Efeito do Treinamento Físico Moderado sobre Linfócitos do Sangue e Baço de Ratos Adultos Submetidos à Desnutrição Perinatal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Senna, Sueli Moreno
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000000gzg
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13869
Resumo: A desnutrição infantil é um problema de saúde pública que afeta principalmente países em desenvolvimento. Dentre as mortes associadas à desnutrição, 68% são de causa infecciosa. Isso ocorre pois, nas fases de desenvolvimento, a desnutrição leva a respostas imunológicas distorcidas frente a um desafio infeccioso. Entretanto, a plasticidade fenotípica confere ao organismo constante adaptação ao interagir com as demandas do ambiente. Dentre vários fatores ambientais, o exercício físico pode ser benéfico para o sistema imunológico. Portanto, investigamos o efeito do treinamento físico moderado sobre parâmetros imunológicos de animais adultos submetidos à desnutrição proteica materna perinatal. Ratas Wistar virgens foram acasaladas e, após a constatação da cópula, foram divididas em dois grupos conforme a dieta oferecida: controle (C, n=10, proteína a 17%); e desnutrido (LP – low protein, n=10, proteína a 8%). Após o desmame das ninhadas os filhotes machos permaneceram no experimento recebendo dieta padrão de laboratório. Aos 60 dias de vida os filhotes foram submetidos a treinamento físico moderado (70% VO2max, 60 minutos/dia, 5 dias/semana, 8 semanas) e subdivididos da seguinte forma: controle (C, n=17); treinado (T, n=19); desnutrido (low protein) (LP, n=19) e desnutrido treinado (LP+T, n=17). Após 24 horas do término do treinamento os ratos receberam injeção intraperitoneal de lipopolissacarídeo (LPS, 1mg/ml/kg de peso corporal) para simular um estado séptico. Permaneceram então oito grupos: controle (C, n=8); controle endotoxêmico (C+LPS, n=9); treinado (T, n=10); treinado endotoxêmico (T+LPS, n=9); desnutrido (LP, n=9); desnutrido endotoxêmico (LP+LPS, n=10), desnutrido treinado (LP+T, n=8) e desnutrido treinado endotoxêmico (LP+T+LPS, n=9). Após 24 horas da injeção os animais foram decapitados para coleta de sangue e baço. Os seguintes parâmetros imunológicos foram avaliados: distribuição de linfócitos T, B e Nk no baço e no sangue; taxa de apoptose de linfócitos esplênicos e concentração sérica de TNF-. Ratos LP apresentaram maior porcentagem de linfócitos NK esplênicos que ratos controle (LP+LPS = 3,3±0,3%; C+LPS = 1,9±0,3%), situação que foi revertida pelo treinamento físico (LP+T+LPS = 1,6±0,3%, p<0,001). Adicionalmente, linfócitos do baço de ratos LP apresentaram maiores taxas de despolarização mitocondrial (MTD) e externalização de fosfatidilserina (PSE) que ratos controle (MTD: LP+LPS = 18,0±1,9% vs C+LPS = 6,1±1,9%, p<0,001; PSE: LP+LPS = 51,0±3,7% vs C+LPS = 26,5±2,8%, p<0,001). Entretanto, ratos LP+T+LPS apresentaram menor taxa de apoptose que ratos LP+LPS (MTD: LP+T+LPS = 9,0±1,8%, p<0,01; PSE: LP+T+LPS = 30,7±3,4%, p<0,001). A desnutrição proteica perinatal também alterou a distribuição de linfócitos T circulantes. Ratos LP+LPS apresentaram menores porcentagens que ratos C+LPS (39.6±2.3% vs 72,9±1,8%, p<0,001). Em ratos LP+T+LPS, essa resposta foi revertida (LP+T+LPS = 58,1±2,8%, p<0,001). Avaliamos ainda a concentração sérica de TNF- importante citocina inflamatória. Os ratos LP apresentaram elevada concentração sérica de TNF- independentemente do treinamento físico (LP+LPS = 26,7±3,8 vs C+LPS = 7,9±3,4 pg/mL, p<0,001; LP+T+LPS = 23,9±3,3 vs T+LPS = 4,7±2,9 pg/mL, p<0,001). Em resumo, a desnutrição perinatal induziu aumento da taxa de apoptose de linfócitos acompanhada de alteração do perfil linfocítico do baço e sangue durante evento endotoxêmico na prole adulta. O treinamento físico em intensidade moderada foi capaz de reverter esse quadro.
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Ratas Wistar virgens foram acasaladas e, após a constatação da cópula, foram divididas em dois grupos conforme a dieta oferecida: controle (C, n=10, proteína a 17%); e desnutrido (LP – low protein, n=10, proteína a 8%). Após o desmame das ninhadas os filhotes machos permaneceram no experimento recebendo dieta padrão de laboratório. Aos 60 dias de vida os filhotes foram submetidos a treinamento físico moderado (70% VO2max, 60 minutos/dia, 5 dias/semana, 8 semanas) e subdivididos da seguinte forma: controle (C, n=17); treinado (T, n=19); desnutrido (low protein) (LP, n=19) e desnutrido treinado (LP+T, n=17). Após 24 horas do término do treinamento os ratos receberam injeção intraperitoneal de lipopolissacarídeo (LPS, 1mg/ml/kg de peso corporal) para simular um estado séptico. 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Adicionalmente, linfócitos do baço de ratos LP apresentaram maiores taxas de despolarização mitocondrial (MTD) e externalização de fosfatidilserina (PSE) que ratos controle (MTD: LP+LPS = 18,0±1,9% vs C+LPS = 6,1±1,9%, p<0,001; PSE: LP+LPS = 51,0±3,7% vs C+LPS = 26,5±2,8%, p<0,001). Entretanto, ratos LP+T+LPS apresentaram menor taxa de apoptose que ratos LP+LPS (MTD: LP+T+LPS = 9,0±1,8%, p<0,01; PSE: LP+T+LPS = 30,7±3,4%, p<0,001). A desnutrição proteica perinatal também alterou a distribuição de linfócitos T circulantes. Ratos LP+LPS apresentaram menores porcentagens que ratos C+LPS (39.6±2.3% vs 72,9±1,8%, p<0,001). Em ratos LP+T+LPS, essa resposta foi revertida (LP+T+LPS = 58,1±2,8%, p<0,001). Avaliamos ainda a concentração sérica de TNF- importante citocina inflamatória. 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