Cartografias participativas e preservação do patrimônio cultural : análise de projetos no âmbito do IPHAN e uma experiência de aplicação no Recife, PE
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Data de Publicação: | 2020 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38657 |
Resumo: | A introdução das Cartografias Participativas como instrumento de identificação do patrimônio revela uma abertura para reflexão sobre a contribuição dessas metodologias para a preservação. O uso desses mapeamentos nas políticas de patrimônio pode apontar para novas abordagens junto a grupos antes invisibilizados pelas metodologias tradicionais de identificação, bem co mo pelo uso de uma visão tradicional da cartografia inclusa nestas. Na prática, assentada sobre as heranças da cartografia crítica e a partir da observação do seu legado no campo da preservação ambiental e do reconhecimento das terras tradicionalmente ocup adas, o uso dos mapeamentos participativos nas políticas de patrimônio se torna então elemento estratégico de promoção de diálogo entre os sujeitos e os agentes do Estado. No campo teórico, significa discutir o papel dessas Cartografias na ampliação concei tual do próprio campo do patrimônio, na construção de novas práticas alinhadas à necessidade de se considerar os saberes e conhecimentos dos sujeitos produtores de cultura como meios legítimos para informar as políticas preservacionistas. Esta tese objetiv ou discutir o uso de metodologias de Cartografia Participativa nos processos de preservação do patrimônio cultural, tomando como base a análise qualitativa das experiências realizadas em projetos desenvolvidos pelo poder público em nível federal (IPHAN) e a experiência em campo como uma aproximação da compreensão do uso dessa abordagem de cartografia pela geografia no campo do patrimônio. Partiu se da revisão da trajetória das práticas de preservação, com enfoque sobre a criação dos instrumentos de identifi cação com vistas a situar a introdução das Cartografias Participativas nas ações do IPHAN. Identificou se os anos 2000 como o momento em que a Cartografia Participativa passa a figurar no rol das ferramentas sugeridas em meio a outros instrumentos de prese rvação. Paralelamente, realizou se o levantamento documental de projetos de Cartografia Participativa realizados junto ao IPHAN desde o início da década de 2000 até o ano de 2018. Identificou se duas formas de trabalho com mapas participativos: a primeira em projetos de preservação realizados por meio de edital do IPHAN que tem a cartografia com objetivo central, a saber: Cartografia social dos Afrorreligiosos de Belém do Pará; projeto MAPEO: Cartografia dos sítios sagrados no Noroeste Amazônico; Projeto Iv y rupa: cartografia cultural do território Guarani; e a segunda que corresponde às oficinas de mapas participativos construídos como uma etapa da metodologia proposta, denominada “Inventários Participativos” do próprio IPHAN. Foi realizada uma experiência prática de mapeamento participativo no Recife, junto a moradores do entorno da Praça Faria Neves, uma das praças que contêm jardins de Burle Marx tombados pelo IPHAN. |
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O uso desses mapeamentos nas políticas de patrimônio pode apontar para novas abordagens junto a grupos antes invisibilizados pelas metodologias tradicionais de identificação, bem co mo pelo uso de uma visão tradicional da cartografia inclusa nestas. Na prática, assentada sobre as heranças da cartografia crítica e a partir da observação do seu legado no campo da preservação ambiental e do reconhecimento das terras tradicionalmente ocup adas, o uso dos mapeamentos participativos nas políticas de patrimônio se torna então elemento estratégico de promoção de diálogo entre os sujeitos e os agentes do Estado. No campo teórico, significa discutir o papel dessas Cartografias na ampliação concei tual do próprio campo do patrimônio, na construção de novas práticas alinhadas à necessidade de se considerar os saberes e conhecimentos dos sujeitos produtores de cultura como meios legítimos para informar as políticas preservacionistas. Esta tese objetiv ou discutir o uso de metodologias de Cartografia Participativa nos processos de preservação do patrimônio cultural, tomando como base a análise qualitativa das experiências realizadas em projetos desenvolvidos pelo poder público em nível federal (IPHAN) e a experiência em campo como uma aproximação da compreensão do uso dessa abordagem de cartografia pela geografia no campo do patrimônio. Partiu se da revisão da trajetória das práticas de preservação, com enfoque sobre a criação dos instrumentos de identifi cação com vistas a situar a introdução das Cartografias Participativas nas ações do IPHAN. Identificou se os anos 2000 como o momento em que a Cartografia Participativa passa a figurar no rol das ferramentas sugeridas em meio a outros instrumentos de prese rvação. Paralelamente, realizou se o levantamento documental de projetos de Cartografia Participativa realizados junto ao IPHAN desde o início da década de 2000 até o ano de 2018. Identificou se duas formas de trabalho com mapas participativos: a primeira em projetos de preservação realizados por meio de edital do IPHAN que tem a cartografia com objetivo central, a saber: Cartografia social dos Afrorreligiosos de Belém do Pará; projeto MAPEO: Cartografia dos sítios sagrados no Noroeste Amazônico; Projeto Iv y rupa: cartografia cultural do território Guarani; e a segunda que corresponde às oficinas de mapas participativos construídos como uma etapa da metodologia proposta, denominada “Inventários Participativos” do próprio IPHAN. Foi realizada uma experiência prática de mapeamento participativo no Recife, junto a moradores do entorno da Praça Faria Neves, uma das praças que contêm jardins de Burle Marx tombados pelo IPHAN.FACEPEThe introduction of Participatory Cartography as an instrument for identifying heritage reveals an opening for reflection on the contribution of these methodologies to preservation. The use of these mappings in heritage policies may point to new approaches with groups previously invisible by traditional identification methodologies, as that currently used by traditional vision of cartography included in these. In practice, based on the inheritances of critical cartography and on the observation of its legacy in the field of environmental preservation and the recognition of traditionally occupied lands, the use of participatory mapping in heritage policies then becomes a strategic element for promoting dialogue between the subjects and agents of the State. In the theoretical field, it means discussing the role of these Cartographies in the conceptual expansion of the heritage field itself, in the construction of new practices aligned with the need to consider the knowledge and expertise of the culture producing subjects as legitimate means to inform preservationist policies. This thesis aimed at discussing the use of Participatory Cartography methodologies in the processes of cultural heritage preservation, based on the qualitative analysis of the experiences carried out in projects developed by the public authorities at the federal level (IPHAN) and the experience in the field as an approximation to the understanding of the use of this cartography approach by geography in the field of heritage. The review of the trajectory of preservation practices was started, focusing on the creation of identification tools in order to situate the introduction of Participatory Cartographies in IPHAN's actions. The year 2000 was identified as the moment when Participatory Cartography began to appear on the list of tools suggested in the middle of other preservation instruments. At the same time, a documental survey of Participatory Cartography projects carried out with IPHAN from the beginning of the 2000s to 2018 was carried out. Two ways of working with participatory maps have been identified: the first in preservation projects carried out through an IPHAN public notice that has cartography as its central objective, namely: Social cartography of the Afroreligious of Belém do Pará; MAPEO project: Cartography of sacred sites in the Northwest Amazon; Ivy-rupa Project: cultural mapping of Guarani territory; and the second, which corresponds to the participatory map workshops built as a stage of the proposed methodology, called “Participatory Inventories” by IPHAN itself. In parallel, a practical experience of participatory mapping was also carried out in Recife, with residents surrounding the Praça Faria Neves, one of the squares that contains Burle Marx gardens that have been listed by IPHAN.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em GeografiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessGeografiaCartografiaPatrimônio cultural – ProteçãoInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionalCartografias participativas e preservação do patrimônio cultural : análise de projetos no âmbito do IPHAN e uma experiência de aplicação no Recife, PEinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTTESE Ana Betânia de Souza Pimentel Martins.pdf.txtTESE Ana Betânia de Souza Pimentel Martins.pdf.txtExtracted texttext/plain618619https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38657/4/TESE%20Ana%20Bet%c3%a2nia%20de%20Souza%20Pimentel%20Martins.pdf.txtb21aa2302ca7f71cbd5d0fa5dd85f92dMD54THUMBNAILTESE Ana Betânia de Souza Pimentel Martins.pdf.jpgTESE Ana Betânia de Souza Pimentel Martins.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1258https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/38657/5/TESE%20Ana%20Bet%c3%a2nia%20de%20Souza%20Pimentel%20Martins.pdf.jpgb2ffb859889ce51c2eba4a912d8305a7MD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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