O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35988 |
Resumo: | Essa dissertação se propôs a estudar os vocativos a partir de dados de fala de uma comunidade marginalizada, como é o caso da fala gay, que por muito tempo foi desconsiderada pelos estudos da Sociolinguística tradicional. Nosso objetivo centra-se, então, na observação e descrição dos usos dos vocativos por esse grupo, assim como na observação da constituição dessa comunidade de prática. Para tanto, investigamos a fala de nove homens cis homossexuais do sertão pernambucano, cuja faixa etária é de 18-28 e o nível de instrução acadêmico é o mesmo, em três contextos de interação distintos (entrevista, conversa entre amigos, ambiente de trabalho). Analisamos, especificamente, os vocativos bicha e viado, que quando usados por uma pessoa de fora da comunidade gay são empregados, normalmente, como adjetivos pejorativos, mas quando usados pela comunidade, constituem-se em uma forma de tratamento e até recepção, indexando a segunda pessoa ao grupo, que é aberto a pessoas que não são gays, inclusive. Essa pesquisa de caráter qualitativo usa como aporte teórico-metodológico a Teoria da Variação Linguística (LABOV, 2001), lançando mão de vertentes da chamada Terceira onda dos estudos sociolinguísticos, cujo principal expoente é Eckert (2000). Dialogamos também com Butler (1990) e sua teoria da performatividade. Foram analisadas 86 sentenças em que havia ocorrência do fenômeno, somando um total de 93 vocativos. Estes se encontraram localizados em diferentes posições nas sentenças, como: i) vocativo à direita da oração (Or + Voc), ii) vocativo à esquerda da oração (Voc + Or), iii) vocativo precedido de interjeição (interj. + Voc + Or), iv) vocativo dentro da oração, no meio da oração (Or + Voc + Or) e v) duplo vocativo, localizados nas extremidades da oração, (Voc + Or + Voc). Observamos que: i) há um “diferente” tipo de ordem, referente à localização do vocativo na frase, a qual chamamos de duplo vocativo, que não é mencionada pela descrição gramatical; ii) há uma variação estilística por parte do informante quando se altera o contexto de interação; iii) o contexto de interação com amigos propicia a produtividade dos vocativos, assim como a rede social dos informantes interfere nos usos; iv) a comunidade de prática não pode ser definida apenas geograficamente; v) os vocativos bicha e viado expressam marca de identidade e/ou filiação a um grupo específico, confirmando nossa hipótese; e, por fim, vi) vemos que a identidade individual e/ou grupal é performada nos usos linguísticos que são feitos nas práticas sociais como forma de resistência e manutenção de uma identidade social. |
id |
UFPE_d06255e6ec6cfd1eec77e7427408dcdf |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/35988 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silvahttp://lattes.cnpq.br/6486548048943289http://lattes.cnpq.br/9266986050884432http://lattes.cnpq.br/1796648943044087SIBALDO, Marcelo AmorimBRITO, Dorothy Bezerra Silva de2020-01-15T16:16:19Z2020-01-15T16:16:19Z2019-08-21NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva. O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE: descrição e uso. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35988Essa dissertação se propôs a estudar os vocativos a partir de dados de fala de uma comunidade marginalizada, como é o caso da fala gay, que por muito tempo foi desconsiderada pelos estudos da Sociolinguística tradicional. Nosso objetivo centra-se, então, na observação e descrição dos usos dos vocativos por esse grupo, assim como na observação da constituição dessa comunidade de prática. Para tanto, investigamos a fala de nove homens cis homossexuais do sertão pernambucano, cuja faixa etária é de 18-28 e o nível de instrução acadêmico é o mesmo, em três contextos de interação distintos (entrevista, conversa entre amigos, ambiente de trabalho). Analisamos, especificamente, os vocativos bicha e viado, que quando usados por uma pessoa de fora da comunidade gay são empregados, normalmente, como adjetivos pejorativos, mas quando usados pela comunidade, constituem-se em uma forma de tratamento e até recepção, indexando a segunda pessoa ao grupo, que é aberto a pessoas que não são gays, inclusive. Essa pesquisa de caráter qualitativo usa como aporte teórico-metodológico a Teoria da Variação Linguística (LABOV, 2001), lançando mão de vertentes da chamada Terceira onda dos estudos sociolinguísticos, cujo principal expoente é Eckert (2000). Dialogamos também com Butler (1990) e sua teoria da performatividade. Foram analisadas 86 sentenças em que havia ocorrência do fenômeno, somando um total de 93 vocativos. Estes se encontraram localizados em diferentes posições nas sentenças, como: i) vocativo à direita da oração (Or + Voc), ii) vocativo à esquerda da oração (Voc + Or), iii) vocativo precedido de interjeição (interj. + Voc + Or), iv) vocativo dentro da oração, no meio da oração (Or + Voc + Or) e v) duplo vocativo, localizados nas extremidades da oração, (Voc + Or + Voc). Observamos que: i) há um “diferente” tipo de ordem, referente à localização do vocativo na frase, a qual chamamos de duplo vocativo, que não é mencionada pela descrição gramatical; ii) há uma variação estilística por parte do informante quando se altera o contexto de interação; iii) o contexto de interação com amigos propicia a produtividade dos vocativos, assim como a rede social dos informantes interfere nos usos; iv) a comunidade de prática não pode ser definida apenas geograficamente; v) os vocativos bicha e viado expressam marca de identidade e/ou filiação a um grupo específico, confirmando nossa hipótese; e, por fim, vi) vemos que a identidade individual e/ou grupal é performada nos usos linguísticos que são feitos nas práticas sociais como forma de resistência e manutenção de uma identidade social.This dissertation aimed to study the use of vocatives from speech data of a marginalized community, the gay community, which has long been disregarded by traditional sociolinguistics studies. Our goal lays on the observation and description of the use of vocatives by this group, as well as on the observation of the constitution of its community of practice. To achieve this, we investigated the speech of nine homosexual cis men from the hinterland of Pernambuco, whose age range is 18-28 years old and the level of scholarity is the same, in three different contexts of interaction (sociolinguistic interview, chat among friends and work environment). We specifically look at the vocatives bicha and viado, which are usually pejorative adjectives when used by a person outside the gay community, but which constitute a form of treatment and even reception when used by the community, indexing the second person to the group, which is open to non-gay people as well. This qualitative research uses as theoretical and methodological support the Theory of Linguistic Variation (LABOV, 2001), making use of the so-called third wave of sociolinguistic studies, whose main exponent is Eckert (2000). We also dialog with Butler (1990) and her theory of performativity. We analyzed 86 sentences in which the phenomenon occurred, a total of 93 vocatives. These were found in different positions in the sentences, such as: i) vocative on the right of the sentence (Sent + Voc), ii) vocative on the left of the sentence (Voc + Sent), iii) vocative preceded by interjection (interj. + Voc + Sent), iv) vocative within the sentence, in the middle of the sentence (Sent + Voc + Sent) and v) double vocative, located before and after the sentence, (Voc + Sent + Voc). We noticed that i) there is a “different” type of order, referring to the location of the vocative in the sentence, which we call the double vocative and which is not mentioned by grammarians; ii) the informants show stylistic variation when there is a change of the context of interaction; iii) the context of interaction with friends favors the productivity of vocatives, the same way the informants' social network interferes with their uses; iv) the community of practice cannot be defined geographically only; v) the vocatives bicha and viado express a mark of identity and/or affiliation to a specific group, confirming our hypothesis; finally, we see that vi) individual identity or group identity performed by using the linguistic uses are built in social practices as a form of resistance and maintenance of a social identity.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessVocativoFala gayComunidade de práticaO vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e usoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdf.txtDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdf.txtExtracted texttext/plain235233https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdf.txt722477427886cc1a453d9dabdbb881d8MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1219https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdf.jpge07d18b15fe0d600386b653303ee9f4aMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdfDISSERTAÇÃO Jamilys Maiara da Silva Nogueira.pdfapplication/pdf1392994https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdfc38ba47a64530af551a2d2427cf14007MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53123456789/359882020-01-16 02:14:06.994oai:repositorio.ufpe.br:123456789/35988TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212020-01-16T05:14:06Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
title |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
spellingShingle |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva Vocativo Fala gay Comunidade de prática |
title_short |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
title_full |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
title_fullStr |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
title_full_unstemmed |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
title_sort |
O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE : descrição e uso |
author |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva |
author_facet |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6486548048943289 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/9266986050884432 |
dc.contributor.advisor-coLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1796648943044087 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
SIBALDO, Marcelo Amorim |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
BRITO, Dorothy Bezerra Silva de |
contributor_str_mv |
SIBALDO, Marcelo Amorim BRITO, Dorothy Bezerra Silva de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Vocativo Fala gay Comunidade de prática |
topic |
Vocativo Fala gay Comunidade de prática |
description |
Essa dissertação se propôs a estudar os vocativos a partir de dados de fala de uma comunidade marginalizada, como é o caso da fala gay, que por muito tempo foi desconsiderada pelos estudos da Sociolinguística tradicional. Nosso objetivo centra-se, então, na observação e descrição dos usos dos vocativos por esse grupo, assim como na observação da constituição dessa comunidade de prática. Para tanto, investigamos a fala de nove homens cis homossexuais do sertão pernambucano, cuja faixa etária é de 18-28 e o nível de instrução acadêmico é o mesmo, em três contextos de interação distintos (entrevista, conversa entre amigos, ambiente de trabalho). Analisamos, especificamente, os vocativos bicha e viado, que quando usados por uma pessoa de fora da comunidade gay são empregados, normalmente, como adjetivos pejorativos, mas quando usados pela comunidade, constituem-se em uma forma de tratamento e até recepção, indexando a segunda pessoa ao grupo, que é aberto a pessoas que não são gays, inclusive. Essa pesquisa de caráter qualitativo usa como aporte teórico-metodológico a Teoria da Variação Linguística (LABOV, 2001), lançando mão de vertentes da chamada Terceira onda dos estudos sociolinguísticos, cujo principal expoente é Eckert (2000). Dialogamos também com Butler (1990) e sua teoria da performatividade. Foram analisadas 86 sentenças em que havia ocorrência do fenômeno, somando um total de 93 vocativos. Estes se encontraram localizados em diferentes posições nas sentenças, como: i) vocativo à direita da oração (Or + Voc), ii) vocativo à esquerda da oração (Voc + Or), iii) vocativo precedido de interjeição (interj. + Voc + Or), iv) vocativo dentro da oração, no meio da oração (Or + Voc + Or) e v) duplo vocativo, localizados nas extremidades da oração, (Voc + Or + Voc). Observamos que: i) há um “diferente” tipo de ordem, referente à localização do vocativo na frase, a qual chamamos de duplo vocativo, que não é mencionada pela descrição gramatical; ii) há uma variação estilística por parte do informante quando se altera o contexto de interação; iii) o contexto de interação com amigos propicia a produtividade dos vocativos, assim como a rede social dos informantes interfere nos usos; iv) a comunidade de prática não pode ser definida apenas geograficamente; v) os vocativos bicha e viado expressam marca de identidade e/ou filiação a um grupo específico, confirmando nossa hipótese; e, por fim, vi) vemos que a identidade individual e/ou grupal é performada nos usos linguísticos que são feitos nas práticas sociais como forma de resistência e manutenção de uma identidade social. |
publishDate |
2019 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-08-21 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-01-15T16:16:19Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2020-01-15T16:16:19Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva. O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE: descrição e uso. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35988 |
identifier_str_mv |
NOGUEIRA, Jamilys Maiara da Silva. O vocativo numa comunidade de prática gay de Serra Talhada-PE: descrição e uso. 2019. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019. |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35988 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pos Graduacao em Letras |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFPE |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdf.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jamilys%20Maiara%20da%20Silva%20Nogueira.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/35988/3/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
722477427886cc1a453d9dabdbb881d8 e07d18b15fe0d600386b653303ee9f4a c38ba47a64530af551a2d2427cf14007 e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 bd573a5ca8288eb7272482765f819534 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1797780530467438592 |