Discurso, Escuta e Silência em “Ser e Tempo”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cordeiro, Robson Costa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pensando
Texto Completo: https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/10784
Resumo: Em “Ser e Tempo”, o discurso não significa originariamente a mera enunciação de frases e enunciados, referindo-se, antes, ao vir à presença daquilo que subitamente se impõe com a força, a surpresa e a novidade do movimento criador e inaugurador de realidade. Este súbito impor-se exige a escuta, que Heidegger considera não a partir das determinações cientificas da fisiologia ou da psicologia. A escuta não é um fenômeno da audição, mas sim ontológico, constituindo a essência da linguagem. Isso porque a linguagem antes de ser um dizer é um ouvir, de modo que só pode dizer algo quem pode ouvir, quem é “todo ouvidos”. Ouvir é corresponder ao apelo da fala do ser, que fala como aceno, como provocação, como aquilo que repercute silencioso no que foi dito. O silêncio não diz respeito ao movimento de introspecção, de ausculta da interioridade, mas sim ao abrir-se para o ser que cala em todo dizer. Nessa abertura, o silêncio do ser fala, ou melhor, o ser fala como silêncio.
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