O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Pensando |
Texto Completo: | https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/7386 |
Resumo: | Em sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência, ocorrem atos que, uma vez praticados, passam por consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidade |
id |
UFPI-1_f516fe74a5b29de0dd3a88a5154dcd42 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.10.22.15.19:article/7386 |
network_acronym_str |
UFPI-1 |
network_name_str |
Pensando |
repository_id_str |
|
spelling |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah ArendtFILOSOFIAAção; Imprevisibilidade; Irreversibilidade; Perdão; PolíticaEm sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência, ocorrem atos que, uma vez praticados, passam por consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidadeEditora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPIOliveira, José Luiz de2018-10-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/738610.26694/pensando.v9i17.7386Pensando - Revista de Filosofia; v. 9, n. 17 (2018): DOSSIÊ HANNAH ARENDT/VARIA; 75-962178-843X10.26694/pensando.v9i17reponame:Pensandoinstname:Universidade Federal do Piauí (UFPI)instacron:UFPIporhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/7386/443810.26694/pensando.v9i17.7386.g4438Direitos autorais 2018 Pensando - Revista de Filosofiahttps://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2021-09-03T03:45:38Zoai:ojs.10.22.15.19:article/7386Revistahttp://www.ojs.ufpi.br/index.php/pensando/indexPUBhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/oai||revista.pensando@gmail.com2178-843X2178-843Xopendoar:2021-09-03T03:45:38Pensando - Universidade Federal do Piauí (UFPI)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
title |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
spellingShingle |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt Oliveira, José Luiz de FILOSOFIA Ação; Imprevisibilidade; Irreversibilidade; Perdão; Política |
title_short |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
title_full |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
title_fullStr |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
title_full_unstemmed |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
title_sort |
O sentido político do perdão na perspectiva de Hannah Arendt |
author |
Oliveira, José Luiz de |
author_facet |
Oliveira, José Luiz de |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
|
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, José Luiz de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
FILOSOFIA Ação; Imprevisibilidade; Irreversibilidade; Perdão; Política |
topic |
FILOSOFIA Ação; Imprevisibilidade; Irreversibilidade; Perdão; Política |
description |
Em sua célebre obra The Human Condition (1958), Hannah Arendt adverte que o perdão sempre fora tradicionalmente admitido no âmbito dos espaços religiosos e, por essa razão, teve sua aplicabilidade desprezada no campo dos assuntos políticos. Na teoria da ação, Arendt enfatiza a teia das relações humanas que se faz presente na vivência do domínio público por meio do discurso e da ação conjunta. No curso da manifestação política em espaços de aparência, ocorrem atos que, uma vez praticados, passam por consequências caracterizadas pela imprevisibilidade e irreversibilidade. Trata-se de consequências que podem permitir a ruptura da teia das relações humanas. O perdão, historicamente concebido sob o viés religioso, aparece nas análises arendtianas como instrumento a ser utilizado para manter vivas as atividades de manifestações políticas próprias dos espaços públicos de liberdade. Verifica-se que o uso do perdão ocorre no sentido de impedir a permanência de rupturas registradas no domínio público. Nesse sentido, o perdão é interpretado como elemento político a ser utilizado para superar divisões no seio do espaço público. Ou seja, na perspectiva arendtiana, o perdão existe para manter o curso da caminhada da ação política pautado em atos e palavras. Podemos salientar que a chave de leitura apresentada por Arendt garante ao perdão a relevância necessária para a efetivação da ação – uma das atividades fundamentais da condição humana na modernidade – permeada pela imprevisibilidade e irreversibilidade |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-10-16 |
dc.type.none.fl_str_mv |
|
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/7386 10.26694/pensando.v9i17.7386 |
url |
https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/7386 |
identifier_str_mv |
10.26694/pensando.v9i17.7386 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/7386/4438 10.26694/pensando.v9i17.7386.g4438 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Direitos autorais 2018 Pensando - Revista de Filosofia https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Direitos autorais 2018 Pensando - Revista de Filosofia https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Editora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPI |
publisher.none.fl_str_mv |
Editora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPI |
dc.source.none.fl_str_mv |
Pensando - Revista de Filosofia; v. 9, n. 17 (2018): DOSSIÊ HANNAH ARENDT/VARIA; 75-96 2178-843X 10.26694/pensando.v9i17 reponame:Pensando instname:Universidade Federal do Piauí (UFPI) instacron:UFPI |
instname_str |
Universidade Federal do Piauí (UFPI) |
instacron_str |
UFPI |
institution |
UFPI |
reponame_str |
Pensando |
collection |
Pensando |
repository.name.fl_str_mv |
Pensando - Universidade Federal do Piauí (UFPI) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revista.pensando@gmail.com |
_version_ |
1788990165941747712 |