Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DINIZ, Amanda Tavares de Melo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51359
Resumo: Este trabalho tem como objetivo compreender o que e como se fala sobre as violências contra as mulheres nas coberturas jornalísticas feitas pelo Diario de Pernambuco nos intervalos de 1969 a 1971 e de 2014 a 2016. A investigação empreende uma articulação entre duas bases teórico-metodológicas: a genealogia, conforme trabalhada por Nietzsche (2009) e Foucault (2018a, 2018b, 2018c), e a análise de discurso francesa, nos termos desenvolvidos por Pêcheux (1998, 2014) e Orlandi (1999, 2021). No período analisado, foram catalogados 1780 textos jornalísticos publicados pelo Diario de Pernambuco, que foram divididos em dois blocos: o bloco 1970, que contempla os anos de 1969 a 1971 e o bloco 2015, de 2014 a 2016. A seleção dos marcos históricos da pesquisa se baseia na percepção de que se trata de dois períodos de acentuação discursiva das questões relacionadas aos direitos das mulheres e ao enfrentamento à violência de gênero no Brasil: a transição dos anos 1960 para 1970, em que as convenções de gênero e sexualidade passaram por grandes transformações, e a segunda metade da década de 2015, quando a popularização da lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, e a promulgação da lei 13.104/2015, a Lei do Feminicídio, definiram novas formas de falar sobre o assunto. Os dados encontrados foram apresentados em duas partes. A primeira discute os aspectos mais gerais e estruturais do fenômeno, trazendo informações como o número de ocorrências encon- tradas em cada recorte, os termos mais recorrentemente citados nos textos e as principais ten- dências verificadas no material estudado. A partir da observação desses dados, passa-se à se- gunda parte da análise, que delimita e problematiza os principais eixos temáticos em torno dos quais o discurso jornalístico da violência contra as mulheres orbita com mais frequência: a objetificação da mulher, permeada por sentimentos de posse e controle sobre o corpo feminino, a moralização das coberturas (e das condutas dos envolvidos) e o hibridismo entre o discurso jornalístico e o policial/jurídico. Como resultados da investigação, percebeu-se que, embora a luta em prol dos direitos das mulheres e contra a violência endereçada a elas tenha obtido avan- ços significativos nos últimos cinquenta anos, as principais linhas de força discursivas identifi- cadas nos anos 1960 ainda se mostram bastante presentes no discurso jornalístico dos anos 2015 e seguem influenciando as maneiras como se pensa, fala e age com relação ao problema. Nesse contexto, as violências contra as mulheres não deixam de existir ou “evoluem” ao longo do tempo, como prega o senso comum na matéria. O que acontece é um refinamento dessas vio- lências, um processo de sutilização que vai inscrevendo a crueldade, a guerra contra o feminino, no cotidiano, nas instituições e nos discursos, em particular no discurso das mídias. Assim, ainda que as coberturas jornalísticas tenham passado progressivamente a discutir o fenômeno da violência sob lentes mais críticas, isso não significa que o discurso jornalístico tenha deixado de ser violento, nem de reforçar, ainda que de maneira subliminar, violências, estigmas e pro- cessos de assujeitamento.
id UFPE_f967d39c68a21dcdf997b4e08804e30a
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/51359
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling DINIZ, Amanda Tavares de Melohttp://lattes.cnpq.br/0900616562704372http://lattes.cnpq.br/3715206085360657http://lattes.cnpq.br/6871433739604898GOMES, Isaltina Maria de Azevedo MelloSALCEDO, Diego Andres2023-07-03T13:10:34Z2023-07-03T13:10:34Z2023-05-12DINIZ, Amanda Tavares de Melo. Violência, substantivo feminino: um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana. 2023. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51359Este trabalho tem como objetivo compreender o que e como se fala sobre as violências contra as mulheres nas coberturas jornalísticas feitas pelo Diario de Pernambuco nos intervalos de 1969 a 1971 e de 2014 a 2016. A investigação empreende uma articulação entre duas bases teórico-metodológicas: a genealogia, conforme trabalhada por Nietzsche (2009) e Foucault (2018a, 2018b, 2018c), e a análise de discurso francesa, nos termos desenvolvidos por Pêcheux (1998, 2014) e Orlandi (1999, 2021). No período analisado, foram catalogados 1780 textos jornalísticos publicados pelo Diario de Pernambuco, que foram divididos em dois blocos: o bloco 1970, que contempla os anos de 1969 a 1971 e o bloco 2015, de 2014 a 2016. A seleção dos marcos históricos da pesquisa se baseia na percepção de que se trata de dois períodos de acentuação discursiva das questões relacionadas aos direitos das mulheres e ao enfrentamento à violência de gênero no Brasil: a transição dos anos 1960 para 1970, em que as convenções de gênero e sexualidade passaram por grandes transformações, e a segunda metade da década de 2015, quando a popularização da lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, e a promulgação da lei 13.104/2015, a Lei do Feminicídio, definiram novas formas de falar sobre o assunto. Os dados encontrados foram apresentados em duas partes. A primeira discute os aspectos mais gerais e estruturais do fenômeno, trazendo informações como o número de ocorrências encon- tradas em cada recorte, os termos mais recorrentemente citados nos textos e as principais ten- dências verificadas no material estudado. A partir da observação desses dados, passa-se à se- gunda parte da análise, que delimita e problematiza os principais eixos temáticos em torno dos quais o discurso jornalístico da violência contra as mulheres orbita com mais frequência: a objetificação da mulher, permeada por sentimentos de posse e controle sobre o corpo feminino, a moralização das coberturas (e das condutas dos envolvidos) e o hibridismo entre o discurso jornalístico e o policial/jurídico. Como resultados da investigação, percebeu-se que, embora a luta em prol dos direitos das mulheres e contra a violência endereçada a elas tenha obtido avan- ços significativos nos últimos cinquenta anos, as principais linhas de força discursivas identifi- cadas nos anos 1960 ainda se mostram bastante presentes no discurso jornalístico dos anos 2015 e seguem influenciando as maneiras como se pensa, fala e age com relação ao problema. Nesse contexto, as violências contra as mulheres não deixam de existir ou “evoluem” ao longo do tempo, como prega o senso comum na matéria. O que acontece é um refinamento dessas vio- lências, um processo de sutilização que vai inscrevendo a crueldade, a guerra contra o feminino, no cotidiano, nas instituições e nos discursos, em particular no discurso das mídias. Assim, ainda que as coberturas jornalísticas tenham passado progressivamente a discutir o fenômeno da violência sob lentes mais críticas, isso não significa que o discurso jornalístico tenha deixado de ser violento, nem de reforçar, ainda que de maneira subliminar, violências, estigmas e pro- cessos de assujeitamento.FACEPEThis work aims to understand what and how violence against women is discussed in the jour- nalistic coverage of Diario de Pernambuco during the periods of 1969-1971 and 2014-2016. The investigation undertakes an articulation between two theoretical-methodological bases: ge- nealogy, as worked by Nietzsche (2009) and Foucault (2018a, 2018b, 2018c), and French dis- course analysis, in the terms developed by Pêcheux (1998, 2014) and Orlandi (1999, 2021). During the analyzed period, 1780 journalistic texts published by Diario de Pernambuco were cataloged, which were divided into two blocks: the 1970 block, which includes the years 1969- 1971, and the 2015 block, from 2014 to 2016. The selection of the historical markers of the research is based on the perception that these are two periods of discursive accentuation of issues related to women's rights and gender violence in Brazil: the transition from the 1960s to the 1970s, in which gender and sexuality conventions underwent significant transformations, and the second half of the 2015s, when the popularization of law 11.340/2006, the Maria da Penha Law, and the promulgation of law 13.104/2015, the Feminicide Law, defined new ways of talking about the subject. The data found were presented in two parts. The first discusses the more general and structural aspects of the phenomenon, bringing information such as the num- ber of occurrences found in each period, the most frequently cited terms in the texts, and the main trends verified in the material studied. Based on the observation of this data, the analysis moves to the second part, which delimits and problematizes the main thematic axes around which the journalistic discourse of violence against women most frequently orbits: the objecti- fication of women, permeated by feelings of possession and control over the female body, the moralization of coverage (and the behavior of those involved), and the hybridization between the journalistic and the police/legal discourse. As a result of the investigation, it was perceived that although the fight for women's rights and against violence directed at them has made sig- nificant progress in the last fifty years, the main discursive lines of force identified in the 1960s still appear quite present in the journalistic discourse of the 2015s and continue to influence the ways in which the problem is thought about, spoken about, and acted upon. In this context, violence against women does not cease to exist or "evolve" over time, as common sense sug- gests. What happens is a refinement of this violence, a process of subtlety that inscribes cruelty, the war against the feminine, in everyday life, institutions, and discourses, particularly in the discourse of the media. Thus, even though journalistic coverage has progressively begun to discuss the phenomenon of violence under more critical lenses, this does not mean that the journalistic discourse has ceased to be violent, nor to reinforce, even subliminally, violence, stigmas, and processes of subjection.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em ComunicacaoUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessViolência contra as mulheresGêneroAnálise de DiscursoMídiaJornalismoViolência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdfTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdfapplication/pdf7484943https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/1/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf394e93ae0ae3302a86f1e5b4d99beb93MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82362https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/3/license.txt5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973MD53TEXTTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdf.txtTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdf.txtExtracted texttext/plain821070https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/4/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf.txt389120f669dc57338eaa300fb22056e9MD54THUMBNAILTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdf.jpgTESE Amanda Tavares de Melo Diniz .pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1248https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/5/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf.jpg05dec42ac6befc7e4d9dd86069557c8fMD55123456789/513592023-07-04 02:58:12.003oai:repositorio.ufpe.br:123456789/51359VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2l6YcOnw6NvIGRlIERvY3VtZW50b3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRQoKCkRlY2xhcm8gZXN0YXIgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBlc3RlIFRlcm1vIGRlIERlcMOzc2l0byBMZWdhbCBlIEF1dG9yaXphw6fDo28gdGVtIG8gb2JqZXRpdm8gZGUgZGl2dWxnYcOnw6NvIGRvcyBkb2N1bWVudG9zIGRlcG9zaXRhZG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgZSBkZWNsYXJvIHF1ZToKCkkgLSBvcyBkYWRvcyBwcmVlbmNoaWRvcyBubyBmb3JtdWzDoXJpbyBkZSBkZXDDs3NpdG8gc8OjbyB2ZXJkYWRlaXJvcyBlIGF1dMOqbnRpY29zOwoKSUkgLSAgbyBjb250ZcO6ZG8gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIMOpIGRlIHJlc3BvbnNhYmlsaWRhZGUgZGUgc3VhIGF1dG9yaWE7CgpJSUkgLSBvIGNvbnRlw7pkbyDDqSBvcmlnaW5hbCwgZSBzZSBvIHRyYWJhbGhvIGUvb3UgcGFsYXZyYXMgZGUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgZm9yYW0gdXRpbGl6YWRvcywgZXN0YXMgZm9yYW0gZGV2aWRhbWVudGUgcmVjb25oZWNpZGFzOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIG9icmEgY29sZXRpdmEgKG1haXMgZGUgdW0gYXV0b3IpOiB0b2RvcyBvcyBhdXRvcmVzIGVzdMOjbyBjaWVudGVzIGRvIGRlcMOzc2l0byBlIGRlIGFjb3JkbyBjb20gZXN0ZSB0ZXJtbzsKClYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogbyBhcnF1aXZvIGRlcG9zaXRhZG8gY29ycmVzcG9uZGUgw6AgdmVyc8OjbyBmaW5hbCBkbyB0cmFiYWxobzsKClZJIC0gcXVhbmRvIHRyYXRhci1zZSBkZSBUcmFiYWxobyBkZSBDb25jbHVzw6NvIGRlIEN1cnNvLCBEaXNzZXJ0YcOnw6NvIG91IFRlc2U6IGVzdG91IGNpZW50ZSBkZSBxdWUgYSBhbHRlcmHDp8OjbyBkYSBtb2RhbGlkYWRlIGRlIGFjZXNzbyBhbyBkb2N1bWVudG8gYXDDs3MgbyBkZXDDs3NpdG8gZSBhbnRlcyBkZSBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvLCBxdWFuZG8gZm9yIGVzY29saGlkbyBhY2Vzc28gcmVzdHJpdG8sIHNlcsOhIHBlcm1pdGlkYSBtZWRpYW50ZSBzb2xpY2l0YcOnw6NvIGRvIChhKSBhdXRvciAoYSkgYW8gU2lzdGVtYSBJbnRlZ3JhZG8gZGUgQmlibGlvdGVjYXMgZGEgVUZQRSAoU0lCL1VGUEUpLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gQWJlcnRvOgoKTmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIGF1dG9yIHF1ZSByZWNhZW0gc29icmUgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8sIGZ1bmRhbWVudGFkbyBuYSBMZWkgZGUgRGlyZWl0byBBdXRvcmFsIG5vIDkuNjEwLCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIGEgcGFydGlyIGRhIGRhdGEgZGUgZGVww7NzaXRvLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gUmVzdHJpdG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAgZGUgMTkgZGUgZmV2ZXJlaXJvIGRlIDE5OTgsIGFydC4gMjksIGluY2lzbyBJSUksIGF1dG9yaXpvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVybmFtYnVjbyBhIGRpc3BvbmliaWxpemFyIGdyYXR1aXRhbWVudGUsIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gZS9vdSBkb3dubG9hZCAoYXF1aXNpw6fDo28pIGF0cmF2w6lzIGRvIHNpdGUgZG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBubyBlbmRlcmXDp28gaHR0cDovL3d3dy5yZXBvc2l0b3Jpby51ZnBlLmJyLCBxdWFuZG8gZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgZW1iYXJnbyBjb25kaXplbnRlIGFvIHRpcG8gZGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb25mb3JtZSBpbmRpY2FkbyBubyBjYW1wbyBEYXRhIGRlIEVtYmFyZ28uCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212023-07-04T05:58:12Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
title Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
spellingShingle Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
DINIZ, Amanda Tavares de Melo
Violência contra as mulheres
Gênero
Análise de Discurso
Mídia
Jornalismo
title_short Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
title_full Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
title_fullStr Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
title_full_unstemmed Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
title_sort Violência, substantivo feminino : um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana
author DINIZ, Amanda Tavares de Melo
author_facet DINIZ, Amanda Tavares de Melo
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0900616562704372
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/3715206085360657
dc.contributor.advisor-coLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6871433739604898
dc.contributor.author.fl_str_mv DINIZ, Amanda Tavares de Melo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv GOMES, Isaltina Maria de Azevedo Mello
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv SALCEDO, Diego Andres
contributor_str_mv GOMES, Isaltina Maria de Azevedo Mello
SALCEDO, Diego Andres
dc.subject.por.fl_str_mv Violência contra as mulheres
Gênero
Análise de Discurso
Mídia
Jornalismo
topic Violência contra as mulheres
Gênero
Análise de Discurso
Mídia
Jornalismo
description Este trabalho tem como objetivo compreender o que e como se fala sobre as violências contra as mulheres nas coberturas jornalísticas feitas pelo Diario de Pernambuco nos intervalos de 1969 a 1971 e de 2014 a 2016. A investigação empreende uma articulação entre duas bases teórico-metodológicas: a genealogia, conforme trabalhada por Nietzsche (2009) e Foucault (2018a, 2018b, 2018c), e a análise de discurso francesa, nos termos desenvolvidos por Pêcheux (1998, 2014) e Orlandi (1999, 2021). No período analisado, foram catalogados 1780 textos jornalísticos publicados pelo Diario de Pernambuco, que foram divididos em dois blocos: o bloco 1970, que contempla os anos de 1969 a 1971 e o bloco 2015, de 2014 a 2016. A seleção dos marcos históricos da pesquisa se baseia na percepção de que se trata de dois períodos de acentuação discursiva das questões relacionadas aos direitos das mulheres e ao enfrentamento à violência de gênero no Brasil: a transição dos anos 1960 para 1970, em que as convenções de gênero e sexualidade passaram por grandes transformações, e a segunda metade da década de 2015, quando a popularização da lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, e a promulgação da lei 13.104/2015, a Lei do Feminicídio, definiram novas formas de falar sobre o assunto. Os dados encontrados foram apresentados em duas partes. A primeira discute os aspectos mais gerais e estruturais do fenômeno, trazendo informações como o número de ocorrências encon- tradas em cada recorte, os termos mais recorrentemente citados nos textos e as principais ten- dências verificadas no material estudado. A partir da observação desses dados, passa-se à se- gunda parte da análise, que delimita e problematiza os principais eixos temáticos em torno dos quais o discurso jornalístico da violência contra as mulheres orbita com mais frequência: a objetificação da mulher, permeada por sentimentos de posse e controle sobre o corpo feminino, a moralização das coberturas (e das condutas dos envolvidos) e o hibridismo entre o discurso jornalístico e o policial/jurídico. Como resultados da investigação, percebeu-se que, embora a luta em prol dos direitos das mulheres e contra a violência endereçada a elas tenha obtido avan- ços significativos nos últimos cinquenta anos, as principais linhas de força discursivas identifi- cadas nos anos 1960 ainda se mostram bastante presentes no discurso jornalístico dos anos 2015 e seguem influenciando as maneiras como se pensa, fala e age com relação ao problema. Nesse contexto, as violências contra as mulheres não deixam de existir ou “evoluem” ao longo do tempo, como prega o senso comum na matéria. O que acontece é um refinamento dessas vio- lências, um processo de sutilização que vai inscrevendo a crueldade, a guerra contra o feminino, no cotidiano, nas instituições e nos discursos, em particular no discurso das mídias. Assim, ainda que as coberturas jornalísticas tenham passado progressivamente a discutir o fenômeno da violência sob lentes mais críticas, isso não significa que o discurso jornalístico tenha deixado de ser violento, nem de reforçar, ainda que de maneira subliminar, violências, estigmas e pro- cessos de assujeitamento.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-07-03T13:10:34Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-07-03T13:10:34Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-05-12
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv DINIZ, Amanda Tavares de Melo. Violência, substantivo feminino: um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana. 2023. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51359
identifier_str_mv DINIZ, Amanda Tavares de Melo. Violência, substantivo feminino: um estudo genealógico sobre as narrativas da violência contra as mulheres na mídia pernambucana. 2023. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51359
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/1/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/4/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/51359/5/TESE%20Amanda%20Tavares%20de%20Melo%20Diniz%20.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 394e93ae0ae3302a86f1e5b4d99beb93
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973
389120f669dc57338eaa300fb22056e9
05dec42ac6befc7e4d9dd86069557c8f
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1823423412008124416