Mapa de risco de erosão e escorregamento das encostas com ocupações desordenadas no Município de Camaragibe -PE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Patrícia Nunes Bandeira, Ana
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000fs68
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5797
Resumo: O crescimento das cidades associado à falta de política habitacional tem provocado graves problemas sociais como a ocupação desordenada nas encostas e nas áreas alagadas. Este trabalho tem como objetivo principal o estudo das características físicas e ambientais do município de Camaragibe, para avaliação do potencial de risco de erosão e escorregamento das encostas com ocupações precárias. Tal estudo faz parte de um convênio entre a Área de Geotecnia, Deptº de Engenharia Civil da UFPE, e a Prefeitura Municipal de Camaragibe, visando auxiliar no Plano Diretor da cidade e contribuir para o planejamento urbano. Camaragibe está localizada na Região Metropolitana do Recife com área de 52,9 km2 e população de 128.702 habitantes, com clima tropical chuvoso do tipo As pela classificação de Köppen. Os morros correspondem a 80% da área do município, onde nas ocupações desordenadas nas encostas é freqüente a ocorrência de escorregamentos e processos de erosão no período chuvoso. Geologicamente a cidade apresenta sedimentos da Formação Barreiras, rochas do Embasamento Cristalino recobertas pelo seu solo residual e os depósitos aluvionais. Foi avaliada a situação de risco de 70 setores de encostas, correspondendo a uma área de 293 ha. Para a avaliação do potencial de risco utilizou-se a metodologia qualitativa de GUSMÃO FILHO et al. (1992), adaptada às características das áreas e às recomendações do Programa de Prevenção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários, do Ministério das Cidades. O município apresentou cerca de 62 ha de área de risco alto a muito alto (21% dos setores de encostas avaliados), 116 ha de área com risco médio (40%) e 115 ha de área com risco baixo (39%). Nos setores constituídos por sedimentos da Formação Barreiras verificaram-se que o fator predominante de risco é o geológico sendo fortemente induzido pelos fatores topográfico e ambiental, podendo desse modo receber tratamento alternativo. Nos setores constituídos pelo solo residual, o fator antrópico, expresso pelo fator ambiental é o mais importante para a deflagração dos escorregamentos, sendo necessário tratá-lo nesses setores, com obras de macro e microdrenagens, esgotamento sanitário e proteção superficial entre outros. Para dar subsídios a projetos de engenharia nas intervenções, analisou-se o material de três áreas piloto em sedimentos da Formação Barreiras e no solo residual maduro granítico, onde foram realizados ensaios básicos de caracterização geotécnica. Os sedimentos da Formação Barreiras de leque proximal apresentaram camadas predominantemente de silte argiloso e arenoso com alta (MH) e baixa plasticidades (ML) sendo susceptível aerosão. A Formação Barreiras de canal fluvial apresentou camadas de textura grossa classificada como areia argilosa (SC) e areia siltosa (SM). O solo residual maduro é constituído predominantemente de uma argila de baixa compressibilidade (CL) apresentando camadas intercaladas de areia argilosa (SC). Resultados de ensaios de cisalhamento direto indicaram maiores valores de φ para o solo residual maduro (φ = 37º), na camada classificada de CL. Para Formação Barreiras, φ foi de 29º, na camada classificada de ML. Os parâmetros de caracterização geotécnica encontrados podem ser utilizados como subsídios técnicos para intervenções nas áreas
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Tal estudo faz parte de um convênio entre a Área de Geotecnia, Deptº de Engenharia Civil da UFPE, e a Prefeitura Municipal de Camaragibe, visando auxiliar no Plano Diretor da cidade e contribuir para o planejamento urbano. Camaragibe está localizada na Região Metropolitana do Recife com área de 52,9 km2 e população de 128.702 habitantes, com clima tropical chuvoso do tipo As pela classificação de Köppen. Os morros correspondem a 80% da área do município, onde nas ocupações desordenadas nas encostas é freqüente a ocorrência de escorregamentos e processos de erosão no período chuvoso. Geologicamente a cidade apresenta sedimentos da Formação Barreiras, rochas do Embasamento Cristalino recobertas pelo seu solo residual e os depósitos aluvionais. Foi avaliada a situação de risco de 70 setores de encostas, correspondendo a uma área de 293 ha. Para a avaliação do potencial de risco utilizou-se a metodologia qualitativa de GUSMÃO FILHO et al. (1992), adaptada às características das áreas e às recomendações do Programa de Prevenção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários, do Ministério das Cidades. O município apresentou cerca de 62 ha de área de risco alto a muito alto (21% dos setores de encostas avaliados), 116 ha de área com risco médio (40%) e 115 ha de área com risco baixo (39%). Nos setores constituídos por sedimentos da Formação Barreiras verificaram-se que o fator predominante de risco é o geológico sendo fortemente induzido pelos fatores topográfico e ambiental, podendo desse modo receber tratamento alternativo. Nos setores constituídos pelo solo residual, o fator antrópico, expresso pelo fator ambiental é o mais importante para a deflagração dos escorregamentos, sendo necessário tratá-lo nesses setores, com obras de macro e microdrenagens, esgotamento sanitário e proteção superficial entre outros. 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