A qualidade de vida das famílias no Perímetro Irrigado de São Gonçalo: ethos e racionalidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GOMES, Ramonildes Alves
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000kcfs
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9781
Resumo: O objetivo desta tese é compreender e explicar os indicadores que as famílias colonas do Perímetro Irrigado de São Gonçalo (PISG) utilizam para avaliar a sua qualidade de vida. O estudo sugere que a qualidade de vida dessas famílias é definida por uma lógica que relaciona elementos de uma ordem moral, centrada no ethos do colono, definido por aspectos como: família, terra, trabalho aos elementos de uma razão prática representada pelo acesso à água, às políticas públicas e às condições para morar, trabalhar e oferecer oportunidades aos filhos. Para situar o tema da qualidade de vida na abordagem sociológica, privilegiamos argumentos da economia moral, fundamentados na tese do Desenvolvimento como Liberdade de Amartya Sen (2000) articulada à categoria sociológica estilo de vida, cunhada por Bourdieu (1983) e associada à sociologia da família camponesa. A partir da experiência de vida como sitiantes e da relação com a família, com o trabalho da terra é que esse grupo pensa, organiza e dá sentido ao mundo social. Portanto, é a origem camponesa que vai estruturar a vida material e simbólica dessas famílias, influenciando a formação de uma identidade coletiva, que antecede e se sobrepõe à consciência individual, característica do homem moderno. Essa articulação possibilitou a formulação de um argumento capaz de explicar a complexidade das práticas inerentes ao estilo de vida do irrigante, sem romper completamente com o estilo de vida do camponês, ambos legitimadores de um conceito de qualidade de vida. Como estratégia metodológica, optamos por um estudo etnográfico, tendo como foco as trajetórias de vida narradas, as ações e as representações sociais observadas no próprio cotidiano das famílias. A pesquisa foi realizada no período de 2002 a 2004. Os dados foram analisados a luz do debate sobre as categorias habitus, estilos de vida e economia moral. Para nós, abordar a qualidade de vida, a partir desse referencial, permitiu concluir que este é um conceito que se expressa por um lado, num projeto de vida idealizado e, por outro, por carências e necessidades definidas na sociedade de consumo. Nesse sentido, o acesso à terra, à água e a melhores condições de vida conquistadas dentro do Projeto de Irrigação, não são os únicos bens valorizados pelas famílias na avaliação da sua qualidade de vida. Mais do que isso, para elas, é necessário que haja respeito aos valores e às disposições internalizadas. E mais, que seja assegurada a continuidade de um modo de vida, definido por uma ética da qual depende a sua felicidade
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O estudo sugere que a qualidade de vida dessas famílias é definida por uma lógica que relaciona elementos de uma ordem moral, centrada no ethos do colono, definido por aspectos como: família, terra, trabalho aos elementos de uma razão prática representada pelo acesso à água, às políticas públicas e às condições para morar, trabalhar e oferecer oportunidades aos filhos. Para situar o tema da qualidade de vida na abordagem sociológica, privilegiamos argumentos da economia moral, fundamentados na tese do Desenvolvimento como Liberdade de Amartya Sen (2000) articulada à categoria sociológica estilo de vida, cunhada por Bourdieu (1983) e associada à sociologia da família camponesa. A partir da experiência de vida como sitiantes e da relação com a família, com o trabalho da terra é que esse grupo pensa, organiza e dá sentido ao mundo social. Portanto, é a origem camponesa que vai estruturar a vida material e simbólica dessas famílias, influenciando a formação de uma identidade coletiva, que antecede e se sobrepõe à consciência individual, característica do homem moderno. Essa articulação possibilitou a formulação de um argumento capaz de explicar a complexidade das práticas inerentes ao estilo de vida do irrigante, sem romper completamente com o estilo de vida do camponês, ambos legitimadores de um conceito de qualidade de vida. Como estratégia metodológica, optamos por um estudo etnográfico, tendo como foco as trajetórias de vida narradas, as ações e as representações sociais observadas no próprio cotidiano das famílias. A pesquisa foi realizada no período de 2002 a 2004. Os dados foram analisados a luz do debate sobre as categorias habitus, estilos de vida e economia moral. Para nós, abordar a qualidade de vida, a partir desse referencial, permitiu concluir que este é um conceito que se expressa por um lado, num projeto de vida idealizado e, por outro, por carências e necessidades definidas na sociedade de consumo. Nesse sentido, o acesso à terra, à água e a melhores condições de vida conquistadas dentro do Projeto de Irrigação, não são os únicos bens valorizados pelas famílias na avaliação da sua qualidade de vida. Mais do que isso, para elas, é necessário que haja respeito aos valores e às disposições internalizadas. E mais, que seja assegurada a continuidade de um modo de vida, definido por uma ética da qual depende a sua felicidadeCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessQualidade de vidaSociologia ruralPerímetros irrigadosA qualidade de vida das famílias no Perímetro Irrigado de São Gonçalo: ethos e racionalidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo9325_1.pdf.jpgarquivo9325_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1266https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9781/4/arquivo9325_1.pdf.jpg455df0527b0f1bf3e51dbed9aa498c15MD54ORIGINALarquivo9325_1.pdfapplication/pdf4284341https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9781/1/arquivo9325_1.pdf264893b7a88b667336ca8a4ebad0ebaaMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9781/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo9325_1.pdf.txtarquivo9325_1.pdf.txtExtracted texttext/plain617740https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9781/3/arquivo9325_1.pdf.txt3a7b12f755f2bf7588c28f86edc0e850MD53123456789/97812019-10-25 06:19:00.567oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9781Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T09:19Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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