Diz-me como me chamas que te direi quem és : formações discursivas em confronto nos modos de dizer o Camponês e sua luta nos periódicos Liga e Diario de Pernambuco
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41232 |
Resumo: | Neste trabalho buscamos observar os modos de dizer o Camponês e as Ligas Camponesas, compreendendo os discursos que alicerçam esses modos de nomeá-los em dois periódicos editados durante parte do período de existência da Liga Camponesa de Galileia: o periódico “Liga”, produzido como parte das ações de luta do movimento, e o “Diário de Pernambuco”, jornal da cidade do Recife, de grande circulação no estado de Pernambuco. Constitui nosso corpus de análise, portanto, recortes (ORLANDI, 1984) do Jornal Liga, no período que compreende os anos de 1962 a 1963, e do Diario de Pernambuco, entre 1959 e 1964. Todo o trabalho é realizado a partir da Análise do Discurso fundada por Michel Pêcheux cuja institucionalização no Brasil ocorreu pelos trabalhos de Eni Orlandi. É a partir da mobilização de noções caras à AD, tais como, Formação Ideológica, Formação Imaginária, Formação Discursiva, Memória Discursiva que buscamos compreender como a imagem do camponês é construída nos discursos dos dois periódicos e, a partir da mobilização desse imaginário, entender os processos discursivos pelos quais se constitui a nomeação, na luta pelo sentido das palavras, reconhecendo-se que “as contradições ideológicas que se desenvolvem através da unidade da língua são constituídas pelas relações contraditórias que mantém [...], entre si e os processos discursivos já que se inscrevem em relações ideológicas de classes.”(PÊCHEUX, [1975] 2009, p.81). Formalmente, o trabalho é dividido em cinco capítulos. Ao primeiro, capítulo introdutório, segue-se o segundo capítulo que mostra as condições de produção dos discursos do e sobre o campesinato, enfatizando a forma como se dá a relação do camponês com o capital e o trabalho, assim como as lutas pela terra travadas pelos camponeses. No terceiro capítulo, situamos as questões metodológicas, dando destaque à composição do corpus de análise. Apresentamos ainda os periódicos Liga e Diario de Pernambuco a fim de situar sua importância nas lutas/disputas pela posse da terra, entre 1959 e 1964, inicialmente, em Pernambuco e, posteriormente, em vários estados brasileiros. No quarto capítulo, situam-se as análises das sequências discursivas. Nele, são abordados os processos de nomeação, com ênfase nas disputas entre as formações discursivas. Enquanto O Diario de Pernambuco produz um discurso que criminaliza a luta pela terra, desqualificando, principalmente, quem luta por ela, o Jornal Liga é visto como resposta a esse discurso, funcionando como um espaço de resistência por traduzir um desejo de instrução dos camponeses e por servir como um espaço de luta do campesinato, onde o Camponês pode tomar a palavra e falar por si. Por fim, como um último movimento, buscamos entender como o discurso do periódico Liga constrói-se como um gesto de resistência em relação ao discurso hegemônico, à época, sobre os camponeses em luta pela terra e pelo controle dos próprios meios de produção. E essa resistência, marca de subjetividade inscrita na língua, vê-se, também, quando o Camponês toma a palavra. A resistência do Camponês se faz ressignificando sentidos e deslocando processos de interpretação inscritos historicamente. |
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Constitui nosso corpus de análise, portanto, recortes (ORLANDI, 1984) do Jornal Liga, no período que compreende os anos de 1962 a 1963, e do Diario de Pernambuco, entre 1959 e 1964. Todo o trabalho é realizado a partir da Análise do Discurso fundada por Michel Pêcheux cuja institucionalização no Brasil ocorreu pelos trabalhos de Eni Orlandi. É a partir da mobilização de noções caras à AD, tais como, Formação Ideológica, Formação Imaginária, Formação Discursiva, Memória Discursiva que buscamos compreender como a imagem do camponês é construída nos discursos dos dois periódicos e, a partir da mobilização desse imaginário, entender os processos discursivos pelos quais se constitui a nomeação, na luta pelo sentido das palavras, reconhecendo-se que “as contradições ideológicas que se desenvolvem através da unidade da língua são constituídas pelas relações contraditórias que mantém [...], entre si e os processos discursivos já que se inscrevem em relações ideológicas de classes.”(PÊCHEUX, [1975] 2009, p.81). Formalmente, o trabalho é dividido em cinco capítulos. 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A resistência do Camponês se faz ressignificando sentidos e deslocando processos de interpretação inscritos historicamente.CAPESIn this academic project we tried to observe the ways to say the Peasant and the Peasant Leagues, understanding the speeches that support the ways to name them in two journals that were edited during part of the existing period of the Galilea Peasant League: the journal “Liga”, produced as part of the fighting actions in the movement, and “Diario de Pernambuco”, newspaper from Recife, with mass-circulation in Pernambuco state. It makes part of our analysis corpus, therefore, clippings (ORLANDI, 1984) from the Liga newspaper, in the period that comprehends the years from 1962 to 1963, and Diario de Pernambuco, between 1959 and 1964. All parts of this academic project are based on Discourse Analyses founded by Michel Pêcheux which institutionalization in Brazil occurred through Eni Orlandi’s works. From the mobilization of notions that make part of DA, such as Ideological Formation, Imaginary Formation, Discursive Formation, Discursive Memory that we tried to understand how the image of the peasant is built in the discourses of these two newspapers and, from the mobilization of this imagery, to understand the discursive processes through which is made the nomination, in the fight by the sense of these words, admitting that “the ideological contradictions which are developed through the language oneness are constituted by the contradictory relations that keep […],with each other and the discursive processes because they enroll the ideological relations of classes” (PÊCHEUX, [1975] 2009, p 81). Formally, this academic project is divided by five chapters. The second shows the conditions of production of discourses of and about the peasantry, emphasizing the way the peasant relation with money and work, so are the fights by the lands fought by the peasants. In the third chapter, we situate methodological matters, highlighting the composition of analysis corpus. We still present the newspapers Liga and Diario de Pernambuco to explain the importance of fights / quarrels for land, between 1959 and 1964, initially, in Pernambuco and, later, in different Brazilian states. In the fourth chapter, we show the discursive sequencies analyses. In this, the nomination processes are approached, with emphasis in the fights between the discursive formation. While Diario de Pernambuco produces the discourse that criminalizes the fight by the land, disqualifying, mainly, who fights for it. Liga newspaper is seen as an answer to this discourse, working as some resistance space because it translates the desire of education coming from the peasants and because it serves as some space of peasantry fight, in which the Peasant can have the word and talk per se. In the end, as the last movement, we try to understand how the Liga newspaper discourse is built as some resistance gesture in relation to the hegemonic discourse, from that time to the peasant fighting for the land and to the control of their own means of production. And this resistance marks the subjectivity put in language, it is seen, also, that the Peasant possesses the word. The resistance of Peasant is made by reframing the senses and dislocating the interpretation processes historically subscribed.En este trabajo buscamos observar los modos de decir el Campesino y las Ligas Camponesas, comprendiendo los discursos que sostienen esos modos de nombrarlos en dos periódicos editados durante parte del período de existencia de la Liga Camponesa de Galileia: el periódico “Liga, producido como parte de las acciones de lucha del movimiento, y el “Diario de Pernambuco”, periódico de la ciudad de Recife, de gran difusión en la provincia de Pernambuco. Constituye nuestro corpus de análisis, por lo tanto, recortes (ORLANDI, 1984) del periódico Liga, en el período que incluye los años 1962 a 1963, y del Diario de Pernambuco, entre 1959 y 1964. Todo el trabajo es realizado a partir del Análisis del Discurso fundada por Michel Pêcheux cuya institucionalización en Brasil ocurrió por los trabajos de Eni Orlandi. Es a partir de la movilización de nociones fundamentales para el AD, tales como, Formación Ideológica, Formación Imaginaria, Formación Discursiva, Memoria Discursiva que buscamos comprender como la imagen del campesino es constituida en los discursos de los dos periódicos y, a partir de la movilización de ese imaginario, comprender los procesos discursivos por los cuales se constituye el nombramiento, en la lucha por el sentido de las palabras, reconociéndose que “as contradições ideológicas que se desenvolvem através da unidade da língua são constituídas pelas relações contraditórias que mantém [...], entre si e os processos discursivos já que se inscrevem em relações ideológicas de classes.”(PÊCHEUX, [1975] 2009, p.81). Formalmente, el trabajo es dividido en cinco capítulos. El primero presenta la indrodución a la tesis. El segundo, las condiciones de producción de los discursos del y sobre el campesinado, enfatizando el modo como se establece la relación del campesino con el capital y el trabajo, así como las luchas por la tierra trabada por los campesinos. En el tercer capítulo, situamos las cuestiones metodológicas, destacando la composición del corpus de análisis. Presentamos también los periódicos Liga e Diario de Pernambuco a fin de situar su importancia en las luchas/disputas por la tenencia de la tierra, entre 1959 y 1964, inicialmente, en Pernambuco y, posteriormente, en diversas provincias brasileras. En el cuarto capítulo, se encuentran los análisis de las secuencias discursivas. Allí, son abordados los procesos de nombramiento, con énfasis en las disputas entre las formaciones discursivas. Mientras el Diario de Pernambuco produce un discurso que criminaliza la lucha por la tierra, descalificando, principalmente, quien lucha por ella, el Jornal Liga es visto como una respuesta a ese discurso, funcionando como un espacio de resistencia por traducir un deseo de instrucción de los campesinos y por servir como un espacio de lucha del campesinado, donde el Campesino pudo tomar la palabra y hablar por si. Por fin, como un último movimiento, buscamos comprender como el discurso del periódico Liga se construye como un gesto de resistencia con relación al discurso hegemónico, en el período, sobre los campesinos en la lucha por la tierra y por el control de los propios medios de producción. Y esa resistencia, huella de subjetividad inscrita en la lengua, se ve, también, cuando el Campesino toma la palabra. La resistencia del Campesino se hace resignificando sentidos y desplazando procesos de interpretación inscritos históricamente.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessDiscursoNomeaçãoResistênciaCampesinatoLutaDiz-me como me chamas que te direi quem és : formações discursivas em confronto nos modos de dizer o Camponês e sua luta nos periódicos Liga e Diario de Pernambucoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41232/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52ORIGINALTESE Fabiana Ferreira Nascimento de Souza.pdfTESE Fabiana Ferreira Nascimento de Souza.pdfapplication/pdf1410987https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41232/4/TESE%20Fabiana%20Ferreira%20Nascimento%20de%20Souza.pdfa36b3740071f937230644b9c510c5283MD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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SOUZA, Fabiana Ferreira Nascimento de. Diz-me como me chamas que te direi quem és: formações discursivas em confronto nos modos de dizer o Camponês e sua luta nos periódicos Liga e Diario de Pernambuco. 2021. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021. ark:/64986/001300000tdxx |
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