Correlações bioestratigráficas e faciológicas da fase pós-rifte das bacias de Araripe, Tucano norte e Jatobá, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GUZMÁN GONZÁLEZ, Juliana
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000002j63
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50279
Resumo: As bacias mesozoicas interiores de Araripe, Tucano Norte e Jatobá representam um ramo do Rifte Sul-Atlântico abortado no Eoaptiano. A seção pós-rifte, correspondente ao Andar Local Alagoas, Biozona Ostracoda 011 (Aptiano), é registrada na Bacia do Araripe pelo Grupo Santana, que é constituído, da base para topo, pelas formações Barbalha, Crato, Ipubi e Romualdo. Nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, a Formação Marizal é correlata à Formação Barbalha e, com exceção da Formação Ipubi, as demais unidades litoestratigráficas de mesmo nome e correlatas às do Grupo Santana são registradas. Seis testemunhos de sondagem e quinze afloramentos foram litologicamente caracterizados e amostrados, resultando em mais de 100.000 espécimes de ostracodes e mais de 9.300 espécimes de foraminíferos recuperados ao longo da sequência pós-rifte das três bacias estudadas. Os microfósseis recuperados da Bacia do Araripe se apresentaram melhor preservados, abundantes e diversos em comparação com as bacias de Tucano Norte e Jatobá, proporcionando uma taxonomia de Ostracoda mais detalhada, que, integrada à ocorrência de foraminíferos, permitiu o refinamento bioestratigráfico e paleoambiental do Grupo Santana, base para a posterior correlação com as demais bacias. Vinte e cinco táxons de ostracodes foram identificados, incluindo a proposição de cinco espécies novas: Damonella pumila, Pattersoncypris cucurves, Pattersoncypris kroemmelbeini, Ilyocypris coimbrai e Rhinocypris spinata. A Zona Pattersoncypris micropapillosa (OST-011), foi descrita e dividida nas subzonas Pattersoncypris cucurves (OST-011.1) (Camadas Batateira, Formação Barbalha), Pattersoncypris cucurves-Neuquenocypris berthoui (OST-011.2) (sequência superior da Formação Barbalha), Damonella grandiensis (OST-011.3) (Formação Crato) e Pattersoncypris crepata (OST-011.4) (formações Ipubi e Romualdo). Dois intervalos bioestratigráficos de foraminíferos planctônicos foram identificados permitindo a calibração internacional das subzonas de ostracodes, a Zona Leupoldina cabri do Aptiano inferior contém as subzonas OST-011.1 a OST-011.2 e a zona composta Hedbergella infracretacea– Microhedbergella miniglobularis do Aptiano superior correlacionada com a subzona OST- 011.4. Durante o Aptiano, a Bacia do Araripe evoluiu de um ambiente transicional a marinho, registrando o “Sistema Estuarino Batateira” no Eoaptiano, seguido de uma progradação continental representada pelo “Sistema Fluvial Barbalha” até uma nova transgressão que originou um delta de cabeceira. No início do Neoaptiano, desenvolveu-se a “Baía Crato”, que posteriormente retrogradou gerando uma rampa restrita sob aridez extrema e a precipitação do “Evaporito Ipubi”. A última fase deposicional aconteceu no final do Aptiano com a completa instalação do mar na “Rampa Externa Romualdo”. Litologicamente e bioestratigraficamente é possível correlacionar os estratos do Grupo Santana da Bacia do Araripe e as unidades pós-rift das bacias Tucano Norte e Jatobá, a partir da análise de associações de fácies tanto macro como microscópica e das ocorrências de ostracodes e foraminíferos.
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Nas bacias de Tucano Norte e Jatobá, a Formação Marizal é correlata à Formação Barbalha e, com exceção da Formação Ipubi, as demais unidades litoestratigráficas de mesmo nome e correlatas às do Grupo Santana são registradas. Seis testemunhos de sondagem e quinze afloramentos foram litologicamente caracterizados e amostrados, resultando em mais de 100.000 espécimes de ostracodes e mais de 9.300 espécimes de foraminíferos recuperados ao longo da sequência pós-rifte das três bacias estudadas. Os microfósseis recuperados da Bacia do Araripe se apresentaram melhor preservados, abundantes e diversos em comparação com as bacias de Tucano Norte e Jatobá, proporcionando uma taxonomia de Ostracoda mais detalhada, que, integrada à ocorrência de foraminíferos, permitiu o refinamento bioestratigráfico e paleoambiental do Grupo Santana, base para a posterior correlação com as demais bacias. Vinte e cinco táxons de ostracodes foram identificados, incluindo a proposição de cinco espécies novas: Damonella pumila, Pattersoncypris cucurves, Pattersoncypris kroemmelbeini, Ilyocypris coimbrai e Rhinocypris spinata. A Zona Pattersoncypris micropapillosa (OST-011), foi descrita e dividida nas subzonas Pattersoncypris cucurves (OST-011.1) (Camadas Batateira, Formação Barbalha), Pattersoncypris cucurves-Neuquenocypris berthoui (OST-011.2) (sequência superior da Formação Barbalha), Damonella grandiensis (OST-011.3) (Formação Crato) e Pattersoncypris crepata (OST-011.4) (formações Ipubi e Romualdo). Dois intervalos bioestratigráficos de foraminíferos planctônicos foram identificados permitindo a calibração internacional das subzonas de ostracodes, a Zona Leupoldina cabri do Aptiano inferior contém as subzonas OST-011.1 a OST-011.2 e a zona composta Hedbergella infracretacea– Microhedbergella miniglobularis do Aptiano superior correlacionada com a subzona OST- 011.4. Durante o Aptiano, a Bacia do Araripe evoluiu de um ambiente transicional a marinho, registrando o “Sistema Estuarino Batateira” no Eoaptiano, seguido de uma progradação continental representada pelo “Sistema Fluvial Barbalha” até uma nova transgressão que originou um delta de cabeceira. No início do Neoaptiano, desenvolveu-se a “Baía Crato”, que posteriormente retrogradou gerando uma rampa restrita sob aridez extrema e a precipitação do “Evaporito Ipubi”. A última fase deposicional aconteceu no final do Aptiano com a completa instalação do mar na “Rampa Externa Romualdo”. Litologicamente e bioestratigraficamente é possível correlacionar os estratos do Grupo Santana da Bacia do Araripe e as unidades pós-rift das bacias Tucano Norte e Jatobá, a partir da análise de associações de fácies tanto macro como microscópica e das ocorrências de ostracodes e foraminíferos.ANPThe Araripe, Tucano Norte and Jatobá Mesozoic basins represent a branch of the South Atlantic Rift aborted in the early Aptian. The post-rift phase, which corresponds to the Alagoas Local Stage, Ostracoda Biozone 011 (Aptian), is recorded in the Araripe Basin by the Santana Group, constituted from base to top by the Barbalha, Crato, Ipubi and Romualdo formations. In the Tucano Norte and Jatobá basins, the Marizal Formation is correlated with the Barbalha Formation, and excepting the Ipubi Formation the other units with same name and correlated to those of the Santana Group are recorded. Six well cores and fifteen outcrops were lithologically characterized and sampled, resulting in more than 100,000 ostracod specimens and more than 9,300 foraminifer specimens along the post-rift sequence from the three studied basins. The microfossils recovered from the Araripe Basin presented better preservation, abundance and diversity compared with the Tucano Norte and Jatobá basins, providing a more detailed Ostracoda taxonomy that, integrated to the Foraminifera occurrence allowed the biostratigraphic and palaeoenvironmental refinement of the Santana Group, base for the posterior correlation with the other basins. Twenty-five ostracod taxa were identified, including the proposal of five new species: Damonella pumila, Pattersoncypris cucurves, Pattersoncypris kroemmelbeini, Ilyocypris coimbrai e Rhinocypris spinata. The Pattersoncypris micropapillosa Zone (OST-011) was described and divided into the subzones Pattersoncypris cucurves (OST- 011.1), Pattersoncypris cucurves-Neuquenocypris berthoui (OST-011.2), Damonella grandiensis (OST-011.3) and Pattersoncypris crepata (OST-011.4). Two biostratigraphic intervals of planktic foraminifers were identified allowing the international calibration of the ostracod subzones, the lower Aptian Leupoldina cabri Zone contents the OST-011.1 to OST- 011.2 subzones, and the upper Aptian Hedbergella infracretacea–Microhedbergella miniglobularis composite zone correlated to the OST-011.4 subzone. During the Aptian, the Araripe Basin evolved from a transitional to a marine environment, recording the early Aptian “Batateira Estuarine System”, followed by a continental progradation represented by the “Barbalha Fluvial System” up to a new transgression originating a bayhead delta. In the beginning of the late Aptian, the “Crato Bay” developed, that posteriorly retrograded forming a restricted marine ramp under extreme aridity and the precipitation of the “Ipubi Evaporite”. The last depositional phase took place during the latest Aptian with the full installation of the sea on the “Romualdo Outer Ramp”. Lithologically and biostratigraphically it is possible to correlate the Santana Group strata and the post-ritf units of the Tucano Norte and Jatobá basins, from the analyses of macro and microfacies and of the ostracods and foraminifera occurrence.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em GeocienciasUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessGeociênciasAptianoAndar AlagoasNordeste do BrasilOstracodesForaminíferosAmbiente transicionalCorrelações bioestratigráficas e faciológicas da fase pós-rifte das bacias de Araripe, Tucano norte e Jatobá, Nordeste do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50279/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52ORIGINALTESE Juliana Guzmán González.pdfTESE Juliana Guzmán González.pdfapplication/pdf18258248https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/50279/1/TESE%20Juliana%20Guzm%c3%a1n%20Gonz%c3%a1lez.pdfc1ab2a0c45ab9031af16a69263d03855MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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