“O direito que temos é o de morrer de fome” : os operários da Companhia de Tecidos Paulista e a busca por direitos na Justiça do Trabalho (1950-1952)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NEVES, Anna Maria Litwak
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34417
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo investigar a atuação dos trabalhadores da Companhia de Tecidos Paulista (CTP) na Justiça do Trabalho, entre os anos de 1950 a 1952, por meio das ações trabalhistas impetradas por eles na Comarca de Paulista (PE). Sendo uma das maiores indústrias têxteis do Brasil no período, a CTP possuía milhares de operários que se distribuíam tanto nas fábricas Velha e Aurora, quanto nas extensas propriedades ao redor do parque industrial, pertencentes aos Lundgren, família de origem sueca dona do empreendimento. As duras condições de trabalho, os baixos salários e a violência – especialmente promovida por vigias e capangas da Companhia – constituíam uma realidade comum aos tecelões, que não se diferenciava das relações de trabalho em outros estabelecimentos análogos. Ao mesmo tempo, Paulista carregava certas peculiaridades inerentes a uma “cidade-fábrica”, onde um mesmo grupo empresarial detinha a posse de todas as terras, bem como das casas da vila operária. Durante os anos 1930 a 1950, os trabalhadores da Companhia vivenciaram a formação de uma consciência de classe, que resultou não apenas na construção do “Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Paulista e Igarassú”, enquanto entidade de defesa dos interesses dos têxteis, como também em inúmeros episódios de greves e embates entre patrões e operários. Paralelamente, a promulgação da CLT (1943) e a expansão da Justiça do Trabalho trouxeram um elemento novo, em termos de reivindicação, para os trabalhadores urbanos de uma forma geral, o que impactou de forma significativa nas relações de trabalho entre a administração da CTP e o operariado. Por volta do início dos anos 1950, a Comarca de Paulista já era uma das mais movimentadas do Estado, sendo metade dos processos judiciais reclamações referentes à JT. Nesse ínterim, este trabalho busca não apenas compreender a JT como um espaço que catalisava as insatisfações dos tecelões da Companhia, tornando-as visíveis para o poder público, como também perceber as estratégias utilizadas pelos trabalhadores e trabalhadoras de Paulista para defender seus interesses de classe na esfera judiciária.
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As duras condições de trabalho, os baixos salários e a violência – especialmente promovida por vigias e capangas da Companhia – constituíam uma realidade comum aos tecelões, que não se diferenciava das relações de trabalho em outros estabelecimentos análogos. Ao mesmo tempo, Paulista carregava certas peculiaridades inerentes a uma “cidade-fábrica”, onde um mesmo grupo empresarial detinha a posse de todas as terras, bem como das casas da vila operária. Durante os anos 1930 a 1950, os trabalhadores da Companhia vivenciaram a formação de uma consciência de classe, que resultou não apenas na construção do “Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Paulista e Igarassú”, enquanto entidade de defesa dos interesses dos têxteis, como também em inúmeros episódios de greves e embates entre patrões e operários. Paralelamente, a promulgação da CLT (1943) e a expansão da Justiça do Trabalho trouxeram um elemento novo, em termos de reivindicação, para os trabalhadores urbanos de uma forma geral, o que impactou de forma significativa nas relações de trabalho entre a administração da CTP e o operariado. Por volta do início dos anos 1950, a Comarca de Paulista já era uma das mais movimentadas do Estado, sendo metade dos processos judiciais reclamações referentes à JT. Nesse ínterim, este trabalho busca não apenas compreender a JT como um espaço que catalisava as insatisfações dos tecelões da Companhia, tornando-as visíveis para o poder público, como também perceber as estratégias utilizadas pelos trabalhadores e trabalhadoras de Paulista para defender seus interesses de classe na esfera judiciária.This work aims to investigate the actions of the Companhia de Tecidos Paulista (CTP) workers in the Labor Courts, between the years 1950-1952, through lawsuits filed by them in Paulista County (PE). As one of the largest textile industries in Brazil in the period, CTP had thousands of workers who were distributed in both Velha and Aurora street factories, as in the extensive properties around the industrial park, owned by the Lundgren, a swedish Family that administered the enterprise. The harsh working conditions, low wages and violence - especially promoted by guards and henchmen of the Company - were a common reality to the weavers and these labor relations weren't different in other similar establishments. At the same time, Paulista had certain peculiarities inherent to a "company town" where the same business group had possession of all the lands and the houses of the workers village. During the years 1930 to 1950, Company employees experienced the formation of a class consciousness, which resulted in not only the construction of the "Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Paulista e Igarassú", while class entity of textiles, as well as in numerous episodes of strikes and clashes between bosses and workers. In addition, the promulgation of CLT (1943) and expansion of the Labor Justice (LJ) brought a new element of claim, for urban workers in general, which impacted significantly on labor relations between administration of the CTP and the working class. By the early 1950s, the Paulista County was already one of the state's busiest, with half of litigation claims related to LJ. Meanwhile, this work seeks to understand how the LJ was a space that not only catalysed the grievances of the Company's weavers, making them visible to the public authorities, as well seeks to realise how the workers defended their class interests in the judicial sphere.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em HistoriaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPernambuco – HistóriaIndústria têxtil – Paulista (PE)Trabalhadores têxteis – Paulista (PE)Companhia de Tecidos PaulistaJustiça do trabalho“O direito que temos é o de morrer de fome” : os operários da Companhia de Tecidos Paulista e a busca por direitos na Justiça do Trabalho (1950-1952)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Anna Maria Litwak Neves.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Anna Maria Litwak Neves.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1173https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34417/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Anna%20Maria%20Litwak%20Neves.pdf.jpg4c9788eafd1065af8a50bbd95d5d8c09MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Anna Maria Litwak Neves.pdfDISSERTAÇÃO Anna Maria Litwak Neves.pdfapplication/pdf2540482https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34417/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Anna%20Maria%20Litwak%20Neves.pdf34d157e2017ac0baf853052d36f4f888MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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