Frequência e variáveis associadas a casos de violência na infância e adolescência e o papel do estudante de odontologia

• Autor(a) principal: Silveira, Isadora Augusta da
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
• Texto Completo: http://repositorio.ufpel.edu.br/handle/prefix/3640
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA::ODONTOPEDIATRIA; Odontopediatria; Crianças; Maus-tratos; Face; Ferimentos e lesões; Violência nas crianças

A violência é reconhecida como um importante problema de saúde pública. A criança e o adolescente são vítimas frequentes de atos abusivos. Em razão do envolvimento frequente de estruturas da região de cabeça/pescoço e da cavidade bucal, as manifestações físicas colocam o cirurgião-dentista, em uma posição privilegiada para a identificação de vítimas de violência. O objetivo desta pesquisa foi avaliar, por meio dos registros de exames de corpo de delito, do Departamento Médico Legal, no município de Pelotas/RS, o perfil das crianças e adolescentes vítimas de casos de violência e avaliar a prevalência e características de lesões de cabeça e pescoço, bem como realizar uma revisão sistemática a respeito do conhecimento, atitudes e experiências dos estudantes de Odontologia em relação aos casos de violência contra crianças e adolescentes. Foram avaliados laudos médicos de crianças e adolescentes (0-19 anos), que realizaram exame de corpo de delito durante o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, que apresentaram ofensa à integridade e/ou saúde da vítima. Neste estudo, 2.717 crianças e adolescentes foram submetidos a exame de corpo de delito, com um total de 2.172 exames resultantes de violência; lesões que tiveram como etiologia a agressão física (1.952) apresentaram maior prevalência. A análise das vítimas revelou que a maioria era branca (74.77%) e do sexo feminino (50.23%), com idade média de 14,63. A região da cabeça e pescoço foi afetada na maioria dos casos de violência (57.92%). Após o ajuste, a ocorrência de violência foi positivamente associada ao sexo feminino (PR 1.12, IC 95% 1.08-1.17), os grupos etários de 11-15 anos (RP 1.29, IC 95% 1.14-1.47) e 16-19 anos (PR 1.15, IC 95% 1.01-1.30) e lesões na região da cabeça e pescoço (RP 1.23, IC 95% 1.18-1.29). Em relação a revisão sistemática as bases de dados Pubmed, Web of Science, Scopus, LILACS e Scielo foram pesquisadas, não houve restrição de ano e idioma, 16 artigos foram incluídos no estudo. Dos estudos avaliados, todos mostraram que os estudantes de Odontologia têm conhecimento sobre casos de violência contra crianças e adolescentes, apesar das deficiências em relação ao diagnóstico e denúncia. Verificou-se que os alunos que se encontravam em períodos mais avançados apresentaram melhores conhecimentos se comparados aos níveis anteriores. Os achados deste estudo, reafirmam a importância do cirurgião- dentista no diagnóstico e denúncia de suspeitas de abuso infantil, realizando um atendimento integral ao paciente.