A produção de cuidados no cotidiano de um serviço de atenção à saúde do homem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quirino, Túlio Romério Lopes
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000014r2r
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11217
Resumo: Esta pesquisa se insere no campo de debates sobre gênero e produção de cuidados à saúde dos homens, alinhando-se às discussões que vem orientando estudos em psicologia social sobre práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano (SPINK, 2004), a partir de uma perspectiva construcionista. Dialogando com usuários de um serviço de saúde voltado para os homens e com trabalhadores/as deste serviço, buscou-se compreender como se constrói a produção de cuidados em saúde neste contexto de implantação de uma política recente. O campo de investigação escolhido compreendeu uma unidade básica de saúde que desenvolve ações de cuidado à Saúde do Homem, em um distrito sanitário da região metropolitana de Recife-PE. As informações produzidas neste trabalho resultam de entrevistas realizadas com doze homens, seis profissionais e cinco agentes comunitários de saúde que interatuavam no serviço pesquisado. Tais entrevistas foram audiogravadas e transcritas para análise. O trabalho analítico desenvolveu-se a partir de questões-eixo que contemplavam os modos como usuários do serviço e trabalhadores/as operavam a saúde do homem em seu dia-a-dia. Em linhas gerais, as análises produzidas indicam que o cuidado à saúde do homem é permeado por uma complexa rede de relações que, inegavelmente, produz-se em regimes de verdade e jogos de poder. As falas dos/as trabalhadores/as acabam (de)marcando os corpos dos homens e limitando suas possibilidades de existir ou de desenvolver práticas de cuidado. Algumas falas indicam como as questões de gênero se implicam nos modos de cuidar e nas relações dos sujeitos com os seus corpos. Observaram-se práticas discursivas marcadas pela negação: homem não se cuida, não acessa o serviço de saúde, não é como a mulher, não participa etc. Os/as interlocutores/as citam uma série de argumentos desfavoráveis à disponibilização de ações voltadas à população masculina no serviço e, em consequência, algumas justificativas para a menor presença dos homens se mantém, tais como a associação do hábito de cuidar ao âmbito feminino e as diferenças de horário entre trabalho e funcionamento dos serviços. Além disso, há uma noção de saúde marcada pela prevenção de agravos, medicalização e normatização das práticas de cuidado. Entre os homens e trabalhadores/as esta produção discursiva parece se alinhar, os quais apresentam uma noção de cuidado que algumas vezes extrapola o processo saúde-doença, mas que acabam reproduzindo práticas orientadas por um amplo tecnicismo médico centrado. Compreende-se que as atividades desenvolvidas no serviço pesquisado têm efeitos positivos nas ações de cuidado dos homens, no entanto, estas ainda apresentam tensões. Iniciativas têm sido feitas, embora elas ainda careçam de reflexões e amadurecimento para tornarem-se mais efetivas e abrangentes, pois, desafios continuam a surgir. Por fim, acredita-se que é necessário relativizar os modos como o cuidado à saúde do homem se produz, bem como os saberes e as práticas que o norteiam. Ao mesmo tempo, é necessária reflexão crítica sobre um dos princípios que sustentam a Política Nacional de Atenção Integral aos Homens na Saúde, a saber, o pressuposto de que a demanda de serviços de saúde por parte dos homens seria necessariamente um indicador de cuidado.
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O campo de investigação escolhido compreendeu uma unidade básica de saúde que desenvolve ações de cuidado à Saúde do Homem, em um distrito sanitário da região metropolitana de Recife-PE. As informações produzidas neste trabalho resultam de entrevistas realizadas com doze homens, seis profissionais e cinco agentes comunitários de saúde que interatuavam no serviço pesquisado. Tais entrevistas foram audiogravadas e transcritas para análise. O trabalho analítico desenvolveu-se a partir de questões-eixo que contemplavam os modos como usuários do serviço e trabalhadores/as operavam a saúde do homem em seu dia-a-dia. Em linhas gerais, as análises produzidas indicam que o cuidado à saúde do homem é permeado por uma complexa rede de relações que, inegavelmente, produz-se em regimes de verdade e jogos de poder. As falas dos/as trabalhadores/as acabam (de)marcando os corpos dos homens e limitando suas possibilidades de existir ou de desenvolver práticas de cuidado. 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Ao mesmo tempo, é necessária reflexão crítica sobre um dos princípios que sustentam a Política Nacional de Atenção Integral aos Homens na Saúde, a saber, o pressuposto de que a demanda de serviços de saúde por parte dos homens seria necessariamente um indicador de cuidado.CAPESporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessSaúde do homemProdução de cuidadosAtenção básicaPráticas discursivasPráticas de cuidado.A produção de cuidados no cotidiano de um serviço de atenção à saúde do homeminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO (Túlio Romério Lopes Quirino).pdf.jpgDISSERTAÇÃO (Túlio Romério Lopes Quirino).pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1291https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11217/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20%28T%c3%balio%20Rom%c3%a9rio%20Lopes%20Quirino%29.pdf.jpg94e7cf044caa97dc6e95b431644040b9MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO (Túlio Romério Lopes Quirino).pdfDISSERTAÇÃO (Túlio Romério Lopes Quirino).pdfapplication/pdf1927649https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11217/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20%28T%c3%balio%20Rom%c3%a9rio%20Lopes%20Quirino%29.pdfa21081a14bfaf14b6ece92c23dab5ab9MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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