Considerações acerca da cultura filistina: A seriedade da existência e a Arte como distração e entretenimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, João Eduardo Navachi da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pensando
Texto Completo: https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/6392
Resumo: O presente artigo analisa as críticas que o jovem Nietzsche dirigiu à concepção de arte vigente na cultura alemã da segunda metade do século XIX, em particular as críticas apresentadas em O nascimento da tragédia e na Primeira consideração intempestiva. Longe do potente significado que a arte possuía nas tragédias de Ésquilo e Sófocles, a arte moderna, diante da “seriedade da existência” e na esteira da tendência de Eurípides, seria apenas representação de uma cultura vazia e sem substância. Se entre os gregos do período de Sófocles, a arte possuiria um sentido existencial profundo, na modernidade, ela apareceria como mero instrumento de distração e entretenimento. Como procuraremos demonstrar, o filósofo da Basileia salienta inclusive a pobreza de sentido e a torção semântica que as obras de grandes compositores como Beethoven, Haydn e Wagner teriam adquirido nas mãos de determinados tipos humanos tomados como referência na época. Segundo ele, mesmo quando os filisteus da cultura [Bildungsphilister] se referiam aos grandes artistas ou gênios, em tom supostamente elogioso, eles assim o faziam de forma equivocada e canhestra. Assim, buscando ressignificar e redimensionar o papel da arte na cultura alemã moderna, Nietzsche critica o exaltado escritor da época David Strauss, enxergando nele uma espécie de modelo humano ou expressão lapidar da cultura filistina.
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