A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Lilian Velleda
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5526
Resumo: Esta investigação tem como ponto central o possível caráter micrototatlitário da decisão judicial, no Brasil; procura-se compreender o que poderia ter em comum com o “Totalitarismo”, o evento ocorrido no séc. XX, e que Hannah Arendt reputa o mais importante de seu tempo. A hipótese que orienta a investigação é de que a decisão judicial, na sociedade de massa (Século XX), tem um perfil micrototalitário, segundo o pensamento político de Arendt. O termo “micrototalitarismo” não aparece explicitamente nos escritos da pensadora política, mas é possível pensar que possa ser depreendido, a partir de suas reflexões. Constata-se que há pontos em comum: a pretensão de domínio dos indivíduos por meio da “correção” do passado e a determinação do futuro, o uso do raciocínio lógico, e o espaço vazio na suspensão do ordenamento. Assim é porque na Modernidade (séc. XVII) ocorreram eventos como a Descoberta do Novo Mundo, a Reforma Protestante e as Revoluções Científicas e Industrial, que, alterando o conceito de sujeito (tornou-se indivíduo), possibilitaram o desencadeamento do processo de acumulação da propriedade, não mais como um lugar na Terra comum, mas como riqueza. O Estado garantiu o processo de acumulação. Essas alterações deram origem à sociedade da massa (séc. XX), caracterizada pela atomização dos indivíduos, prontos à adesão ao Totalitarismo. O direito é o instrumento do Estado que garante os processos, ainda que existam Cartas Políticas formalmente comprometidas com a diminuição das desigualdades. A resposta do direito às demandas, (decisão), não visa satisfazer o processo vital do metabolismo humano (labor), ou ser a ação política que origina o novo (action), pois ela não ascende ao espaço público, no qual os homens se distinguem, por seus feitos e pela palavra, na pluralidade. Ela ocorre no isolamento do homo faber (work), em conformação a um modelo. No Direito Brasileiro isso ocorre em decorrência de sua estrutura, função, e “modo de fazer”. Ou seja, na perspectiva do direito praticado, o que pode ser percebido na prática jurídica, e que é a perspectiva deste estudo. Mas, como afirma Arendt, o homem é aquele que, nascido, instala-se na lacuna entre o passado e o futuro, podendo dar início ao novo, por meio da ação. Nesse sentido, embora o caráter instrumental do direito, é preciso que ele deixe de ser a lei, para ser o organizador da vida em comum.
id UFPL_fcdb058abfd736fc9bb074fc54643e76
oai_identifier_str oai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5526
network_acronym_str UFPL
network_name_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
repository_id_str
spelling 2020-05-25T02:51:37Z2020-05-242020-05-25T02:51:37Z2019-08-26SOARES, Lílian Velleda. A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial arendtiano. 2019. 127 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Instituto de Filosofia, Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2019.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5526Esta investigação tem como ponto central o possível caráter micrototatlitário da decisão judicial, no Brasil; procura-se compreender o que poderia ter em comum com o “Totalitarismo”, o evento ocorrido no séc. XX, e que Hannah Arendt reputa o mais importante de seu tempo. A hipótese que orienta a investigação é de que a decisão judicial, na sociedade de massa (Século XX), tem um perfil micrototalitário, segundo o pensamento político de Arendt. O termo “micrototalitarismo” não aparece explicitamente nos escritos da pensadora política, mas é possível pensar que possa ser depreendido, a partir de suas reflexões. Constata-se que há pontos em comum: a pretensão de domínio dos indivíduos por meio da “correção” do passado e a determinação do futuro, o uso do raciocínio lógico, e o espaço vazio na suspensão do ordenamento. Assim é porque na Modernidade (séc. XVII) ocorreram eventos como a Descoberta do Novo Mundo, a Reforma Protestante e as Revoluções Científicas e Industrial, que, alterando o conceito de sujeito (tornou-se indivíduo), possibilitaram o desencadeamento do processo de acumulação da propriedade, não mais como um lugar na Terra comum, mas como riqueza. O Estado garantiu o processo de acumulação. Essas alterações deram origem à sociedade da massa (séc. XX), caracterizada pela atomização dos indivíduos, prontos à adesão ao Totalitarismo. O direito é o instrumento do Estado que garante os processos, ainda que existam Cartas Políticas formalmente comprometidas com a diminuição das desigualdades. A resposta do direito às demandas, (decisão), não visa satisfazer o processo vital do metabolismo humano (labor), ou ser a ação política que origina o novo (action), pois ela não ascende ao espaço público, no qual os homens se distinguem, por seus feitos e pela palavra, na pluralidade. Ela ocorre no isolamento do homo faber (work), em conformação a um modelo. No Direito Brasileiro isso ocorre em decorrência de sua estrutura, função, e “modo de fazer”. Ou seja, na perspectiva do direito praticado, o que pode ser percebido na prática jurídica, e que é a perspectiva deste estudo. Mas, como afirma Arendt, o homem é aquele que, nascido, instala-se na lacuna entre o passado e o futuro, podendo dar início ao novo, por meio da ação. Nesse sentido, embora o caráter instrumental do direito, é preciso que ele deixe de ser a lei, para ser o organizador da vida em comum.This investigation's central point is the possible micro-totalitarian character of the legal decision-making in Brazil; it aims to understand what it could have in common with ‘Totalitarianism’, an event that took place in the 20th century and is regarded by Hannah Arendt as the most important of her time. The hypothesis that orients this investigation is that the legal decision-making in the mass society (20th century) has a micro-totalitarianism profile, according to the political thinking of Arendt. The term ‘micro-totalitarianism’ does not appear explicitly in the writings of this political thinker, although it is possible to be interpreted on her reflections. We notice some common grounds: the intention of the dominion of individuals through the ‘correction’ of the past and the determination of the future, the usage of logical thinking, and the blank space from the suspension of the order. It is so due to the events that took place in the Modern Era (21st century), such as the Discovery of the New World, the Protestant Reformation, and the Industrial and Scientific Revolutions, which, by altering the concept of subject, made possible the kickoff of the process of property accumulation, not as a place in the common land, but as wealth. The State has guaranteed the process of accumulation. These alterations gave origin to the mass society (20th century), characterized by the atomization of the individuals, making them ready to join Totalitarianism. The Law is the instrument of the State that guarantees the processes, yet there are Political Letters formally committed to the diminishing of inequality. The Law’s answer to the demands, which is the decision, does not aim to satisfy the vital process of the human metabolism (labor), or to be the political action that origins the novelty (action), because it does not ascend to the public space, in which men distinguish themselves through their accomplishments and their words, in the plurality. It occurs in the isolation of the homo faber (work), in conformity to a model. In the Brazilian Law, it occurs due to its structure, function, and its “means”. In other words, in the perspective of the Law that is practiced, from what can be observed in the legal practice - which is the perspective of this study. But as Hannah states, the man is the one that, being born, is placed right in the gap between past and future, being able to create novelty through action. In this sense, in spite of the instrumental bias of the legal practice, it must cease being solely the about the laws, but the organizer of the common living.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PoliticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAFilosofiaArendtTotalitarismoWorkDecisão judicialMicrototalitarismoPhilosophyTotalitarianismDecision-makingMicro-totalitarianismA decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.The decision-making and the “micro-totalitarianism”: a reading from Arendtian referential.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://lattes.cnpq.br/7238699233979414http://lattes.cnpq.br/2113698088338985Schio, Sônia MariaSoares, Lilian Velledainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdf.txtLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdf.txtExtracted texttext/plain330018http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/6/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdf.txt55528656d1496a93487010e7d31b228fMD56open accessTHUMBNAILLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdf.jpgLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1214http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/7/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdf.jpg72bccea3e5042b7b735e0a44fa9c0bcbMD57open accessORIGINALLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdfLILIAN VELLEDA SOARES_Dissertacao.pdfapplication/pdf955259http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/1/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdfec4c70969f1c793e76d49fb2f966a0ceMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; charset=utf-849http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/2/license_url4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2fMD52open accesslicense_textlicense_texttext/html; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/3/license_textd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53open accesslicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-80http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/4/license_rdfd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD54open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/5/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD55open accessprefix/55262023-07-13 03:46:14.926open accessoai:guaiaca.ufpel.edu.br:prefix/5526TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.ufpel.edu.br/oai/requestrippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.bropendoar:2023-07-13T06:46:14Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv The decision-making and the “micro-totalitarianism”: a reading from Arendtian referential.
title A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
spellingShingle A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
Soares, Lilian Velleda
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Filosofia
Arendt
Totalitarismo
Work
Decisão judicial
Micrototalitarismo
Philosophy
Totalitarianism
Decision-making
Micro-totalitarianism
title_short A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
title_full A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
title_fullStr A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
title_full_unstemmed A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
title_sort A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial Arendtiano.
author Soares, Lilian Velleda
author_facet Soares, Lilian Velleda
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7238699233979414
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2113698088338985
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Schio, Sônia Maria
dc.contributor.author.fl_str_mv Soares, Lilian Velleda
contributor_str_mv Schio, Sônia Maria
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Filosofia
Arendt
Totalitarismo
Work
Decisão judicial
Micrototalitarismo
Philosophy
Totalitarianism
Decision-making
Micro-totalitarianism
dc.subject.por.fl_str_mv Filosofia
Arendt
Totalitarismo
Work
Decisão judicial
Micrototalitarismo
Philosophy
Totalitarianism
Decision-making
Micro-totalitarianism
description Esta investigação tem como ponto central o possível caráter micrototatlitário da decisão judicial, no Brasil; procura-se compreender o que poderia ter em comum com o “Totalitarismo”, o evento ocorrido no séc. XX, e que Hannah Arendt reputa o mais importante de seu tempo. A hipótese que orienta a investigação é de que a decisão judicial, na sociedade de massa (Século XX), tem um perfil micrototalitário, segundo o pensamento político de Arendt. O termo “micrototalitarismo” não aparece explicitamente nos escritos da pensadora política, mas é possível pensar que possa ser depreendido, a partir de suas reflexões. Constata-se que há pontos em comum: a pretensão de domínio dos indivíduos por meio da “correção” do passado e a determinação do futuro, o uso do raciocínio lógico, e o espaço vazio na suspensão do ordenamento. Assim é porque na Modernidade (séc. XVII) ocorreram eventos como a Descoberta do Novo Mundo, a Reforma Protestante e as Revoluções Científicas e Industrial, que, alterando o conceito de sujeito (tornou-se indivíduo), possibilitaram o desencadeamento do processo de acumulação da propriedade, não mais como um lugar na Terra comum, mas como riqueza. O Estado garantiu o processo de acumulação. Essas alterações deram origem à sociedade da massa (séc. XX), caracterizada pela atomização dos indivíduos, prontos à adesão ao Totalitarismo. O direito é o instrumento do Estado que garante os processos, ainda que existam Cartas Políticas formalmente comprometidas com a diminuição das desigualdades. A resposta do direito às demandas, (decisão), não visa satisfazer o processo vital do metabolismo humano (labor), ou ser a ação política que origina o novo (action), pois ela não ascende ao espaço público, no qual os homens se distinguem, por seus feitos e pela palavra, na pluralidade. Ela ocorre no isolamento do homo faber (work), em conformação a um modelo. No Direito Brasileiro isso ocorre em decorrência de sua estrutura, função, e “modo de fazer”. Ou seja, na perspectiva do direito praticado, o que pode ser percebido na prática jurídica, e que é a perspectiva deste estudo. Mas, como afirma Arendt, o homem é aquele que, nascido, instala-se na lacuna entre o passado e o futuro, podendo dar início ao novo, por meio da ação. Nesse sentido, embora o caráter instrumental do direito, é preciso que ele deixe de ser a lei, para ser o organizador da vida em comum.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-08-26
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-05-25T02:51:37Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-05-24
2020-05-25T02:51:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv SOARES, Lílian Velleda. A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial arendtiano. 2019. 127 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Instituto de Filosofia, Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5526
identifier_str_mv SOARES, Lílian Velleda. A decisão judicial e o “micrototalitarismo”: uma leitura a partir do referencial arendtiano. 2019. 127 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Instituto de Filosofia, Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2019.
url http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5526
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Filosofia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPel
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Filosofia, Sociologia e Politica
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pelotas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
instname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron:UFPEL
instname_str Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
instacron_str UFPEL
institution UFPEL
reponame_str Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
collection Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
bitstream.url.fl_str_mv http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/6/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdf.txt
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/7/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdf.jpg
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/1/LILIAN%20VELLEDA%20SOARES_Dissertacao.pdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/2/license_url
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/3/license_text
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/4/license_rdf
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/5526/5/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 55528656d1496a93487010e7d31b228f
72bccea3e5042b7b735e0a44fa9c0bcb
ec4c70969f1c793e76d49fb2f966a0ce
4afdbb8c545fd630ea7db775da747b2f
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)
repository.mail.fl_str_mv rippel@ufpel.edu.br || repositorio@ufpel.edu.br || aline.batista@ufpel.edu.br
_version_ 1801846911610650624