Michel Foucault e a constituição da subjetividade como estética da existência: o cuidado de si, a coragem da verdade cínica e suas reverberações na arte do século XIX.
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Data de Publicação: | 2020 |
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Resumo: | A presente tese de doutorado tem por objetivo defender que a constituição da subjetividade no pensamento do filósofo Michel Foucault (1926-1984) é compreendida como estética da existência. Ao pensar nas relações entre o sujeito e a verdade, por meio do cuidado de si, Foucault inaugura uma filosofia aberta para as formas de viver e para o reino das artes. A estética da existência é uma temática que está presente nos últimos escritos do autor e ela se refere a uma forma específica de compreender a filosofia. Essa forma parte da prerrogativa segundo a qual a filosofia é uma arte de viver e ela corresponde a um âmbito ético-estético porque se refere ao ethos e ao estilo de vida. Não se trata de uma categoria epistemológica, mas de um projeto de constituição de si mesmo. Sustentamos, por esse viés, que a filosofia contemporânea perfaz um pensamento ético-estético que está arraigado na vida e nas formas de viver. No curso de Michel Foucault pronunciado no Collège de France, em 1984, A coragem da verdade, o princípio do cuidado de si (epiméleia) descreve uma alternativa à história da subjetividade: a filosofia como estética da existência em oposição à filosofia como metafísica da alma. Nessa história, o cinismo antigo foi a prática filosófica que melhor representou esse aspecto, porque esteve preocupada, sobretudo, com os atos nos quais o sujeito, ao manifestar a verdade, era reconhecido como alguém que dizia a verdade – mas uma verdade cínica. Diferente da concepção clássica da verdade, alicerçada em um mundo inteligível, a verdade cínica reverte seu sentido até transformar-se em insolência e grosseria, pois inscreve a verdade no terreno sólido da vida cínica – uma vida-outra, uma vida escandalosa. O cinismo, como forma de vida que manifesta e produz a verdade escandalosa não foi uma figura particular do século IV a.C., mas uma atitude recorrente ao longo da história da filosofia como estética da existência, mas foi além dela. A arte do século XIX foi um veículo do cinismo, um meio transmissor autêntico e genuíno dessa concepção filosófica. De Charles Baudelaire (1821-1867) ao Impressionismo, a arte manifestou o antiplatonismo e o antiaristotelismo da cultura. Em Édouard Manet (1832-1883), a arte foi o lugar-outro da verdade e o que ela desvelou foi a vida-outra. Por esse prisma compreendemos que Michel Foucault, ao conceber a verdade pela ótica cínica coloca para o pensamento Ocidental a preocupação pelas formas de viver, pelo estilo de vida e pela ética como estética da existência, donde se faz necessário indagar pela primazia da arte como lugar-outro da própria verdade cínica. |
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2021-05-23T13:02:47Z2021-05-212021-05-23T13:02:47Z2020-03-12MEIRELES, Tulipa Martins. Michel Foucault e a constituição da subjetividade como estética da existência: o cuidado de si, a coragem da verdade cínica e suas reverberações na arte do século XIX. Orientador: Clademir Luís Araldi. 2020. 341 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7568A presente tese de doutorado tem por objetivo defender que a constituição da subjetividade no pensamento do filósofo Michel Foucault (1926-1984) é compreendida como estética da existência. Ao pensar nas relações entre o sujeito e a verdade, por meio do cuidado de si, Foucault inaugura uma filosofia aberta para as formas de viver e para o reino das artes. A estética da existência é uma temática que está presente nos últimos escritos do autor e ela se refere a uma forma específica de compreender a filosofia. Essa forma parte da prerrogativa segundo a qual a filosofia é uma arte de viver e ela corresponde a um âmbito ético-estético porque se refere ao ethos e ao estilo de vida. Não se trata de uma categoria epistemológica, mas de um projeto de constituição de si mesmo. Sustentamos, por esse viés, que a filosofia contemporânea perfaz um pensamento ético-estético que está arraigado na vida e nas formas de viver. No curso de Michel Foucault pronunciado no Collège de France, em 1984, A coragem da verdade, o princípio do cuidado de si (epiméleia) descreve uma alternativa à história da subjetividade: a filosofia como estética da existência em oposição à filosofia como metafísica da alma. Nessa história, o cinismo antigo foi a prática filosófica que melhor representou esse aspecto, porque esteve preocupada, sobretudo, com os atos nos quais o sujeito, ao manifestar a verdade, era reconhecido como alguém que dizia a verdade – mas uma verdade cínica. Diferente da concepção clássica da verdade, alicerçada em um mundo inteligível, a verdade cínica reverte seu sentido até transformar-se em insolência e grosseria, pois inscreve a verdade no terreno sólido da vida cínica – uma vida-outra, uma vida escandalosa. O cinismo, como forma de vida que manifesta e produz a verdade escandalosa não foi uma figura particular do século IV a.C., mas uma atitude recorrente ao longo da história da filosofia como estética da existência, mas foi além dela. A arte do século XIX foi um veículo do cinismo, um meio transmissor autêntico e genuíno dessa concepção filosófica. De Charles Baudelaire (1821-1867) ao Impressionismo, a arte manifestou o antiplatonismo e o antiaristotelismo da cultura. Em Édouard Manet (1832-1883), a arte foi o lugar-outro da verdade e o que ela desvelou foi a vida-outra. Por esse prisma compreendemos que Michel Foucault, ao conceber a verdade pela ótica cínica coloca para o pensamento Ocidental a preocupação pelas formas de viver, pelo estilo de vida e pela ética como estética da existência, donde se faz necessário indagar pela primazia da arte como lugar-outro da própria verdade cínica.La présente thèse de doctorat a pour but de défendre que la constitution de la subjectivité dans la pensée du philosophe Michel Foucault (1926-1984) est comprise comme esthétique de l’existence. En pensant au rapport entre le sujet et la vérité, à travers le souci de soi, Foucault inaugure une philosophie ouverte aux modes de vie et au royaume des arts. L’esthétique de l’existence est une thématique présente dans les derniers écrits de l’auteur et elle fait référence à une manière spécifique de comprendre la philosophie. Cette forme fait partie de la prérogative selon laquelle la philosophie est un art de vivre et elle correspond à une portée éthique-esthétique, car elle renvoie à l’ethos et au style de vie. Il ne s’agit pas d’une catégorie épistémologique, mais d’un projet de constitution de soi-même. Nous soutenons, pour cette raison, que la philosophie contemporaine rattrape une pensée éthique-esthétique qui est enracinée dans la vie et les formes de vie. Dans le cours de Michel Foucault prononcé au Collège de France en 1984, Le courage de la vérité, le principe du souci de soi (epiméleia) décrit une alternative à l’histoire de la subjectivité : la philosophie comme esthétique de l’existence par opposition à la philosophie comme métaphysique de l’âme. Dans cette histoire, le cynisme ancien était la pratique philosophique qui correspondait le mieux à cet aspect, car il concernait surtout les actes dans lesquels le sujet, lorsqu’il manifestait la vérité, était reconnu comme quelqu’un qui disait la vérité – mais une vérité cynique. Contrairement à la conception classique de la vérité, fondée dans un monde intelligible, la vérité cynique renverse son sens jusqu’à ce qu’elle devienne insolence et impolitesse, car elle inscrit la vérité sur le terrain solide de la vie cynique – une vie autre, une vie scandaleuse. Le cynisme, en tant que forme de vie qui manifeste et produit une vérité scandaleuse, n’était pas une figure particulière du IVe siècle av. J.-C., mais une attitude récurrente tout au long de l’histoire de la philosophie en tant qu’esthétique de l’existence, bien qu’il l’a dépassée. L’art du XIXe siècle était un vecteur de cynisme, un moyen authentique de transmettre cette conception philosophique. En fait, de Charles Baudelaire (1821-1867) à l’impressionnisme, l’art manifeste l’antiplatonisme et l’anti-aristotélisme de la culture. Chez Édouard Manet (1832-1883), l’art a été le lieu autre de vérité et ce qu’il a dévoilé, c’est la vie autre. De ce point de vue, nous comprenons que Michel Foucault, en concevant la vérité à travers une perspective cynique, présente à la pensée occidentale une préoccupation quant aux modes de vie, aux styles de vie et à l’éthique comme esthétique de l’existence, d’où la nécessité de s’interroger sur la primauté de l’art comme lieu autre de la vérité cynique elle-même.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PolíticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIASubjetividadeEstética da existênciaCuidado de siCinismoArte modernaSubjectivitéEsthétique de l’existenceSouci de soiCynismeL’art moderneMichel Foucault e a constituição da subjetividade como estética da existência: o cuidado de si, a coragem da verdade cínica e suas reverberações na arte do século XIX.Michel Foucault et la constitution de la subjectivité comme esthétique de l'existence: le souci de soi, le courage de la vérité cynique et ses réverbérations dans l'art du XIXe siècle.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://lattes.cnpq.br/6957284306300281http://lattes.cnpq.br/9512892707756969Araldi, Clademir LuísMeireles, Tulipa Martinsinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.txtTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.txtExtracted texttext/plain876982http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7568/6/TESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.txt015cc527752041d5cab83c379a09b294MD56open accessTHUMBNAILTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.jpgTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1294http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7568/7/TESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf.jpg0a67c5cf683e893619f95d9b429a0059MD57open accessORIGINALTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdfTESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdfapplication/pdf3205142http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7568/1/TESE_TULIPA_MARTINS_MEIRELES.pdf487afb7e60f0cdbd89f4dc9ebd519a68MD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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