Doação de órgãos: um olhar na compreensão dos adolescentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria de Carvalho Monteiro, Ana
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000dxbj
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9125
Resumo: Os transplantes ocasionam modificação no paradigma do conceito de morte - um acontecimento pontual decorrente da parada simultânea da consciência, respiração, batimentos cardíacos, circulação e falência de outros órgãos - para o de morte encefálica - na qual há constatação do coma não reativo, apneia, abolição dos reflexos do tronco e espinhais. A Bioética surge, como um instrumento para orientar as condutas no campo da doação de órgãos para transplantes. Este ramo da Ciência baseia-se em quatro princípios: Justiça, Não Maleficência, Beneficência e Autonomia. No que diz respeito à doação de órgãos nas categorias populacionais, uma merece destaque, por ser composta de sujeitos em formação, os adolescentes. Estes, que na contemporaneidade têm status de maior visibilidade e participação na vida social e alguns conflitos éticos e legais, podem fazer parte da adolescência. O presente estudo teve como objetivo: Compreender a visão dos adolescentes sobre a doação de órgãos. Constituiu-se em estudo descritivo, exploratório, conduzido pela abordagem qualitativa com base nas falas de 13 adolescentes entre os 16 e os 19 anos, estudantes brasileiros de duas escolas de nível secundário da rede pública, na cidade do Recife - Pernambuco, Brasil. A escolha dos sujeitos foi por conveniência, baseou-se no critério da saturação teórica das dimensões exploradas. A coleta dos dados ocorreu no período de fevereiro a maio de 2008, utilizando-se um formulário com roteiro para entrevista semi estruturada com duas questões norteadoras: 1) O que você entende sobre doação de órgãos? 2) O que você pensa sobre a doação de seus órgãos e de familiares? As falas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo na modalidade temática, que após refinamento classificatório resultaram em quatro categorias temáticas: 1) Concepções que podem salvar vidas, 2) Conhecimentos revelados, 3) Sentimentos facilitadores e complicadores à doação de órgãos, 4) Outras influências sobre doação que repercutem na tomada de decisão. Concluiu-se que os adolescentes possuem conhecimentos que envolvem o processo da doação de órgãos, como a necessidade de existir compatibilidade entre o doador e o receptor, tempo de vida útil do órgão após sua retirada até o transplante e dos órgãos que podem ser doados. Além do mais, reconhecem a importância dessa decisão para salvar vidas, expressam um desejo altruístico em serem doadores, autorizarem a doação de órgãos de familiares e da importância da autonomia na tomada de decisão. Em contra partida, expressaram dúvidas em relação à mudança de paradigma da morte envolvendo parada dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios para a morte encefálica, o que gera sentimentos como: o medo de ser enterrado vivo, a perda de partes do corpo, mutilação, consequências da doação em vida e o desejo de continuidade da vida no receptor. Deste modo, tais dúvidas, suscitaram medo diante da tomada de decisão, apontaram para a necessidade de informações práticas e sistemáticas, por meio de campanhas de sensibilização e esclarecimentos direcionados a esta população, além de programas comunitários e acadêmicos, incluindo o trabalho de coordenadores educacionais e estudantes
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Este ramo da Ciência baseia-se em quatro princípios: Justiça, Não Maleficência, Beneficência e Autonomia. No que diz respeito à doação de órgãos nas categorias populacionais, uma merece destaque, por ser composta de sujeitos em formação, os adolescentes. Estes, que na contemporaneidade têm status de maior visibilidade e participação na vida social e alguns conflitos éticos e legais, podem fazer parte da adolescência. O presente estudo teve como objetivo: Compreender a visão dos adolescentes sobre a doação de órgãos. Constituiu-se em estudo descritivo, exploratório, conduzido pela abordagem qualitativa com base nas falas de 13 adolescentes entre os 16 e os 19 anos, estudantes brasileiros de duas escolas de nível secundário da rede pública, na cidade do Recife - Pernambuco, Brasil. A escolha dos sujeitos foi por conveniência, baseou-se no critério da saturação teórica das dimensões exploradas. A coleta dos dados ocorreu no período de fevereiro a maio de 2008, utilizando-se um formulário com roteiro para entrevista semi estruturada com duas questões norteadoras: 1) O que você entende sobre doação de órgãos? 2) O que você pensa sobre a doação de seus órgãos e de familiares? As falas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo na modalidade temática, que após refinamento classificatório resultaram em quatro categorias temáticas: 1) Concepções que podem salvar vidas, 2) Conhecimentos revelados, 3) Sentimentos facilitadores e complicadores à doação de órgãos, 4) Outras influências sobre doação que repercutem na tomada de decisão. Concluiu-se que os adolescentes possuem conhecimentos que envolvem o processo da doação de órgãos, como a necessidade de existir compatibilidade entre o doador e o receptor, tempo de vida útil do órgão após sua retirada até o transplante e dos órgãos que podem ser doados. Além do mais, reconhecem a importância dessa decisão para salvar vidas, expressam um desejo altruístico em serem doadores, autorizarem a doação de órgãos de familiares e da importância da autonomia na tomada de decisão. Em contra partida, expressaram dúvidas em relação à mudança de paradigma da morte envolvendo parada dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios para a morte encefálica, o que gera sentimentos como: o medo de ser enterrado vivo, a perda de partes do corpo, mutilação, consequências da doação em vida e o desejo de continuidade da vida no receptor. Deste modo, tais dúvidas, suscitaram medo diante da tomada de decisão, apontaram para a necessidade de informações práticas e sistemáticas, por meio de campanhas de sensibilização e esclarecimentos direcionados a esta população, além de programas comunitários e acadêmicos, incluindo o trabalho de coordenadores educacionais e estudantesHospital das Clínicas da UFPEporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAdolescentesDoação de órgãosBioéticaTransplanteMorte encefálicaDoação de órgãos: um olhar na compreensão dos adolescentesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILAMMC.pdf.jpgAMMC.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1369https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9125/4/AMMC.pdf.jpgb512153c7eb16b1d34c8076ba33b7180MD54LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9125/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALAMMC.pdfAMMC.pdfapplication/pdf482189https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9125/2/AMMC.pdfc50f8a2776ba50866ddb8aa9c9163905MD52TEXTAMMC.pdf.txtAMMC.pdf.txtExtracted texttext/plain113947https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9125/3/AMMC.pdf.txt7ca6ce7dccacf02e90825b44ac8d1232MD53123456789/91252019-10-25 06:23:41.969oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9125Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T09:23:41Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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