A festa de São Benedito em Lagarto-SE (1771-1928): limites e contradições da romanização
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Data de Publicação: | 2013 |
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Resumo: | Vila de Nossa Senhora da Piedade do Lagarto, Sergipe, janeiro, Largo do Rosário. Pessoas de diversas condições sociais e etnias se reúnem em torno de uma humilde capela para celebrar a memória de um dos santos mais populares da Igreja Católica: São Benedito. A festa bem que podia ser de preto, mas também foi de branco, de pardos, e roubou a cena das vivências de fé que a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário desde o século XVIII realizava na vila. Este foi o cenário que dominou por mais de um século e meio o cotidiano católico e a vida social das terras de Sílvio Romero, o primeiro a registrá-la em seus muitos escritos. Com a recatolização do Brasil e, aqui, de modo particular de Sergipe, gradativamente, e não necessariamente uniforme, a romanização foi ganhando novos rumos, novas tendências, à mercê não só das questões que o próprio tecido histórico oferecia, mas também de acordo com a tecedura verificada nas tensões e acomodações entre seus agentes religiosos: devotos e clero. Da condescendência do Padre João Batista de Carvalho Daltro, passando pela indiferença do Padre Vicente Francisco de Jesus, à completa antipatia do Padre José Geminiano de Freitas, a Festa de São Benedito, em Lagarto, se transformou numa memória silenciosa e silenciada, que se não se revelou, em um todo, numa vitória do projeto romanizador em Sergipe, também dá a certeza de que a Igreja esteve longe de ser una, revelando e confirmando, também, um catolicismo brasileiro multifacetado que se recria, ora como autoridade religiosa, ora como empresa religiosa que se sustenta frente às resistências e recriações das tradições religiosas populares. |
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