Determinantes precoces da capacidade cognitiva nas crianças aos 6 anos: Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figuera, Fabio Alberto Camargo
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9303
Resumo: A capacidade cognitiva é um determinante importante para o desempenho futuro da criança e os dois primeiros anos de vida são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro. Período que pode ser afetado por múltiplos fatores, biológicos, sociais e do ambiente, podendo levar às crianças ao fracasso de atingir todo o seu potencial cognitivo. Por outro lado, são poucos os estudos longitudinais e de base populacional em países de renda média e baixa, como o Brasil, que estudam os determinantes precoces da capacidade cognitiva na infância. Usando os dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, objetivou-se identificar quais são os determinantes precoces e da infância associados ao QI (Quociente Intelectual) de crianças aos 6 anos de idade. Numa primeira abordagem, o objetivo foi determinar as características precoces (da etapa perinatal e do primeiro ano de vida da criança) que melhor predizem um desempenho cognitivo baixo aos 6 anos. Baseados numa estratégia de modelagem preditiva foram identificados como preditores precoces o sexo da criança, cor da pele dos pais, número de irmãos, trabalho paterno e materno, renda familiar, escolaridade materna, pessoas por quarto, duração da amamentação, déficit de crescimento, tabagismo dos pais na gravidez e a percepção materna da saúde da criança. O modelo apresentou bom ajuste e uma boa discriminação, área sob a curva ROC=0.80 (IC95% 0.79 – 0.82). Posteriormente, investigaram-se os efeitos da estimulação cognitiva da criança e a depressão materna sobre o QI aos seis anos de idade. Os resultados demostraram que a estimulação teve um efeito positivo no QI, e a depressão materna um efeito negativo no QI da criança. Um efeito cumulativo foi descrito para a estimulação da criança e a depressão materna. O efeito da estimulação se apresentou diferente de acordo com níveis de escolaridade materna, onde se observou que existe um efeito no QI crescente da estimulação sobre o aumento da escolaridade, partindo de não efeito para mães de baixa escolaridade e chegando a mais 0.17 DP no QI por cada aumento em um ponto de estimulação nas mães com 12 anos ou mais de escolaridade. Adicionalmente foi comprovado que parte do efeito da escolaridade materna foi mediado pela estimulação da criança. Finalmente, realizou-se uma revisão da literatura abrangente para identificar e resumir o conhecimento relacionado com os determinantes da capacidade cognitiva na infância. Os achados mostram que são poucos os estudos realizados em países de renda média e baixa e os principais fatores identificados foram relacionados com as condições socioeconômicas, a condição de saúde prénatal e perinatal, o crescimento na infância, a amamentação e a qualidade do cuidado da criança e estimulação.
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Usando os dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, objetivou-se identificar quais são os determinantes precoces e da infância associados ao QI (Quociente Intelectual) de crianças aos 6 anos de idade. Numa primeira abordagem, o objetivo foi determinar as características precoces (da etapa perinatal e do primeiro ano de vida da criança) que melhor predizem um desempenho cognitivo baixo aos 6 anos. Baseados numa estratégia de modelagem preditiva foram identificados como preditores precoces o sexo da criança, cor da pele dos pais, número de irmãos, trabalho paterno e materno, renda familiar, escolaridade materna, pessoas por quarto, duração da amamentação, déficit de crescimento, tabagismo dos pais na gravidez e a percepção materna da saúde da criança. O modelo apresentou bom ajuste e uma boa discriminação, área sob a curva ROC=0.80 (IC95% 0.79 – 0.82). Posteriormente, investigaram-se os efeitos da estimulação cognitiva da criança e a depressão materna sobre o QI aos seis anos de idade. Os resultados demostraram que a estimulação teve um efeito positivo no QI, e a depressão materna um efeito negativo no QI da criança. Um efeito cumulativo foi descrito para a estimulação da criança e a depressão materna. O efeito da estimulação se apresentou diferente de acordo com níveis de escolaridade materna, onde se observou que existe um efeito no QI crescente da estimulação sobre o aumento da escolaridade, partindo de não efeito para mães de baixa escolaridade e chegando a mais 0.17 DP no QI por cada aumento em um ponto de estimulação nas mães com 12 anos ou mais de escolaridade. Adicionalmente foi comprovado que parte do efeito da escolaridade materna foi mediado pela estimulação da criança. Finalmente, realizou-se uma revisão da literatura abrangente para identificar e resumir o conhecimento relacionado com os determinantes da capacidade cognitiva na infância. Os achados mostram que são poucos os estudos realizados em países de renda média e baixa e os principais fatores identificados foram relacionados com as condições socioeconômicas, a condição de saúde prénatal e perinatal, o crescimento na infância, a amamentação e a qualidade do cuidado da criança e estimulação.Cognitive ability is an important determinant for the child's future performance and the first two years of life are a critical period for brain development. Period may be affected by many factors, biological, social and the environment, taking the children to failure to achieve all their cognitive potential. On the other hand, there are few longitudinal studies and population-based middle and low income countries, and also in the Brazilian context, studying the early determinants of cognitive ability in childhood. Using data from 2004 Pelotas Birth Cohort aimed to identify what are the determinants and early childhood associated with IQ (intellectual quotient) of children at 6 years old. At first glance, the goal was to determine the early life determinants (the perinatal stage and the first year of the child's life) that best predict low cognitive performance at age 6. Based on a predictive modeling strategy were identified as early predictors sex of the child, parents' skin color, number of siblings, maternal and paternal work, family income, maternal education, persons per room, breastfeeding duration, failure to thrive, smoking of parents in pregnancy and maternal perception of the child's health. The model showed good fit and a good discrimination, area under the ROC curve = 0.80 (95% CI 0.79 - 0.82). Later, we investigated the effects of child cognitive stimulation and maternal depression on IQ at six years of age. The results showed that the stimulation had a positive effect on IQ and maternal depression a negative effect on children's IQ. A cumulative effect described for the stimulation of child and maternal depression. The effect of stimulation was different according to levels of maternal education, where it was observed that there is an effect in increasing IQ stimulation on increasing education, from no effect to low-schooling mothers and reaching +0.17 SD IQ for each increment on a stimulation point in mothers with 12 years or more of schooling. Additionally it was proven that part of the maternal education effect was mediated by stimulation of the child. Finally, a comprehensive review of the literature was conducted to identify and summarize the knowledge related to the determinants of cognitive ability in childhood. The findings show that there are few studies in low- and middle-income countries and the major factors identified were related to the socio-economic conditions, the condition of prenatal and perinatal health, growth in children, breastfeeding and the quality of child care and stimulation.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaUFPelBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIACriançasCapacidade cognitivaInteligênciaCoorte de 2004EpidemiologiaChildrenCognitive abilityIntelligenceCohort 2004EpidemiologyDeterminantes precoces da capacidade cognitiva nas crianças aos 6 anos: Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004.Early determinants of cognitive function in children at age 6: 2004 Pelotas Birth Cohort.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisBarros, Aluísio Jardim Dornellas deFiguera, Fabio Alberto Camargoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdf.txtTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdf.txtExtracted texttext/plain659059http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9303/6/TESE_FABIO%20ALBERTO%20CAMARGO%20FIGUERA.pdf.txtacec4ac9c9e964b2331c68fac76c57abMD56open accessTHUMBNAILTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdf.jpgTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1246http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9303/7/TESE_FABIO%20ALBERTO%20CAMARGO%20FIGUERA.pdf.jpgd740dd3edc7990b6f5e7de9e190b42aaMD57open accessORIGINALTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdfTESE_FABIO ALBERTO CAMARGO FIGUERA.pdfapplication/pdf4393628http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9303/1/TESE_FABIO%20ALBERTO%20CAMARGO%20FIGUERA.pdf406f69faec78e971ff20bed9804cbcc0MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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