Lupus eritematoso sistêmico: características clínico-epidemiológicas de 151 pacientes acompanhados em uma clínica privada de Recife/PE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dória Batista, Andréa
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7046
Resumo: O presente estudo teve como objetivo descrever e comparar as características clínicas e epidemiológicas de 151 pacientes com Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) acompanhados em uma clínica privada em Recife/ PE, nos períodos de 1963 a 1981 e de 1982 a 1997. Todos os pacientes preenchiam pelo menos 4 dos 11 critérios de classificação para LES do Colégio Americano de Reumatologia (ACR), de 1982. Foi realizada análise retrospectiva das características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas dos casos. Trinta e dois pacientes iniciaram o acompanhamento no período de 1963 a 1981 (grupo I) e 119 pacientes, no período de 1982 a 1997 (grupo II). Para a análise estatística, foram utilizados o teste de qui-quadrado de Pearson ou, quando necessário, o teste exato de Fisher. Considerou-se significância estatística quando p<0,05. Dos 151 pacientes, 91,4% eram do gênero feminino e 94,7% eram brancos. A média de idade no início do acompanhamento foi de 30 anos (9-55 anos). As manifestações clínicas mais freqüentes foram as osteoarticulares (94,7%) e cutâneas (91,4%). O grupo I apresentou maior freqüência de sintomas cardíacos (p=0,008), síndrome nefrótica (p=0,012), hipoalbuminemia (p=0,000), hipergamaglobulinemia (p=0,005), cilindros granulosos no sedimento urinário (p=0,000) e células LE (p=0.015), enquanto o grupo II apresentou maior freqüência de manifestações cutâneas (p=0,021) e osteoarticulares (p=0,04). Das 55 gestações observadas, 70,9% transcorreram sem complicações obstétricas. A freqüência destas complicações foi maior nas gestantes do grupo I (p=0,022). Observou-se aumento da sobrevida dos pacientes ao longo dos anos, com percentual de óbito de 46,9% no grupo I e 10,1% no grupo II (p=0,00). Esta diferença significante permaneceu mesmo após o controle por tempo de doença. Concluí-se que, no período de 1982 a 1997, os pacientes evoluíram com quadro clínico menos grave da doença, além de apresentarem menor mortalidade. Esta melhora na morbi-mortalidade pode estar relacionada com diagnóstico mais precoce e melhora na qualidade assistencial destes pacientes
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