Asma, tabagismo e absorção de nicotina em fumicultores do município de São Lourenço do Sul, RS.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fiori, Nadia Spada
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9291
Resumo: Introdução: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco em folha e o campeão em exportação de fumo. A produção nacional do tabaco está concentrada na região sul do país, onde o estado do Rio Grande do Sul é responsável por 50% desta produção. O cultivo do fumo, no Brasil, é realizado por agricultores familiares de forma artesanal e rudimentar. O ciclo de produção extende-se por todo o ano, iniciando com o preparo da terra, o plantio das mudas, colheita da folha, secagem e, terminando com o enfardamento para a venda. Durante estas etapas, o trabalhador está exposto a diversas cargas de trabalho, sendo a carga química uma constante fonte de exposição durante todo o processo de produção. O uso de agrotóxicos e o contato com a nicotina, seja pelo manuseio da folha verde do fumo ou inalando a poeira do fumo seco, são agressores do sistema respiratório e expõe os trabalhadores a altas doses de nicotina. Ademais, os censos nacionais mostram que há uma maior prevalência de tabagismo na área rural, o que aumenta o risco de doenças respiratórias. A asma é uma doença crônica comum das vias aéreas caracterizada por uma complexa interação de obstrução ao fluxo aéreo, hiper-reatividade brônquica e inflamação subjacente que desencadeiam episódios recorrentes de tosse, chiado e falta de ar. A crise de asma incapacita o fumicultor para o trabalho, uma vez que o cultivo do fumo exige grande esforço físico e expõe o trabalhador a poeiras orgânicas e inorgânicas, exacerbadoras da asma. Sua prevalência em trabalhadores rurais é variável, oscilando entre 2 e 10%, devido a grande variabilidade de desfechos utilizados pelos estudos. Não foram encontrados estudos sobre asma em agricultores plantadores de fumo, são parcos os que descreveram a prevalência de tabagismo neste grupo de trabalhadores e, em um número um pouco maior, os que aferiram os níveis de cotinina durante o cultivo do fumo. Objetivos: Redigir três artigos científicos: o primeiro para analisar a prevalência e os fatores associados à asma entre os fumicultores, o segundo para investigar a prevalência de tabagismo e seus fatores associados neste grupo de trabalhadores e o terceiro busca realizar uma revisão sistemática sobre níveis de cotinina urinária em fumicultores, durante a colheita da folha de fumo. Métodos: os dois primeiros estudos utilizaram o banco de dados de um estudo de delineamento transversal, realizado em 2469 fumicultores maiores de 18 anos, no município de São Lourenço do Sul, RS. Asma foi definida como chiado no último ano, considerou-se tabagista aquele que fumava pelo menos um cigarro por dia há mais de um mês. A revisão sistemática seguiu o PRISMA guidelines e, buscando em divesas bases de dados, incluiu estudos que apresentavam valores de cotinina urinária coletados no momento da colheita da folha do tabaco. Resultados: A prevalência de chiado no último ano foi de 11,0% para ambos os sexos. Entre os homens, idade, tabagismo, trabalho intenso, uso de pesticidas, contato com poeira vegetal e poeria do fumo, carregar as varas de fumo para dentro dos galpões e doença da folha verde no ano anterior ao estudo foram fatores de risco par asma. Entre as mulheres, história familiar de asma, fazer manocas, trabalho intenso, contato com desinfetantes químicos e doença da folha verde no ano anterior estiveram positivamente associados com asma. A colheita da folha baixa de fumo foi fator de proteção para asma em ambos os sexos. Tabagismo atual foi referido por 31,2% dos homens e 3,1% das mulheres. Entre homens, tabagismo associou-se diretamente à idade, escolaridade, renda, ser bebedor pesado, tempo de trabalho na fumicultura e tempo de exposição a pesticidas. Relação de trabalho foi um fator de risco para tabagismo e participar de atividades religiosas um fator de proteção. A revisão sistemática apontou que fumicultores apresentam valores de cotinina urinária superiores a população não exposta, para ambos os sexos, em fumantes e não fumantes. Nos estudos que coletaram a cotinina em diferentes momentos, houve um pico da substância no período entre 24 e 37 horas após o início da colheita do fumo. Fatores ocupacionais como o uso de equipamentos de proteção e a umidade do ar no dia da colheita mostraram-se associados à absorção da nicotina. Conclusão: A alta prevalência de tabagismo entre homens fumicultores, a constatação de que estes trabalhadores absorvem elevadas quantidades de nicotina nos diversos ambientes de trabalho e as diversas comorbidades que afetam estes trabalhadores, como a asma, ressaltam a importância do Artigo 18 da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, que trata da proteção ao meio ambiente e à saúde das pessoas, apontando a necessidade de definir políticas públicas de proteção à saúde dos fumicultores. A produção artesanal do tabaco expõe o trabalhador de forma intensa e constante à nicotina, o que evidencia a necessidade de estudos sobre os efeitos da exposição crônica à nicotina nestes trabalhadores.
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spelling 2023-04-24T22:02:56Z2023-04-24T22:02:56Z2015-11-16FIORI, Nadia Spada. Asma, tabagismo e absorção de nicotina em fumicultores do município de São Lourenço do Sul, RS. Pelotas, 2015. 201 f. Tese (Doutorado em Epidemiologia) - Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. Faculdade de Medicina. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2015.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9291Introdução: O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco em folha e o campeão em exportação de fumo. A produção nacional do tabaco está concentrada na região sul do país, onde o estado do Rio Grande do Sul é responsável por 50% desta produção. O cultivo do fumo, no Brasil, é realizado por agricultores familiares de forma artesanal e rudimentar. O ciclo de produção extende-se por todo o ano, iniciando com o preparo da terra, o plantio das mudas, colheita da folha, secagem e, terminando com o enfardamento para a venda. Durante estas etapas, o trabalhador está exposto a diversas cargas de trabalho, sendo a carga química uma constante fonte de exposição durante todo o processo de produção. O uso de agrotóxicos e o contato com a nicotina, seja pelo manuseio da folha verde do fumo ou inalando a poeira do fumo seco, são agressores do sistema respiratório e expõe os trabalhadores a altas doses de nicotina. Ademais, os censos nacionais mostram que há uma maior prevalência de tabagismo na área rural, o que aumenta o risco de doenças respiratórias. A asma é uma doença crônica comum das vias aéreas caracterizada por uma complexa interação de obstrução ao fluxo aéreo, hiper-reatividade brônquica e inflamação subjacente que desencadeiam episódios recorrentes de tosse, chiado e falta de ar. A crise de asma incapacita o fumicultor para o trabalho, uma vez que o cultivo do fumo exige grande esforço físico e expõe o trabalhador a poeiras orgânicas e inorgânicas, exacerbadoras da asma. Sua prevalência em trabalhadores rurais é variável, oscilando entre 2 e 10%, devido a grande variabilidade de desfechos utilizados pelos estudos. Não foram encontrados estudos sobre asma em agricultores plantadores de fumo, são parcos os que descreveram a prevalência de tabagismo neste grupo de trabalhadores e, em um número um pouco maior, os que aferiram os níveis de cotinina durante o cultivo do fumo. Objetivos: Redigir três artigos científicos: o primeiro para analisar a prevalência e os fatores associados à asma entre os fumicultores, o segundo para investigar a prevalência de tabagismo e seus fatores associados neste grupo de trabalhadores e o terceiro busca realizar uma revisão sistemática sobre níveis de cotinina urinária em fumicultores, durante a colheita da folha de fumo. Métodos: os dois primeiros estudos utilizaram o banco de dados de um estudo de delineamento transversal, realizado em 2469 fumicultores maiores de 18 anos, no município de São Lourenço do Sul, RS. Asma foi definida como chiado no último ano, considerou-se tabagista aquele que fumava pelo menos um cigarro por dia há mais de um mês. A revisão sistemática seguiu o PRISMA guidelines e, buscando em divesas bases de dados, incluiu estudos que apresentavam valores de cotinina urinária coletados no momento da colheita da folha do tabaco. Resultados: A prevalência de chiado no último ano foi de 11,0% para ambos os sexos. Entre os homens, idade, tabagismo, trabalho intenso, uso de pesticidas, contato com poeira vegetal e poeria do fumo, carregar as varas de fumo para dentro dos galpões e doença da folha verde no ano anterior ao estudo foram fatores de risco par asma. Entre as mulheres, história familiar de asma, fazer manocas, trabalho intenso, contato com desinfetantes químicos e doença da folha verde no ano anterior estiveram positivamente associados com asma. A colheita da folha baixa de fumo foi fator de proteção para asma em ambos os sexos. Tabagismo atual foi referido por 31,2% dos homens e 3,1% das mulheres. Entre homens, tabagismo associou-se diretamente à idade, escolaridade, renda, ser bebedor pesado, tempo de trabalho na fumicultura e tempo de exposição a pesticidas. Relação de trabalho foi um fator de risco para tabagismo e participar de atividades religiosas um fator de proteção. A revisão sistemática apontou que fumicultores apresentam valores de cotinina urinária superiores a população não exposta, para ambos os sexos, em fumantes e não fumantes. Nos estudos que coletaram a cotinina em diferentes momentos, houve um pico da substância no período entre 24 e 37 horas após o início da colheita do fumo. Fatores ocupacionais como o uso de equipamentos de proteção e a umidade do ar no dia da colheita mostraram-se associados à absorção da nicotina. Conclusão: A alta prevalência de tabagismo entre homens fumicultores, a constatação de que estes trabalhadores absorvem elevadas quantidades de nicotina nos diversos ambientes de trabalho e as diversas comorbidades que afetam estes trabalhadores, como a asma, ressaltam a importância do Artigo 18 da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, que trata da proteção ao meio ambiente e à saúde das pessoas, apontando a necessidade de definir políticas públicas de proteção à saúde dos fumicultores. A produção artesanal do tabaco expõe o trabalhador de forma intensa e constante à nicotina, o que evidencia a necessidade de estudos sobre os efeitos da exposição crônica à nicotina nestes trabalhadores.Introduction: Brazil is the world’s second largest producer of tobacco leaf and the champion in tobacco exportation. The national production of tobacco is concentrated in the southern region and the state of Rio Grande do Sul (RS) is responsible for 50% of this production. Tobacco growing is carried out by family farmers through a handmade and rudimentary form. The production cycle extends throughout the year, starting with land preparation, planting of seedlings, leaf harvesting, drying and finishing with baling for sale. During these steps, the worker is exposed to different workloads and the chemical load is a constant source of exposure throughout the production process. The use of pesticides and the contact with nicotine, either by handling of green tobacco leaf or inhaling the dry tobacco dust are agressors of the respiratory system and exposes workers to high doses of nicotine. Moreover, national censuses show that there is a high prevalence of smoking in the rural area, which increases the risk of respiratory diseases. Asthma is a common chronic disease of the airways characterized by a complex interaction of airflow obstruction, bronchial hyperresponsiveness and underlying inflammation that trigger recurring episodes of coughing, wheezing and shortness of breath. The asthma attack disables the tobacco farmer to work, since the tobacco growing requires great physical effort and exposes the worker to organic and inorganic dust, triggering asthma. Its prevalence in rural workers varies, ranging between 2 and 10%, due to the great variability of outcomes used in the studies. There were not found studies on asthma in tobacco growers, are scarce those who described the prevalence of smoking in this group of workers and, a slightly larger number, those who have assessed cotinine levels during cultivation of tobacco. Objectives: To write three scientific papers: the first aim to examine the prevalence and associated factors of asthma among tobacco growers, the second to investigate the prevalence of smoking and its associated factors in this group of workers and the third seeks to conduct a systematic review of urinary cotinine levels in tobacco farmers during the harvest of tobacco leaves. Methods: The two first papers were based on the database of a cross-sectional study, conducted in 2469 tobacco growers over 18 years, in São Lourenço do Sul, RS. Asthma was defined as wheezing in the last year, it was considered smoker who smoked at least one cigarette a day for over a month. The systematic review followed PRISMA guidelines and searching several databases, the review included studies about urinary cotinine values collected at the time of the harvest of tobacco leaf. Results: Wheezing prevalence was 11.0% with no difference between genders. Among men, age, smoking, strenuous work, pesticide use, contact with vegetable dust and dried tobacco dust, lifting sticks with tobacco leaves to the curing barns and green tobacco sickness (GTS) were risk factors for wheezing. Among women, family history of asthma, tying hands of tobacco, strenuous work, contact with chemical disinfectants and GTS were positively associated with wheezing. Harvesting lower tobacco leaves was a protective factor for asthma in both genders. The prevalence of current smoking was 31.2% for men and 3.1 for women. Among men, smoking was associated directly with age, education, income, being heavy drinker, working time in tobacco farming and exposure to pesticides. Workers who reported one to four months of intense work in the year had a lower risk than others. The type of working relationship proved to be a risk factor for smoking while participating in religious activities a protective factor. The systematic review found that tobacco growers have urinary cotinine values greater than the population not exposed, for both sexes, in smokers and nonsmokers. Some studies collected cotinine at different times and have shown a peak of the substance in the period between 24 and 37 hours after the start of harvesting tobacco. Occupational factors as the use of protective equipment and the moisture during the day of harvesting proved to be associated with nicotine absorption. Conclusion: The high prevalence of smoking among men tobacco growers, linked to the fact that these workers absorb high amounts of nicotine in different work environments and to the different comorbidities that affect these workers, such as asthma, stress the importance of Article 18 of the Framework Convention on Tobacco Control, which adresses the protection of the environment and the health of people, pointing out the need to define public policies to protect the health of tobacco farmers. Handmade tobacco production exposes workers intensely and steadily to nicotine, which highlights the need for studies on the effects of chronic exposure to nicotine in these workers.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaUFPelBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIAFumiculturaAsmaChiadoTabagismoNicotinaCotininaTobacco farmingAsthmaWheezingSmokingNicotineCotinineAsma, tabagismo e absorção de nicotina em fumicultores do município de São Lourenço do Sul, RS.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFaria, Neice Muller XavierFassa, Anaclaudia GastalFiori, Nadia Spadainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTese_Nadia Spada Fiori.pdf.txtTese_Nadia Spada Fiori.pdf.txtExtracted texttext/plain314785http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9291/6/Tese_Nadia%20Spada%20Fiori.pdf.txt7388c7ce70968ab22f8844ff3e62bf38MD56open accessTHUMBNAILTese_Nadia Spada Fiori.pdf.jpgTese_Nadia Spada Fiori.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1343http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9291/7/Tese_Nadia%20Spada%20Fiori.pdf.jpg1d28292212aa940527464c9e39af476dMD57open accessORIGINALTese_Nadia Spada Fiori.pdfTese_Nadia Spada Fiori.pdfapplication/pdf1316354http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9291/1/Tese_Nadia%20Spada%20Fiori.pdf0b544d2205713ac968ef8ff9d3b7a9a2MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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