Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anjos, Aroldo Garcia dos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7447
Resumo: O presente trabalho insere-se no campo das investigações acerca de uma antropologia histórica da linguagem, especialmente no que toca à busca de uma interface entre a linguística e a literatura. Em suma, a pesquisa toma a literatura como parte integrante dos estudos da linguagem, a partir de alguns questionamentos gerais, a saber: considerando a concepção de linguagem de Émile Benveniste, como se dá a construção do tempo na e pela linguagem? Em que medida essa concepção contribui para a discussão sobre o tempo na literatura? Em que medida o texto literário pode contribuir para a compreensão da construção do tempo? Propomos analisar a obra Satolep, de Vitor Ramil, com base nas reflexões de Benveniste acerca da linguagem, uma vez que, em Satolep, Ramil evoca a problemática da construção dos espaços a partir de um lugar subjetivo. Para essa análise, partiremos de discussões que percebem na obra de Benveniste uma antropologia da linguagem, como as feitas por Henri Meschonnic e Gérard Dessons. Encontramos interlocução, ainda, em Giorgio Agamben e Walter Benjamin, que colocam a linguagem no centro de suas preocupações e, consequentemente, repensam o tempo. Satolep apresenta-se como um objeto de estudo desafiador, dado seu manejo particular com a narração e com a construção de espaço e de tempo. Devido ao seu caráter labiríntico, o romance pode lançar interrogações aos estudos da linguagem. Sobretudo, investigamos a noção de tempo na obra de Ramil, com o intuito de observar em que medida as reflexões de Benveniste fornecem elementos que auxiliam a análise do texto literário. Primeiramente, observamos discussões de Agamben acerca do processo de compreensão da destruição da experiência e da origem da história, nas quais o autor promove uma articulação entre as ideias de Benjamin e de Benveniste – dentre as quais, as noções de linguagem e de tempo podem ser sublinhadas. Ambos autores pensam o tempo de modo qualitativo, não simplesmente cronológico. Em ambos, o que articula os tempos é o homem, nascido na linguagem. Posteriormente, apresentamos uma leitura da obra de Benveniste a partir das discussões acerca do tempo, buscando, nesse percurso de reconstrução, as noções que lhe subjazem. Sendo assim, o trabalho, que aqui se esboça, filia-se àqueles que consideram a obra de Benveniste em suas reflexões sobre linguagem, cultura e sociedade para, no âmbito da enunciação, fundamentar uma teoria discursiva. Entra-se, aqui, no campo da simbolização. O homem constrói a realidade e a si mesmo na e pela linguagem, sempre subjetiva. Trata-se da historicidade radical do ato enunciativo, o qual cria as noções de tempo, espaço e sujeito. Essa concepção de linguagem tem implicações diretas sobre a noção de tempo, pois é a enunciação que cria o contexto. Pensamos, assim, que observar o tempo em Satolep, a partir das discussões de Agamben, Benjamin e Benveniste, assim como da leitura que Dessons propõe da obra benvenistiana, mostra-se como um campo frutífero para um estudo interdisciplinar. Abre-se, assim, um horizonte para a interrogação das áreas de estudo, pois, mais que utilizar o aparato conceitual derivado da reflexão linguística para analisar a obra literária, espera-se observar o quanto a própria obra força os limites teóricos postos em jogo.
id UFPL_167f004318293f9928c403bd6c31c4d9
oai_identifier_str oai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/7447
network_acronym_str UFPL
network_name_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
repository_id_str
spelling 2021-05-04T22:44:15Z2021-05-04T22:44:15Z2020-07-27ANJOS, Aroldo Garcia dos. Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vítor Ramil. 2020. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7447O presente trabalho insere-se no campo das investigações acerca de uma antropologia histórica da linguagem, especialmente no que toca à busca de uma interface entre a linguística e a literatura. Em suma, a pesquisa toma a literatura como parte integrante dos estudos da linguagem, a partir de alguns questionamentos gerais, a saber: considerando a concepção de linguagem de Émile Benveniste, como se dá a construção do tempo na e pela linguagem? Em que medida essa concepção contribui para a discussão sobre o tempo na literatura? Em que medida o texto literário pode contribuir para a compreensão da construção do tempo? Propomos analisar a obra Satolep, de Vitor Ramil, com base nas reflexões de Benveniste acerca da linguagem, uma vez que, em Satolep, Ramil evoca a problemática da construção dos espaços a partir de um lugar subjetivo. Para essa análise, partiremos de discussões que percebem na obra de Benveniste uma antropologia da linguagem, como as feitas por Henri Meschonnic e Gérard Dessons. Encontramos interlocução, ainda, em Giorgio Agamben e Walter Benjamin, que colocam a linguagem no centro de suas preocupações e, consequentemente, repensam o tempo. Satolep apresenta-se como um objeto de estudo desafiador, dado seu manejo particular com a narração e com a construção de espaço e de tempo. Devido ao seu caráter labiríntico, o romance pode lançar interrogações aos estudos da linguagem. Sobretudo, investigamos a noção de tempo na obra de Ramil, com o intuito de observar em que medida as reflexões de Benveniste fornecem elementos que auxiliam a análise do texto literário. Primeiramente, observamos discussões de Agamben acerca do processo de compreensão da destruição da experiência e da origem da história, nas quais o autor promove uma articulação entre as ideias de Benjamin e de Benveniste – dentre as quais, as noções de linguagem e de tempo podem ser sublinhadas. Ambos autores pensam o tempo de modo qualitativo, não simplesmente cronológico. Em ambos, o que articula os tempos é o homem, nascido na linguagem. Posteriormente, apresentamos uma leitura da obra de Benveniste a partir das discussões acerca do tempo, buscando, nesse percurso de reconstrução, as noções que lhe subjazem. Sendo assim, o trabalho, que aqui se esboça, filia-se àqueles que consideram a obra de Benveniste em suas reflexões sobre linguagem, cultura e sociedade para, no âmbito da enunciação, fundamentar uma teoria discursiva. Entra-se, aqui, no campo da simbolização. O homem constrói a realidade e a si mesmo na e pela linguagem, sempre subjetiva. Trata-se da historicidade radical do ato enunciativo, o qual cria as noções de tempo, espaço e sujeito. Essa concepção de linguagem tem implicações diretas sobre a noção de tempo, pois é a enunciação que cria o contexto. Pensamos, assim, que observar o tempo em Satolep, a partir das discussões de Agamben, Benjamin e Benveniste, assim como da leitura que Dessons propõe da obra benvenistiana, mostra-se como um campo frutífero para um estudo interdisciplinar. Abre-se, assim, um horizonte para a interrogação das áreas de estudo, pois, mais que utilizar o aparato conceitual derivado da reflexão linguística para analisar a obra literária, espera-se observar o quanto a própria obra força os limites teóricos postos em jogo.El presente trabajo se inserta en el campo de las investigaciones sobre una antropología histórica del lenguaje, especialmente con respecto a la búsqueda de una interfaz entre la lingüística y la literatura. En suma, la investigación toma la literatura como una parte integral de los estudios del lenguaje, a partir de algunas preguntas generales, como: considerando la concepción del lenguaje de Émile Benveniste, ¿cómo ocurre la construcción del tiempo en y por el lenguaje? ¿En qué medida esta concepción contribuye a la discusión del tiempo en la literatura? ¿En qué medida puede el texto literario contribuir a la comprensión de la construcción del tiempo? Proponemos analizar el trabajo Satolep, de Vitor Ramil, basado en las reflexiones de Benveniste sobre el lenguaje, ya que, en Satolep, Ramil evoca el problema de la construcción de espacios desde un lugar subjetivo. Para este análisis, comenzaremos con discusiones que perciben en el trabajo de Benveniste una antropología del lenguaje, como las realizadas por Henri Meschonnic y Gérard Dessons. También encontramos interlocución en Giorgio Agamben y Walter Benjamin, quienes pusieron el lenguaje en el centro de sus preocupaciones y, en consecuencia, repensaron el tiempo. Satolep se presenta como un objeto de estudio desafiante, dado su manejo particular con la narración y con la construcción del espacio y el tiempo. Debido a su carácter laberíntico, la novela puede plantear preguntas sobre los estudios del lenguaje. Sobre todo, investigamos la noción de tiempo en el trabajo de Ramil, para observar hasta qué punto las reflexiones de Benveniste proporcionan elementos que ayudan al análisis del texto literario. Primero, observamos las discusiones de Agamben sobre el proceso de comprensión de la destrucción de la experiencia y del origen de la historia, en las cuales el autor promueve una articulación entre las ideas de Benjamin y Benveniste, entre las cuales se pueden encontrar destacadas las nociones de lenguaje y tiempo. Ambos autores piensan el tiempo de manera cualitativa, no simplemente cronológica. En ambos, lo que articula los tiempos es el hombre, nacido en el lenguaje. Posteriormente, presentamos una lectura del trabajo de Benveniste a partir de las discusiones sobre el tiempo, buscando, en este camino de reconstrucción, las nociones subyacentes. Por lo tanto, el trabajo, que se describe aquí, está afiliado a aquellos que consideran la obra de Benveniste en sus reflexiones sobre el lenguaje, la cultura y la sociedad para, dentro del ámbito de la enunciación, fundamentar una teoría discursiva. Aquí entramos en el campo de la simbolización. El hombre construye la realidad y a si mismo en y a través del lenguaje, siempre subjetivo. Es la historicidad radical del acto enunciativo lo que crea las nociones de tiempo, espacio y sujeto. Esta concepción del lenguaje tiene implicaciones directas para la noción del tiempo, ya que es la enunciación la que crea el contexto. Creemos, por lo tanto, que observar el tiempo en Satolep, a partir de Agamben, Benjamin y Benveniste, así como de la lectura de Dessons de la obra benvenistiana, se muestra como un campo fructífero para un estudio interdisciplinario. Por lo tanto, se abre un horizonte para el cuestionamiento de las áreas de estudio, porque, más que usar el aparato conceptual derivado de la reflexión lingüística para analizar el trabajo literario, se espera observar cuanto la obra en si misma fuerza los límites teóricos puestos en juego.porUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em LetrasUFPelBrasilCentro de Letras e ComunicaçãoCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADALetrasVitor RamilLinguagemSubjetividadeSatolepLenguajeLavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/5467856941998212http://lattes.cnpq.br/9399552968699184Neumann, DaianeAnjos, Aroldo Garcia dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.txtDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.txtExtracted texttext/plain293771http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/6/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.txtf974e946148f610306b7cb6eca0ed18aMD56open accessTHUMBNAILDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.jpgDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1280http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/7/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.jpg061755600cc071206af5a9ba5bc1fa3dMD57open accessORIGINALDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdfDissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdfapplication/pdf2091055http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/1/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf979940c97305f9771501b7c8b39a2972MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/2/license_url924993ce0b3ba389f79f32a1b2735415MD52open accesslicense_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53open accesslicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55open accessprefix/74472023-07-13 05:17:15.157open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/7447TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-07-13T08:17:15Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
title Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
spellingShingle Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
Anjos, Aroldo Garcia dos
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA
Letras
Vitor Ramil
Linguagem
Subjetividade
Satolep
Lenguaje
title_short Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
title_full Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
title_fullStr Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
title_full_unstemmed Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
title_sort Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vitor Ramil
author Anjos, Aroldo Garcia dos
author_facet Anjos, Aroldo Garcia dos
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5467856941998212
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9399552968699184
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Neumann, Daiane
dc.contributor.author.fl_str_mv Anjos, Aroldo Garcia dos
contributor_str_mv Neumann, Daiane
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA
Letras
Vitor Ramil
Linguagem
Subjetividade
Satolep
Lenguaje
dc.subject.por.fl_str_mv Letras
Vitor Ramil
Linguagem
Subjetividade
Satolep
Lenguaje
description O presente trabalho insere-se no campo das investigações acerca de uma antropologia histórica da linguagem, especialmente no que toca à busca de uma interface entre a linguística e a literatura. Em suma, a pesquisa toma a literatura como parte integrante dos estudos da linguagem, a partir de alguns questionamentos gerais, a saber: considerando a concepção de linguagem de Émile Benveniste, como se dá a construção do tempo na e pela linguagem? Em que medida essa concepção contribui para a discussão sobre o tempo na literatura? Em que medida o texto literário pode contribuir para a compreensão da construção do tempo? Propomos analisar a obra Satolep, de Vitor Ramil, com base nas reflexões de Benveniste acerca da linguagem, uma vez que, em Satolep, Ramil evoca a problemática da construção dos espaços a partir de um lugar subjetivo. Para essa análise, partiremos de discussões que percebem na obra de Benveniste uma antropologia da linguagem, como as feitas por Henri Meschonnic e Gérard Dessons. Encontramos interlocução, ainda, em Giorgio Agamben e Walter Benjamin, que colocam a linguagem no centro de suas preocupações e, consequentemente, repensam o tempo. Satolep apresenta-se como um objeto de estudo desafiador, dado seu manejo particular com a narração e com a construção de espaço e de tempo. Devido ao seu caráter labiríntico, o romance pode lançar interrogações aos estudos da linguagem. Sobretudo, investigamos a noção de tempo na obra de Ramil, com o intuito de observar em que medida as reflexões de Benveniste fornecem elementos que auxiliam a análise do texto literário. Primeiramente, observamos discussões de Agamben acerca do processo de compreensão da destruição da experiência e da origem da história, nas quais o autor promove uma articulação entre as ideias de Benjamin e de Benveniste – dentre as quais, as noções de linguagem e de tempo podem ser sublinhadas. Ambos autores pensam o tempo de modo qualitativo, não simplesmente cronológico. Em ambos, o que articula os tempos é o homem, nascido na linguagem. Posteriormente, apresentamos uma leitura da obra de Benveniste a partir das discussões acerca do tempo, buscando, nesse percurso de reconstrução, as noções que lhe subjazem. Sendo assim, o trabalho, que aqui se esboça, filia-se àqueles que consideram a obra de Benveniste em suas reflexões sobre linguagem, cultura e sociedade para, no âmbito da enunciação, fundamentar uma teoria discursiva. Entra-se, aqui, no campo da simbolização. O homem constrói a realidade e a si mesmo na e pela linguagem, sempre subjetiva. Trata-se da historicidade radical do ato enunciativo, o qual cria as noções de tempo, espaço e sujeito. Essa concepção de linguagem tem implicações diretas sobre a noção de tempo, pois é a enunciação que cria o contexto. Pensamos, assim, que observar o tempo em Satolep, a partir das discussões de Agamben, Benjamin e Benveniste, assim como da leitura que Dessons propõe da obra benvenistiana, mostra-se como um campo frutífero para um estudo interdisciplinar. Abre-se, assim, um horizonte para a interrogação das áreas de estudo, pois, mais que utilizar o aparato conceitual derivado da reflexão linguística para analisar a obra literária, espera-se observar o quanto a própria obra força os limites teóricos postos em jogo.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-07-27
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-05-04T22:44:15Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-05-04T22:44:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ANJOS, Aroldo Garcia dos. Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vítor Ramil. 2020. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7447
identifier_str_mv ANJOS, Aroldo Garcia dos. Lavrar a névoa: o tempo em Satolep, de Vítor Ramil. 2020. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.
url http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7447
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPel
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Centro de Letras e Comunicação
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
instname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron:UFPEL
instname_str Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron_str UFPEL
institution UFPEL
reponame_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
collection Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
bitstream.url.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/6/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.txt
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/7/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf.jpg
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/1/Dissertacao_Aroldo_Garcia_dos_Anjos.pdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/2/license_url
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/3/license_text
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/4/license_rdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7447/5/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv f974e946148f610306b7cb6eca0ed18a
061755600cc071206af5a9ba5bc1fa3d
979940c97305f9771501b7c8b39a2972
924993ce0b3ba389f79f32a1b2735415
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
repository.mail.fl_str_mv rippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.br
_version_ 1801846957659914240