A quibanda de mãe Ieda religião "afro-gaúcha" de exus e " pombas-giras"
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1121 |
Resumo: | As religiões "afro-gaúchas" constituem-se em uma forma de resistência e manutenção do "ethos" e da "visão de mundo" (Geertz, 1978, p. 143-144) do negro trazido da África para ser escravo no Brasil. Muitas vezes a mulher, negra e religiosa "afro-gaúcha" é excluída pela sociedade rio-grandense, sendo vista como um outro. Por outro lado, algumas destas mulheres, encontram em sua religiosidade um acesso para atingir respeitabilidade, poder e influência junto a comunidade religiosa "afro-gaúcha" e uma significativa parte da sociedade rio-grandense. O objetivo deste estudo é apresentar uma etnografia das religiões "afro-gaúchas", principalmente da Quimbanda, pois na atualidade, muitos terreiros no Rio Grande do Sul cultuam esta modalidade. Para tanto, selecionei uma casa como referência de pesquisa, por tratar-se de uma sacerdotisa reconhecida como uma das precursoras desta modalidade religiosa no Rio Grande do Sul e Países do Prata. neste sentido, este trabalho apresenta algumas considerações sobre o "ethos" e a "visão de mundo" de Mãe Ieda e sua família religiosa, enfocando suas noções de sagrado, bem e mal, a crença no poder do feitiço e o transe abordado à nivel das representações sociais, salientando a "multiplicação de personalidades" (Motta, 1991 a) que pode ser observada na maioria das casas "afro-gaúchas". Apresentarei uma descrição e análise do histórico de filiação desta sacerdotisa às diversas modalidades "afro-gaúchas", de suas práticas mágico-religiosas, realizadas ao longo de mais de quarenta anos de Quimbanda, dos espaços apropriados por estes religiosos, de sua participação em eventos religiosos realizados em locais públicos, e de uma reportagem envolvendo cenas de transe e sacrifício, realizada em sua casa e veiculada em rede regional de televisão. Assim, a Quimbanda será abordada enquanto "sistema simbólico", que permite um acesso à compreensão do "ethos" e "visão de mundo" dos religiosos "afro-gaúchos", e, Ieda Maria Viana da Silva será tratada como mulher, negra, carnavalesca, que cresceu em uma família humilde dentro do catolicismo e espiritismo e tornou-se umbandista, batuqueira, e quimbandeira, e, também apresenta-se como o "Cacique Supremo da Montanha", uma "filha de Ogum" e "Seu Sete". E, principalmente como uma sacerdotisa que se destaca em um processo de dar visibilidade às religiões afro-gaúchas [, principalmente à Quimbanda,] para além dos muros dos terreiros" (Silva, 1999: p. 148), no Rio Grande do Sul |
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O objetivo deste estudo é apresentar uma etnografia das religiões "afro-gaúchas", principalmente da Quimbanda, pois na atualidade, muitos terreiros no Rio Grande do Sul cultuam esta modalidade. Para tanto, selecionei uma casa como referência de pesquisa, por tratar-se de uma sacerdotisa reconhecida como uma das precursoras desta modalidade religiosa no Rio Grande do Sul e Países do Prata. neste sentido, este trabalho apresenta algumas considerações sobre o "ethos" e a "visão de mundo" de Mãe Ieda e sua família religiosa, enfocando suas noções de sagrado, bem e mal, a crença no poder do feitiço e o transe abordado à nivel das representações sociais, salientando a "multiplicação de personalidades" (Motta, 1991 a) que pode ser observada na maioria das casas "afro-gaúchas". Apresentarei uma descrição e análise do histórico de filiação desta sacerdotisa às diversas modalidades "afro-gaúchas", de suas práticas mágico-religiosas, realizadas ao longo de mais de quarenta anos de Quimbanda, dos espaços apropriados por estes religiosos, de sua participação em eventos religiosos realizados em locais públicos, e de uma reportagem envolvendo cenas de transe e sacrifício, realizada em sua casa e veiculada em rede regional de televisão. Assim, a Quimbanda será abordada enquanto "sistema simbólico", que permite um acesso à compreensão do "ethos" e "visão de mundo" dos religiosos "afro-gaúchos", e, Ieda Maria Viana da Silva será tratada como mulher, negra, carnavalesca, que cresceu em uma família humilde dentro do catolicismo e espiritismo e tornou-se umbandista, batuqueira, e quimbandeira, e, também apresenta-se como o "Cacique Supremo da Montanha", uma "filha de Ogum" e "Seu Sete". 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