, na sua íntima relação com o homem e com o mundo, como Aquele que mantemos verdadeiras relações por meio do outro. A relação com o outro, nesses termos, entrecruzam-se no Tu Eterno ao mesmo tempo em que se apresentam como estatuto ético. Portanto, concluímos em nosso estudo que as vivências travadas no cotidiano, em sua grande maioria, não expressam uma postura ética na medida em que os indivíduos não mais se preocupam com as ações que os possibilitem seu retorno ao âmago natural, isto é, a vida da relação. A crítica de Buber à sociedade hodierna aponta para a reflexão/ação de um resgate no tocante ao tecer ético do nosso existir em conformidade com o reconhecimento da alteridade. Ele responde às necessidades do seu tempo de forma positiva, propondo uma ética do inter-humano, contraponde-se a princípios universalistas que se interpõem à resposta singular de cada um. A alteridade é reconhecida pelo filósofo a partir da vida da relação com três diferentes seres: com a natureza, com os seres espirituais e com o próprio homem. O Reconhecimento das esferas que permeiam a relação com o outro buberiano foi imprescindível no conjunto de nossa pesquisa. Tais implicações, sobretudo, apontam para o que chamamos de o grande problema do inter-humano, a dualidade de ser e parece. No ser, o homem apresenta-se como verdadeiramente é, possibilitando a verdadeira palavra, ao passo que, no parecer, este homem apenas apresenta-se de uma forma fictícia instaurando uma espécie de palavra que não alcança o outro. O outro é reconhecido em nossa investigação conceitual como condição sine qua non para o reconhecimento do Eu como si mesmo, bem como se apresenta como alfa e o ômega que “orientam” o agir ético. Ele nos coloca no caminho do projeto divino na medida em que se oferece como caminho. Responsabilizar-se com o caminho (com o outro) sinaliza a proposta de uma ética buberiana na contemporaneidade.
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A vida dialógica é compreendida por Buber como um vínculo que expressa o mútuo envolvimento entre os seres. O ser capaz de entrar em relação por meio do responsabilizar-se com a palavra endereçada assume a postura de falar verdadeiramente de si. A atitude de que expressa a aparência de si é considerada como monológica, e por não favorecer a presença, ela não alcança o outro em sua alteridade. A verdadeira palavra requer ser abraçada na busca de um agir ético. A palavra possibilitadora do diálogo é endereçada pelo outro em sua totalidade. O humano, como ser de relação, é reconhecido em sua forma essencial no encontro com o outro, com o qual experimenta a reciprocidade, atitude fundamental à vida do diálogo. O homem que recebe a palavra deve responsabilizar-se em respondê-la. A resposta, necessariamente, acontece do lugar onde se estar numa atitude de não se preocupar consigo, mas de completo engajamento com os clamores do mundo que evocam a cada um de nós em particular e, de uma forma singular, a vida verdadeira, o encontro existencial. O ser capaz de responder às exigências do cotidiano em consonância com seu princípio ontológico é identificado como homem religioso. Religioso, em Buber, conota a disposição do homem em responder ao apelo do espírito. O diálogo com as filosofias de Kant, Nietzsche, Heidegger, Hegel e Sartre aponta para a incapacidade de reconhecer Deus, na sua íntima relação com o homem e com o mundo, como Aquele que mantemos verdadeiras relações por meio do outro. A relação com o outro, nesses termos, entrecruzam-se no Tu Eterno ao mesmo tempo em que se apresentam como estatuto ético. Portanto, concluímos em nosso estudo que as vivências travadas no cotidiano, em sua grande maioria, não expressam uma postura ética na medida em que os indivíduos não mais se preocupam com as ações que os possibilitem seu retorno ao âmago natural, isto é, a vida da relação. A crítica de Buber à sociedade hodierna aponta para a reflexão/ação de um resgate no tocante ao tecer ético do nosso existir em conformidade com o reconhecimento da alteridade. Ele responde às necessidades do seu tempo de forma positiva, propondo uma ética do inter-humano, contraponde-se a princípios universalistas que se interpõem à resposta singular de cada um. A alteridade é reconhecida pelo filósofo a partir da vida da relação com três diferentes seres: com a natureza, com os seres espirituais e com o próprio homem. O Reconhecimento das esferas que permeiam a relação com o outro buberiano foi imprescindível no conjunto de nossa pesquisa. Tais implicações, sobretudo, apontam para o que chamamos de o grande problema do inter-humano, a dualidade de ser e parece. No ser, o homem apresenta-se como verdadeiramente é, possibilitando a verdadeira palavra, ao passo que, no parecer, este homem apenas apresenta-se de uma forma fictícia instaurando uma espécie de palavra que não alcança o outro. O outro é reconhecido em nossa investigação conceitual como condição sine qua non para o reconhecimento do Eu como si mesmo, bem como se apresenta como alfa e o ômega que “orientam” o agir ético. Ele nos coloca no caminho do projeto divino na medida em que se oferece como caminho. 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