Entre discursos e práticas nos ciclos de aprendizagem: as representações sociais dos professores
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4077 |
Resumo: | Esta pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais de Ciclos de Aprendizagem e suas implicações para as práticas dos professores da rede pública municipal do Recife-PE. O referencial de base foi a Teoria das Representações Sociais. A pesquisa adotou como metodologia de investigação o estudo caso, realizado numa escola da rede pública de Recife. Os participantes foram dez professores, coordenadora e gestora da escola. Os procedimentos de coleta utilizados foram observação e entrevista semi-estruturada. O estudo foi desenvolvido em duas etapas interdependentes. Na primeira, realizamos entrevistas com doze profissionais da instituição para captar nos discursos suas representações sociais de ciclos de aprendizagem. Na segunda fase observamos a prática docente de três professoras. A técnica utilizada para analisar os dados foi a Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Nos discursos decorrentes da entrevista, constatamos que as representações sociais de ciclos de aprendizagem revelam-se contraditórias e ambivalentes, ou seja, foram incorporados novos elementos às velhas formas de explicação do processo ensino e aprendizagem que se agregaram aos significados já construídos acerca do ensinar e aprender. Nas representações sociais dos profissionais alguns aspectos se sobressaem de forma mais preponderantes, a saber: a imposição da proposta à rede; a ênfase na não-retenção dos alunos; fronteiras devidamente demarcadas entre os regimes de seriado e de ciclos; renúncia dos ciclos em favor da seriação e ausência das famílias no processo ensino aprendizagem. Os resultados da observação se aproximam dos discursos e nos autorizam a afirmar que, os pressupostos epistemológicos da proposta dos ciclos de aprendizagem, têm pontualmente se manifestado nas ações docentes. Com relação ao trato dos conteúdos nos ciclos, foi possível identificar professores que desenvolvem a tarefa de forma mais articulada e aqueles que continuam planejando e selecionando os conteúdos de forma isolada, muitas vezes centrando-se no livro didático. Concernente à avaliação nos ciclos, depreendemos que nos discursos, os docentes representam a avaliação como um processo inerente à vida humana, voltada para a regulação do processo ensino aprendizagem. Nas práticas, contudo, demonstram apego a instrumentos punitivos como provas e testes, ambos identificados com a lógica classificatória. No que se refere à heterogeneidade nos ciclos, podemos afirmar que há dificuldades em lidar com as diferenças na sala de aula. Mesmo admitindo a importância do trabalho em grupo e das atividades diferenciadas, percebemos que essa prática não é comum na escola. Quanto às relações pedagógicas entre os atores na sala de aula, podemos afirmar que elas representam um misto de práticas autoritárias associadas às de caráter mediador. O nosso estudo sinaliza, portanto, para as políticas públicas de formação, indicativos de que os processos de formação inicial e continuada dos docentes sejam mais efetivos, partam de suas necessidades de modo a promover uma mudança nas representações sociais e práticas dos docentes, que venham a favorecer a inclusão e sucesso da aprendizagem dos alunos. Acrescente-se à formação, a melhoria das condições do trabalho pedagógico, continuidade do trabalho com os grupos e, sobretudo, valorização profissional, além de participação dos professores/as nos processos de reforma educacional |
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O estudo foi desenvolvido em duas etapas interdependentes. Na primeira, realizamos entrevistas com doze profissionais da instituição para captar nos discursos suas representações sociais de ciclos de aprendizagem. Na segunda fase observamos a prática docente de três professoras. A técnica utilizada para analisar os dados foi a Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Nos discursos decorrentes da entrevista, constatamos que as representações sociais de ciclos de aprendizagem revelam-se contraditórias e ambivalentes, ou seja, foram incorporados novos elementos às velhas formas de explicação do processo ensino e aprendizagem que se agregaram aos significados já construídos acerca do ensinar e aprender. Nas representações sociais dos profissionais alguns aspectos se sobressaem de forma mais preponderantes, a saber: a imposição da proposta à rede; a ênfase na não-retenção dos alunos; fronteiras devidamente demarcadas entre os regimes de seriado e de ciclos; renúncia dos ciclos em favor da seriação e ausência das famílias no processo ensino aprendizagem. Os resultados da observação se aproximam dos discursos e nos autorizam a afirmar que, os pressupostos epistemológicos da proposta dos ciclos de aprendizagem, têm pontualmente se manifestado nas ações docentes. Com relação ao trato dos conteúdos nos ciclos, foi possível identificar professores que desenvolvem a tarefa de forma mais articulada e aqueles que continuam planejando e selecionando os conteúdos de forma isolada, muitas vezes centrando-se no livro didático. Concernente à avaliação nos ciclos, depreendemos que nos discursos, os docentes representam a avaliação como um processo inerente à vida humana, voltada para a regulação do processo ensino aprendizagem. Nas práticas, contudo, demonstram apego a instrumentos punitivos como provas e testes, ambos identificados com a lógica classificatória. No que se refere à heterogeneidade nos ciclos, podemos afirmar que há dificuldades em lidar com as diferenças na sala de aula. Mesmo admitindo a importância do trabalho em grupo e das atividades diferenciadas, percebemos que essa prática não é comum na escola. Quanto às relações pedagógicas entre os atores na sala de aula, podemos afirmar que elas representam um misto de práticas autoritárias associadas às de caráter mediador. O nosso estudo sinaliza, portanto, para as políticas públicas de formação, indicativos de que os processos de formação inicial e continuada dos docentes sejam mais efetivos, partam de suas necessidades de modo a promover uma mudança nas representações sociais e práticas dos docentes, que venham a favorecer a inclusão e sucesso da aprendizagem dos alunos. Acrescente-se à formação, a melhoria das condições do trabalho pedagógico, continuidade do trabalho com os grupos e, sobretudo, valorização profissional, além de participação dos professores/as nos processos de reforma educacionalCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCiclos de aprendizagemRepresentações SociaisPráticasDiscursosProfessores.Entre discursos e práticas nos ciclos de aprendizagem: as representações sociais dos professoresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo2534_1.pdf.jpgarquivo2534_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1208https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4077/4/arquivo2534_1.pdf.jpga53b02970dc59e87a4e968cb3787f641MD54ORIGINALarquivo2534_1.pdfapplication/pdf993642https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4077/1/arquivo2534_1.pdff3cbdfa832a884f34f1497ca8396a4ffMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4077/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo2534_1.pdf.txtarquivo2534_1.pdf.txtExtracted texttext/plain431266https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4077/3/arquivo2534_1.pdf.txtdd297f37770fd156c5abe7d5a50666d8MD53123456789/40772019-10-25 03:02:08.547oai:repositorio.ufpe.br:123456789/4077Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T06:02:08Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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