Macroalgas da Antártica: Propriedades Químicas e Avaliação Biológica
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10588 |
Resumo: | O continente Antártico atingiu sua atual posição há 45 milhões de anos (Ma) e tem sido isolado geograficamente dos outros continentes desde a separação da Península Antártica da América do Sul (há 30 Ma). Devido ao elevado grau de endemismo existente na Antártica, decorrente de tal isolamento, e às condições ambientais extremas às quais as espécies, particularmente de macroalgas, são expostas, elas evolutivamente necessitaram desenvolver mecanismos de adaptação e, consequentemente, são capazes de produzir uma diversidade de metabólitos secundários. A busca por potenciais substâncias biologicamente ativas com aplicação farmacológica tem atraído o interesse para o ambiente marinho, em especial na terapêutica do câncer, visto ser uma doença que apresenta muitos desafios para a cura, além de acometer grande parcela da população mundial. Em relação à Península Antártica, particularmente devido ao limitado estudo da diversidade local, busca-se caracterizar os materiais biológicos provenientes da região. Nessa perspectiva, o objetivo do presente estudo foi caracterizar quimicamente cinco macroalgas endêmicas do continente Antártico e da ilhas subantárticas e avaliar suas potenciais atividades antitumorais. Extratos com diferentes graus de polaridade (hexano, clorofórmio e etanol) foram preparados, a fim de extrair diferentes classes de moléculas das algas e testados nas células de linhagens tumorais de glioma de rato (C6), glioblastoma multiforme humano (U87) e adenocarcinoma de pulmão (A549). A fim de avaliar a citotoxicidade dos extratos foram avaliados os efeitos dos extratos nas linhagens não tumorais de astrócitos de rato e fibroblastos de pulmão humano. As macroalgas, com exceção da Palmaria decipiens, apresentaram considerável atividade antitumoral, sendo que os extratos mais promissores foram os apolares, demonstrando efeito seletivo. Dentre os melhores resultados obtidos no tratamento de A549, os extratos clorofórmicos das algas Pyropia endiviifolia, Desmarestia anceps e Iridaea cordata apresentaram as respectivas concentrações que inibem 50% das células (IC50) 45,66µg.mL-1 ; 61,16µg.mL-1 e 67,54µg.mL-1 ; enquanto o IC50 do extrato hexânico da clorófita Prasiola crispa foi 93,02µg.mL -1 . Já em relação ao tratamento com os gliomas, os quais são células mais agressivas e malignas, a alga parda D. anceps apresentou inibição de crescimento em todos os extratos analisados, sendo que os efeitos foram intensificados após 48 horas de exposição atingindo em 250µg.mL-1 50% de inibição (hexano) e 45% (clorofórmio) e no extrato etanólico 50% de inibição em 500µg.mL-1 . O extrato clorofórmico bruto da alga vermelha I. cordata inibiu 40% do crescimento do glioma em 250µg.mL-1 , enquanto os extratos hexânico e etanólico da Pyropia endiviifolia inibiram o crescimento em 10µg.mL-1 . Dessa forma, o isolamento das moléculas apolares biologicamente ativas presentes nesses extratos com potencial efeito antineoplásico torna-se um próximo alvo de estudo do nosso grupo de pesquisa. |
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2023-10-31T23:27:20Z2023-102023-10-31T23:27:20Z2014-02-28SOUZA, Priscila Oliveira de. Macroalgas da Antártica: Propriedades Químicas e Avaliação Biológica. 2014. 187f. Dissertação (Mestrado) – Programa de PósGraduação em Bioquímica e Bioprospecção. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10588O continente Antártico atingiu sua atual posição há 45 milhões de anos (Ma) e tem sido isolado geograficamente dos outros continentes desde a separação da Península Antártica da América do Sul (há 30 Ma). Devido ao elevado grau de endemismo existente na Antártica, decorrente de tal isolamento, e às condições ambientais extremas às quais as espécies, particularmente de macroalgas, são expostas, elas evolutivamente necessitaram desenvolver mecanismos de adaptação e, consequentemente, são capazes de produzir uma diversidade de metabólitos secundários. A busca por potenciais substâncias biologicamente ativas com aplicação farmacológica tem atraído o interesse para o ambiente marinho, em especial na terapêutica do câncer, visto ser uma doença que apresenta muitos desafios para a cura, além de acometer grande parcela da população mundial. Em relação à Península Antártica, particularmente devido ao limitado estudo da diversidade local, busca-se caracterizar os materiais biológicos provenientes da região. Nessa perspectiva, o objetivo do presente estudo foi caracterizar quimicamente cinco macroalgas endêmicas do continente Antártico e da ilhas subantárticas e avaliar suas potenciais atividades antitumorais. Extratos com diferentes graus de polaridade (hexano, clorofórmio e etanol) foram preparados, a fim de extrair diferentes classes de moléculas das algas e testados nas células de linhagens tumorais de glioma de rato (C6), glioblastoma multiforme humano (U87) e adenocarcinoma de pulmão (A549). A fim de avaliar a citotoxicidade dos extratos foram avaliados os efeitos dos extratos nas linhagens não tumorais de astrócitos de rato e fibroblastos de pulmão humano. As macroalgas, com exceção da Palmaria decipiens, apresentaram considerável atividade antitumoral, sendo que os extratos mais promissores foram os apolares, demonstrando efeito seletivo. Dentre os melhores resultados obtidos no tratamento de A549, os extratos clorofórmicos das algas Pyropia endiviifolia, Desmarestia anceps e Iridaea cordata apresentaram as respectivas concentrações que inibem 50% das células (IC50) 45,66µg.mL-1 ; 61,16µg.mL-1 e 67,54µg.mL-1 ; enquanto o IC50 do extrato hexânico da clorófita Prasiola crispa foi 93,02µg.mL -1 . Já em relação ao tratamento com os gliomas, os quais são células mais agressivas e malignas, a alga parda D. anceps apresentou inibição de crescimento em todos os extratos analisados, sendo que os efeitos foram intensificados após 48 horas de exposição atingindo em 250µg.mL-1 50% de inibição (hexano) e 45% (clorofórmio) e no extrato etanólico 50% de inibição em 500µg.mL-1 . O extrato clorofórmico bruto da alga vermelha I. cordata inibiu 40% do crescimento do glioma em 250µg.mL-1 , enquanto os extratos hexânico e etanólico da Pyropia endiviifolia inibiram o crescimento em 10µg.mL-1 . Dessa forma, o isolamento das moléculas apolares biologicamente ativas presentes nesses extratos com potencial efeito antineoplásico torna-se um próximo alvo de estudo do nosso grupo de pesquisa.The Antarctic continent reached its current position for 45 million years (Ma) and has been geographically isolated from other continents since the breakup of the Antarctic Peninsula from South America (30 Ma ago). Due to the high degree of endemism in Antarctica, resulting from such isolation, and extreme environmental conditions to which the species, particularly macroalgae, are exposed, they needed to develop evolutionary adaptation mechanisms and therefore are able to produce a variety of secondary metabolites. The search for biologically active substances with potential pharmacological application has attracted the interest to the marine environment, particularly in the treatment of cancer, as a disease that presents many challenges to healing, besides affecting large portion of the world population. Regarding the Antarctic Peninsula, particularly given the limited study of local diversity, we seek to characterize biological materials from the region. In this perspective, the objective of this study was to characterize chemically five endemic seaweeds of the Antarctic continent and the subantarctic islands and assess their potential antitumor activities. Extract with different degrees of polarity (hexane, chloroform and ethanol) were prepared in order to extract different classes of molecules algae and tested on tumor cell lines of rat glioma (C6), human glioblastoma multiforme (U87) and adenocarcinoma lung (A549). In order to evaluate the cytotoxicity of the extracts were evaluated the effects of the extracts on non-tumor cell lines of mouse astrocytes and human lung fibroblasts. Macroalgae, except Palmaria decipiens showed considerable antitumor activity, and the most promising extracts were nonpolar, demonstrating selective effect. Among the best results in the treatment of A549, the chloroform extracts of algae Pyropia endiviifolia, Desmarestia anceps and Iridaea cordata showed concentrations that inhibit 50% of cells (IC50) 45.66 μg.mL-1 ; 61.16 μg.mL-1 and 67.54 μg.mL-1 , respectively; while the IC50 of hexane extract of chlorophyte Prasiola crispa was 93.02 μg.mL-1 . In relation to treatment with gliomas, which are more aggressive and malignant cells, the brown alga D. anceps showed inhibition of growth in all extracts analyzed, whereas effects were enhanced after 48 hours of exposure reaching 50% inhibition in 250μg.mL-1 (hexane), 45% (chloroform) and 50% of inhibition in 500μg.mL-1 at ethanolic extract. The crude chloroform extract of the red alga I. cordata inhibit 40% of growth in glioma 250μg.mL-1 , while and the hexane extract of the Pyropia endiviifolia inhibited in 10μg.mL-1 . Thus, the isolation of biologically active nonpolar molecules present in these extracts with potential antineoplastic effect becomes a next target for study of our research group.porUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em Bioquímica e BioprospecçãoUFPelBrasilCC BY-NC-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessCIENCIAS AGRARIASBIOQUIMICAAlgasEndemismoGlioblastomaPulmões - CâncerContinente - AntárticaMacroalgas da Antártica: Propriedades Químicas e Avaliação BiológicaSeaweeds from Antarctica: Chemistry Properties and Biological Evaluationsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/5722353488752184Braganhol, Elizandrahttp://lattes.cnpq.br/3081112950297594Pereira, Claudio Martin Pereira deSouza, Priscila Oliveira dereponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELORIGINALPriscila_Oliveira_de_Souza.pdfPriscila_Oliveira_de_Souza.pdfapplication/pdf3499750http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/10588/1/Priscila_Oliveira_de_Souza.pdf04630eea32b7b85aed895dd2464c67faMD51open accessTEXTPriscila_Oliveira_de_Souza.pdf.txtPriscila_Oliveira_de_Souza.pdf.txtExtracted texttext/plain357970http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/10588/3/Priscila_Oliveira_de_Souza.pdf.txt596459ee7d8231cb7f1a87599d943d57MD53open accessTHUMBNAILPriscila_Oliveira_de_Souza.pdf.jpgPriscila_Oliveira_de_Souza.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1292http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/10588/4/Priscila_Oliveira_de_Souza.pdf.jpg62cbabc63188e2c46b727c24015e32cbMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81960http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/10588/2/license.txta963c7f783e32dba7010280c7b5ea154MD52open accessprefix/105882023-11-01 03:01:00.898open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/10588TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkkgLSBDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8ocykgYXV0b3IoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIChSSSkgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVsb3RhcyAoVUZQZWwpIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCB0cmFkdXppciAKKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIAplIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW87CgpJSSAtIFZvY8OqIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJJIGRhIFVGUGVsIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gCnBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvOwoKSUlJIC0gVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSSSBkYSBVRlBlbCBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgZGUgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFja3VwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo287CgpJViAtIFZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyDDqSBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gClZvY8OqIHRhbWLDqW0gZGVjbGFyYSBxdWUgbyBkZXDDs3NpdG8gZGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgbsOjbyBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyAKZGUgbmluZ3XDqW07CgpWIC0gQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBSSSBkYSBVRlBlbCBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhOwoKVkkgLSBDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VCk9VVFJBIE9SR0FOSVpBw4fDg08sIFZPQ8OKIERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJU8ODTyBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyAKRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETzsKClZJSSAtIE8gUkkgZGEgVUZQZWwgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyAKYXV0b3JhaXMgZGEgcHVibGljYcOnw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-11-01T06:01Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false |
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