Uma investigação acerca das punições em Michel Foucault: os mecanismos que justificam a necessidade de punir.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7546 |
Resumo: | O presente trabalho busca tecer uma investigação sobre as transformações que permeiam os aparatos punitivos entre os séculos XVII a XIX e possíveis reflexos na sociedade atual. Logo, o que iremos abordar adentra os muitos modos de controle e manipulação sobre os indivíduos em sociedade, tendo como uma constante que funciona em paralelo e fundamenta as mais diversas transformações de instituições sociais o nascimento e desenvolvimento do capitalismo. A questão que perpassa e impulsiona o nosso trabalho é a de saber quais aspectos fundamentam a permanente necessidade da punição, de modo que a mesma perdura, e se remodela, por tantos séculos de forma forte, eficaz e definitiva. A análise que delinearemos em nossa dissertação percorre, define e situa os principais dispositivos punitivos apresentados por Michel Foucault em inúmeros escritos, conferências e entrevistas mas, primordialmente, no curso A sociedade Punitiva (1973), nos ciclo de conferências intitulado A verdade e as formas jurídicas (1973) e na obra Vigiar e Punir: nascimento da prisão (1975). Dispositivos como: o ritual do suplício, o exercício da penitência, o poder disciplinar, a sequestração de tempo, a instituição prisão e a normalização. Discorrendo primeiramente sobre o ritual do suplício, observamos que, pouco a pouco, esse método extremo de violência foi sendo posto de lado por um outro modelo de sociedade, que estava emergindo, a sociedade capitalista. Esse novo ideal econômico irá, por suas próprias necessidades de funcionamento, definir toda uma diferente estrutura social que precisará dos indivíduos vivos (por isso mesmo que o poder de morte simbolizado pelo suplício já não fará mais necessário), para que possam produzir mas, também, de indivíduos de funcionem de um determinado modo. A partir dessas novas necessidades que serão criadas toda essa gama de aparatos e instituições de controle. O que esse modelo econômico precisa é de indivíduos disciplinados, docilizados e úteis – para que possam ser produtivos. Mas esse sistema vai além, ele, pela necessidade de controle, mais ampla e eficaz, irá também, controlar a sexualidade, saúde, segurança, etc. Aqueles os quais não se adequarem a essas novas normas sociais encontrarão o velho ideal, mas modelado a esse novo sistema – a punição. Desse modo, o panóptico, a disciplina, as instituições de sequestração de tempo e a prisão tomam corpo e poder punitivo. Um novo modo de governar dominado pelo mercado, pela economia em amplo sentido, economia em si (lucros), economia de tempo e espaço. Para tanto, usando como principal base teórica o pensamento de Michel Foucault, além de aportes secundários que versam sobre o tema punição. Chegando por fim, a necessidade da punição como forma de controle e disciplina e correlacionada com a expressão vigente de normalização pois, a mesma parece ser a chave da nossa pesquisa. Desde o suplício até o mais recente, a prisão, aquele que é punido é sempre o desviante, em outras palavras, o anormal. Toda a justificativa caminha de encontro a divisão de normal (que se adequa) e anormal (inadequado, improdutivo, desviante, vagabundo, delinquente, louco). O que se busca – por meio de todo esse aparato de controle, disciplina e vigilância – é o indivíduo normal, produtivo e adequado, disciplinado e o que se pune é definido como o anormal. Enfim, o ponto que culmina e descerra a nossa dissertação é o conceito de normalização. |
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2021-05-19T23:48:01Z2021-05-192021-05-19T23:48:01Z2020-03-17TRINDADE, Flávia Ferreira. Uma investigação acerca das punições em Michel Foucault: os mecanismos que justificam a necessidade de punir. 2020. 140f. Dissertação (Mestrado em filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Instituto de Filosofia, Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7546O presente trabalho busca tecer uma investigação sobre as transformações que permeiam os aparatos punitivos entre os séculos XVII a XIX e possíveis reflexos na sociedade atual. Logo, o que iremos abordar adentra os muitos modos de controle e manipulação sobre os indivíduos em sociedade, tendo como uma constante que funciona em paralelo e fundamenta as mais diversas transformações de instituições sociais o nascimento e desenvolvimento do capitalismo. A questão que perpassa e impulsiona o nosso trabalho é a de saber quais aspectos fundamentam a permanente necessidade da punição, de modo que a mesma perdura, e se remodela, por tantos séculos de forma forte, eficaz e definitiva. A análise que delinearemos em nossa dissertação percorre, define e situa os principais dispositivos punitivos apresentados por Michel Foucault em inúmeros escritos, conferências e entrevistas mas, primordialmente, no curso A sociedade Punitiva (1973), nos ciclo de conferências intitulado A verdade e as formas jurídicas (1973) e na obra Vigiar e Punir: nascimento da prisão (1975). Dispositivos como: o ritual do suplício, o exercício da penitência, o poder disciplinar, a sequestração de tempo, a instituição prisão e a normalização. Discorrendo primeiramente sobre o ritual do suplício, observamos que, pouco a pouco, esse método extremo de violência foi sendo posto de lado por um outro modelo de sociedade, que estava emergindo, a sociedade capitalista. Esse novo ideal econômico irá, por suas próprias necessidades de funcionamento, definir toda uma diferente estrutura social que precisará dos indivíduos vivos (por isso mesmo que o poder de morte simbolizado pelo suplício já não fará mais necessário), para que possam produzir mas, também, de indivíduos de funcionem de um determinado modo. A partir dessas novas necessidades que serão criadas toda essa gama de aparatos e instituições de controle. O que esse modelo econômico precisa é de indivíduos disciplinados, docilizados e úteis – para que possam ser produtivos. Mas esse sistema vai além, ele, pela necessidade de controle, mais ampla e eficaz, irá também, controlar a sexualidade, saúde, segurança, etc. Aqueles os quais não se adequarem a essas novas normas sociais encontrarão o velho ideal, mas modelado a esse novo sistema – a punição. Desse modo, o panóptico, a disciplina, as instituições de sequestração de tempo e a prisão tomam corpo e poder punitivo. Um novo modo de governar dominado pelo mercado, pela economia em amplo sentido, economia em si (lucros), economia de tempo e espaço. Para tanto, usando como principal base teórica o pensamento de Michel Foucault, além de aportes secundários que versam sobre o tema punição. Chegando por fim, a necessidade da punição como forma de controle e disciplina e correlacionada com a expressão vigente de normalização pois, a mesma parece ser a chave da nossa pesquisa. Desde o suplício até o mais recente, a prisão, aquele que é punido é sempre o desviante, em outras palavras, o anormal. Toda a justificativa caminha de encontro a divisão de normal (que se adequa) e anormal (inadequado, improdutivo, desviante, vagabundo, delinquente, louco). O que se busca – por meio de todo esse aparato de controle, disciplina e vigilância – é o indivíduo normal, produtivo e adequado, disciplinado e o que se pune é definido como o anormal. Enfim, o ponto que culmina e descerra a nossa dissertação é o conceito de normalização.The present work aims to weave an investigation about the transformations that undergo the punitive devices between the XVII and XIX centuries and possible reflexes on the actual society. Thus, our approach goes into the many ways of control and manipulation of the individuals in society, having as a constant which works in parallel and fundaments the more diverse transformations of social institutions, the birth and development of capitalism. The matter which pervades and boosts our work is the one of knowing which aspects fundament the permanent need of punition, so that it endures, and reshapes itself, for so many centuries in a strong, effective and definitive way. The analysis that we will outline in our dissertation goes through, defines and situates the main punitive devices presented by Michel Foucault in innumerous writings, conferences and interviews but, primarily, in the course The punitive society (1973), in the cycle of conferences named The truth of juridical forms (1973) and in the work Discipline and Punish: birth of the prison (1975). Devices such as: the rite of torment, the exercise of penitence, the disciplinary power, the time kidnapping, the prison institution and the normalization. Discoursing first about the rite of torment, we observe that, little by little, this extreme method of violence has been put aside by a new model of society that was emerging, the capitalist society. This new economic ideal will, by its own needs of functioning, define an all different social structure which will need live individuals (thus, the death power symbolized by the torment will no longer be needed), so that they can produce but, also, individuals that function in a determined manner. From these new needs, therefore will be created a range of apparatus and control institutions. What this economic model needs is disciplined individual, docile and useful – so that they can be productive. But this system goes beyond, it, by the need of control, wider and more efficient, will also control the sexuality, health, safety, etc. Those who do not adequate themselves to these new social norms will find the old ideal, modeled to this new system – the punition. That way, the panoptic, the discipline, the time kidnapping institutions and the prison take body and punitive power. A new way of ruling dominated by the market, by the economy in a wide way, economy by itself (profit), time and space economy. Therefore, using as the main theoretical basis the thinking of Michel Foucault, besides secondary contributions that speak on the punition subject. Coming at last to the need for punishment as a form of control and discipline and correlated with the current expression of normalization, for this seems to be the key to our research. Since the torment to the more recent, the prison, that who is punished is always the deviant, in other word, the abnormal. All of the justification goes against the division of normal (that fits in) and the abnormal (inadequate, unproductive, deviant, tramp, delinquent, crazy). What is searched – through all of this control, discipline and vigilance apparatus – is the normal, productive and adequate, disciplined individual and that which is punished is defined as abnormal. Finally, the point in which our dissertation culminates and unravels is the concept of normalization.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PolíticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAPuniçãoSuplícioPenitênciaPrisãoNormalizaçãoMichel FoucaultPunishmentTormentPenitencePrisonNormalizationUma investigação acerca das punições em Michel Foucault: os mecanismos que justificam a necessidade de punir.An investigation about punishments on Michel Foucault: the mechanisms that justify the need to punish.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/0707517575596082http://lattes.cnpq.br/9512892707756969Valeirão, Kelinhttp://lattes.cnpq.br/7568906437198533Araldi, Clademir LuísTrindade, Flávia Ferreirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.txtDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.txtExtracted texttext/plain351735http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7546/6/DISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.txtc11cee8cad0a51040d0aef8082579de7MD56open accessTHUMBNAILDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.jpgDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1270http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7546/7/DISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdf.jpg39d5234cbe38ddede38a0cbfa9d29fc6MD57open accessORIGINALDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdfDISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdfapplication/pdf1078056http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7546/1/DISSERTACAO_FLAVIA_FERREIRA_TRINDADE.pdffb5fdd9e4d550c0cf8b2a6b23c33530cMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) |
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