“Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Böettge, Suelen Aires
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9132
Resumo: O presente trabalho pretende verificar como a violência obstétrica é significada no discurso de mulheres e de médicas(os) obstetras a partir do processo de sintagmatização e semantização do discurso, em que os elementos do discurso são engendrados para produzir o sentido intentado em torno da expressão violência obstétrica. Ao escreverem sobre suas experiências, as mulheres constroem uma imagem delas mesmas, o “eu”, e uma imagem do “tu”, numa relação intersubjetiva, “assim a situação inerente ao exercício da linguagem, que é a da troca e do diálogo, confere ao ato de discurso dupla função: para o locutor, representa a realidade; para o ouvinte, recria a realidade” (BENVENISTE, 1976, p. 26). E é nessa relação do homem com sua natureza e com outro homem por intermédio da linguagem, que a sociedade é estabelecida (Ibid., 1976). A linguagem é realizada dentro de uma língua, e por meio dela “o homem assimila a cultura, a perpetua ou a transforma” (Ibid., p. 32); é essa transformação da cultura que os discursos das mulheres buscam quando ousam promover à existência uma realidade muitas vezes menosprezada, a da violência obstétrica. Para a elaboração deste trabalho, foram analisados cinco comentários de mulheres que testemunham a experiência da violência obstétrica no pré-parto e parto; esses relatos foram veiculados em uma página pública do Facebook, intitulada Violência Obstétrica. Com o objetivo de aprofundar as análises e discussões derivadas dos comentários selecionados, lançar-se-á mão de cinco fragmentos de entrevistas realizadas com médicas(os) obstetras em que se abordou o tema em questão. Tais fragmentos estão disponíveis na tese de doutorado sob título O sensível e o insensível na sala de parto: interdiscursos de profissionais de saúde e mulheres, de Virgínia Junqueira Oliveira. Nesse cotejo, será possível perceber como os dois grupos significam a violência obstétrica através de uma análise linguística, com base na discussão teórica de Émile Benveniste em PLG I (1976) e PLG II (1989), com o apoio de Dany-Robert Dufour (2000), no que tange à intersubjetividade, subjetividade e às três pessoas verbais: “eu-tu/ele”, que atravessam as relações estabelecidas entre a forma e o sentido, o domínio semântico e o domínio semiótico. Observou-se que a violência obstétrica é significada de maneiras diferentes pelas mulheres e pelas(os) médicas(os), com isso, há um embate entre os discursos. Os discursos das mulheres evocam o sentimento de medo, de terror, de horror, de impunidade, de desumanidade no tratamento dispensado à gestante no trabalho de parto e parto. Nos discursos das(os) médicas(os) obstetras há tentativa de negar que exista violência obstétrica na rotina de trabalho e há uma tentativa de criar uma imagem da mulher despreparada e desequilibrada que não obedece às decisões médicas.
id UFPL_2f22586d8e4155d7d56abe8d347dd201
oai_identifier_str oai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/9132
network_acronym_str UFPL
network_name_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
repository_id_str
spelling 2023-03-03T21:20:13Z2023-03-032023-03-03T21:20:13Z2021-11-29BOETTGE, Suelen Aires. “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras. 2021. 146 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9132O presente trabalho pretende verificar como a violência obstétrica é significada no discurso de mulheres e de médicas(os) obstetras a partir do processo de sintagmatização e semantização do discurso, em que os elementos do discurso são engendrados para produzir o sentido intentado em torno da expressão violência obstétrica. Ao escreverem sobre suas experiências, as mulheres constroem uma imagem delas mesmas, o “eu”, e uma imagem do “tu”, numa relação intersubjetiva, “assim a situação inerente ao exercício da linguagem, que é a da troca e do diálogo, confere ao ato de discurso dupla função: para o locutor, representa a realidade; para o ouvinte, recria a realidade” (BENVENISTE, 1976, p. 26). E é nessa relação do homem com sua natureza e com outro homem por intermédio da linguagem, que a sociedade é estabelecida (Ibid., 1976). A linguagem é realizada dentro de uma língua, e por meio dela “o homem assimila a cultura, a perpetua ou a transforma” (Ibid., p. 32); é essa transformação da cultura que os discursos das mulheres buscam quando ousam promover à existência uma realidade muitas vezes menosprezada, a da violência obstétrica. Para a elaboração deste trabalho, foram analisados cinco comentários de mulheres que testemunham a experiência da violência obstétrica no pré-parto e parto; esses relatos foram veiculados em uma página pública do Facebook, intitulada Violência Obstétrica. Com o objetivo de aprofundar as análises e discussões derivadas dos comentários selecionados, lançar-se-á mão de cinco fragmentos de entrevistas realizadas com médicas(os) obstetras em que se abordou o tema em questão. Tais fragmentos estão disponíveis na tese de doutorado sob título O sensível e o insensível na sala de parto: interdiscursos de profissionais de saúde e mulheres, de Virgínia Junqueira Oliveira. Nesse cotejo, será possível perceber como os dois grupos significam a violência obstétrica através de uma análise linguística, com base na discussão teórica de Émile Benveniste em PLG I (1976) e PLG II (1989), com o apoio de Dany-Robert Dufour (2000), no que tange à intersubjetividade, subjetividade e às três pessoas verbais: “eu-tu/ele”, que atravessam as relações estabelecidas entre a forma e o sentido, o domínio semântico e o domínio semiótico. Observou-se que a violência obstétrica é significada de maneiras diferentes pelas mulheres e pelas(os) médicas(os), com isso, há um embate entre os discursos. Os discursos das mulheres evocam o sentimento de medo, de terror, de horror, de impunidade, de desumanidade no tratamento dispensado à gestante no trabalho de parto e parto. Nos discursos das(os) médicas(os) obstetras há tentativa de negar que exista violência obstétrica na rotina de trabalho e há uma tentativa de criar uma imagem da mulher despreparada e desequilibrada que não obedece às decisões médicas.The present work intends to verify how obstetric violence is signified in women’s and obstetricians’ speech according to the process of syntagmatization and semantization of speech, in which the elements of speech are engendered to produce the intended meaning around the expression of obstetric violence. When writing about their experiences, women built an image of themselves, the “I”, and an image of “you”, in an intersubjective relation “thus the situation inherent in the practice of language, namely that of exchange and dialogue, confers a double function on the act of discourse; for the speaker, it represents reality, for the hearer, it recreates that reality” (BENVENISTE, 1976, p. 26). And it is in this relationship between men and its nature and other men through language, that society is established. (Ibid., 1976). Language is performed within a language, and through it “man assimilates culture, spreads and transforms it” (Ibid., p. 32); it is this transformation of culture that women’s speech seeks when they dare to promote the existence of an underestimated reality, of obstetric violence. So this work could be done, the comments of five women that witnessed the experience of obstetric violence in pre-labor and labor were analyzed; these reports were published on a Facebook page, entitled Obstetric Violence. In order to deepen the analysis and discussions derived from the selected comments, there will be used five fragments of interviews carried out with obstetricians in which the topic in question was addressed. Those fragments are available in the doctoral thesis by the title O sensível e o insensível na sala de parto: interdiscursos de profissionais de saúde e mulheres, by Virgínia Junqueira Oliveira. In this collation, it will be possible to realize how two groups bring meaning to obstetric violence through a linguistics analysis, based on the theoretical discussion of Émile Benveniste in PLG I (1976) and PLG II (1989), with the support of Dany-Robert Dufour (2000), regarding intersubjectivity, subjectivity, and three verbal people: “I-you/he”, that go through the established relationships between form and meaning, the semantic domain and the semiotic domain. It was observed that obstetric violence is signified in different ways by women and both male and female doctors, and given that, there is a great difference among their discourses. The discourses of women evoke the feeling of fear, horror, impunity, and inhumanity in the treatment given to the pregnant woman during labor. In the discourses of the doctors, there is an attempt to deny there is any obstetric violence in their work routine and there is an attempt of creating an image of unprepared and unbalanced women that do not obey medical decisions.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em LetrasUFPelBrasilCentro de Letras e ComunicaçãoCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASLinguagemDiscursoSentidoViolência obstétricaLanguageDiscourseMeaningObstetric violence“Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetrasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/6950945093050250http://lattes.cnpq.br/9399552968699184Neumann, DaianeBöettge, Suelen Airesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.txtDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.txtExtracted texttext/plain309340http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/6/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.txtc13ce07c121b7963114d6fed002bbdd7MD56open accessTHUMBNAILDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.jpgDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1293http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/7/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.jpg73c95bfa0aa1a1a34f0c7e3013151a30MD57open accessORIGINALDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdfDissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdfapplication/pdf1115280http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/1/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf95c5c8ed0b4202efe323a2338cd3bf12MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/2/license_url924993ce0b3ba389f79f32a1b2735415MD52open accesslicense_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53open accesslicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55open accessprefix/91322023-08-11 19:59:51.15open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/9132TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-08-11T22:59:51Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
title “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
spellingShingle “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
Böettge, Suelen Aires
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Linguagem
Discurso
Sentido
Violência obstétrica
Language
Discourse
Meaning
Obstetric violence
title_short “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
title_full “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
title_fullStr “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
title_full_unstemmed “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
title_sort “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras
author Böettge, Suelen Aires
author_facet Böettge, Suelen Aires
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6950945093050250
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9399552968699184
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Neumann, Daiane
dc.contributor.author.fl_str_mv Böettge, Suelen Aires
contributor_str_mv Neumann, Daiane
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
Linguagem
Discurso
Sentido
Violência obstétrica
Language
Discourse
Meaning
Obstetric violence
dc.subject.por.fl_str_mv Linguagem
Discurso
Sentido
Violência obstétrica
Language
Discourse
Meaning
Obstetric violence
description O presente trabalho pretende verificar como a violência obstétrica é significada no discurso de mulheres e de médicas(os) obstetras a partir do processo de sintagmatização e semantização do discurso, em que os elementos do discurso são engendrados para produzir o sentido intentado em torno da expressão violência obstétrica. Ao escreverem sobre suas experiências, as mulheres constroem uma imagem delas mesmas, o “eu”, e uma imagem do “tu”, numa relação intersubjetiva, “assim a situação inerente ao exercício da linguagem, que é a da troca e do diálogo, confere ao ato de discurso dupla função: para o locutor, representa a realidade; para o ouvinte, recria a realidade” (BENVENISTE, 1976, p. 26). E é nessa relação do homem com sua natureza e com outro homem por intermédio da linguagem, que a sociedade é estabelecida (Ibid., 1976). A linguagem é realizada dentro de uma língua, e por meio dela “o homem assimila a cultura, a perpetua ou a transforma” (Ibid., p. 32); é essa transformação da cultura que os discursos das mulheres buscam quando ousam promover à existência uma realidade muitas vezes menosprezada, a da violência obstétrica. Para a elaboração deste trabalho, foram analisados cinco comentários de mulheres que testemunham a experiência da violência obstétrica no pré-parto e parto; esses relatos foram veiculados em uma página pública do Facebook, intitulada Violência Obstétrica. Com o objetivo de aprofundar as análises e discussões derivadas dos comentários selecionados, lançar-se-á mão de cinco fragmentos de entrevistas realizadas com médicas(os) obstetras em que se abordou o tema em questão. Tais fragmentos estão disponíveis na tese de doutorado sob título O sensível e o insensível na sala de parto: interdiscursos de profissionais de saúde e mulheres, de Virgínia Junqueira Oliveira. Nesse cotejo, será possível perceber como os dois grupos significam a violência obstétrica através de uma análise linguística, com base na discussão teórica de Émile Benveniste em PLG I (1976) e PLG II (1989), com o apoio de Dany-Robert Dufour (2000), no que tange à intersubjetividade, subjetividade e às três pessoas verbais: “eu-tu/ele”, que atravessam as relações estabelecidas entre a forma e o sentido, o domínio semântico e o domínio semiótico. Observou-se que a violência obstétrica é significada de maneiras diferentes pelas mulheres e pelas(os) médicas(os), com isso, há um embate entre os discursos. Os discursos das mulheres evocam o sentimento de medo, de terror, de horror, de impunidade, de desumanidade no tratamento dispensado à gestante no trabalho de parto e parto. Nos discursos das(os) médicas(os) obstetras há tentativa de negar que exista violência obstétrica na rotina de trabalho e há uma tentativa de criar uma imagem da mulher despreparada e desequilibrada que não obedece às decisões médicas.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-11-29
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-03-03T21:20:13Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-03-03
2023-03-03T21:20:13Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv BOETTGE, Suelen Aires. “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras. 2021. 146 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9132
identifier_str_mv BOETTGE, Suelen Aires. “Deus me livre ter mais filhos”: a construção do sentido de violência obstétrica a partir dos discursos de mulheres e de médicas(os) obstetras. 2021. 146 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Centro de Letras e Comunicação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2021.
url http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9132
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPel
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Centro de Letras e Comunicação
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
instname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron:UFPEL
instname_str Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron_str UFPEL
institution UFPEL
reponame_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
collection Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
bitstream.url.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/6/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.txt
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/7/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf.jpg
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/1/Dissertacao_Suelen_Aires_Boettge.pdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/2/license_url
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/3/license_text
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/4/license_rdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9132/5/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv c13ce07c121b7963114d6fed002bbdd7
73c95bfa0aa1a1a34f0c7e3013151a30
95c5c8ed0b4202efe323a2338cd3bf12
924993ce0b3ba389f79f32a1b2735415
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
repository.mail.fl_str_mv rippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.br
_version_ 1801846878927585280