O problema do mal em Boécio: o sofrimento dos bons e a impunidade dos maus no De consolatione philosophiae.
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Data de Publicação: | 2020 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca |
Texto Completo: | http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7567 |
Resumo: | Abordar o problema do mal não é uma tarefa fácil e nem nova, pois muitos autores, tanto da filosofia quanto da teologia, elaboraram diversos estudos em busca de solucionar uma questão, que ao mesmo tempo, é tão antiga e atual na vida humana, seja no âmbito moral, natural ou mesmo metafísico. Não podemos, por conseguinte, negar que o mal exista e que interfira na vida prática do ser humano, porém, tampouco se pode mostrar com exatidão a sua origem ou apontar uma fórmula eficaz que solucione todos os seus efeitos. A questão da existência do mal é ainda mais problemática quando inserida dentro de um contexto que leve em consideração a existência de um Deus que age através da sua providência organizando e regendo todas as coisas com bondade, justiça e sabedoria. Nesse sentido, o nosso objetivo é abordar a obra testamentária de Severino Boécio escrita no século VI, o De consolatione philosophiae, composta em cinco livros que tratam tanto da verdadeira felicidade quanto da incômoda questão do mal perante a existência de um Deus que governa todas as coisas com bondade e justiça. Num diálogo envolvente entre Boécio, condenado à morte e a sua consoladora, a “Filosofia”, temas como os falsos bens da fortuna, a verdadeira felicidade, a existência do mal, a providência divina, o livre-arbítrio entre outros, serão fundamentais para mostrar duas coisas: que Deus, Sumo Bem, é a verdadeira felicidade e que o mal não existe, pelo menos no sentido ontológico. Nesse contexto, Boécio irá abordar a questão do mal em dois momentos: a negação ontológica do mal e a sua existência apenas no âmbito moral oriundo do livre-arbítrio; e a questão da impunidade dos maus e do sofrimento dos bons afirmando se tratar de uma visão equivocada e limitada do homem que não compreende a totalidade do saber divino, que da eternidade, proporciona a todos o que é devido com sabedoria e justiça. Para entendermos os argumentos de Boécio para a solução do problema do mal, será necessário abordarmos dois autores que influenciaram diretamente no seu pensamento: Agostinho com sua obra “O Livre-Arbítrio” e Platão com seu diálogo “Górgias”. Em verdade, antes de Boécio, Agostinho também abordou o problema do mal e negou a sua existência ontológica afirmando sua permanência apenas na esfera moral oriundo do pecado e proveniente da vontade livre do homem. Da mesma forma, Platão em “Górgias” aborda a ideia de justiça e injustiça afirmando que cometer uma injustiça é pior que sofrer e mais, afirma que todo aquele que comete uma injustiça e fica impune é mais infeliz que o infrator que paga a justa pena pelo seu delito. Por conseguinte, nosso estudo mostra a fundamental importância de ambos os autores para a resposta final de Boécio que, além de negar o mal ontológico e garantir que os bons não estão a mercê da fortuna, garante que a providência divina é justa e não deixa os maus sem suas devidas punições. |
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2021-05-23T13:02:29Z2021-05-212021-05-23T13:02:29Z2020-11-06VIEIRA, Maurício Medeiros. O problema do mal em Boécio: o sofrimento dos bons e a impunidade dos maus no De consolatione philosophiae. 2020. 198 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7567Abordar o problema do mal não é uma tarefa fácil e nem nova, pois muitos autores, tanto da filosofia quanto da teologia, elaboraram diversos estudos em busca de solucionar uma questão, que ao mesmo tempo, é tão antiga e atual na vida humana, seja no âmbito moral, natural ou mesmo metafísico. Não podemos, por conseguinte, negar que o mal exista e que interfira na vida prática do ser humano, porém, tampouco se pode mostrar com exatidão a sua origem ou apontar uma fórmula eficaz que solucione todos os seus efeitos. A questão da existência do mal é ainda mais problemática quando inserida dentro de um contexto que leve em consideração a existência de um Deus que age através da sua providência organizando e regendo todas as coisas com bondade, justiça e sabedoria. Nesse sentido, o nosso objetivo é abordar a obra testamentária de Severino Boécio escrita no século VI, o De consolatione philosophiae, composta em cinco livros que tratam tanto da verdadeira felicidade quanto da incômoda questão do mal perante a existência de um Deus que governa todas as coisas com bondade e justiça. Num diálogo envolvente entre Boécio, condenado à morte e a sua consoladora, a “Filosofia”, temas como os falsos bens da fortuna, a verdadeira felicidade, a existência do mal, a providência divina, o livre-arbítrio entre outros, serão fundamentais para mostrar duas coisas: que Deus, Sumo Bem, é a verdadeira felicidade e que o mal não existe, pelo menos no sentido ontológico. Nesse contexto, Boécio irá abordar a questão do mal em dois momentos: a negação ontológica do mal e a sua existência apenas no âmbito moral oriundo do livre-arbítrio; e a questão da impunidade dos maus e do sofrimento dos bons afirmando se tratar de uma visão equivocada e limitada do homem que não compreende a totalidade do saber divino, que da eternidade, proporciona a todos o que é devido com sabedoria e justiça. Para entendermos os argumentos de Boécio para a solução do problema do mal, será necessário abordarmos dois autores que influenciaram diretamente no seu pensamento: Agostinho com sua obra “O Livre-Arbítrio” e Platão com seu diálogo “Górgias”. Em verdade, antes de Boécio, Agostinho também abordou o problema do mal e negou a sua existência ontológica afirmando sua permanência apenas na esfera moral oriundo do pecado e proveniente da vontade livre do homem. Da mesma forma, Platão em “Górgias” aborda a ideia de justiça e injustiça afirmando que cometer uma injustiça é pior que sofrer e mais, afirma que todo aquele que comete uma injustiça e fica impune é mais infeliz que o infrator que paga a justa pena pelo seu delito. Por conseguinte, nosso estudo mostra a fundamental importância de ambos os autores para a resposta final de Boécio que, além de negar o mal ontológico e garantir que os bons não estão a mercê da fortuna, garante que a providência divina é justa e não deixa os maus sem suas devidas punições.Addressing the problem of evil is not an easy or new task, because many authors, both of philosophy and theology, have developed several studies in order to solve an issue, which at the same time is so old and current in human life, whether in the moral, natural or even metaphysical sphere. We cannot, therefore, deny that evil exists and interferes with the practical life of the human being, but neither can it be accurately shown its origin or to point out an effective formula that solves all its effects. The question of the existence of evil is even more problematic when inserted within a context that takes into account the existence of a God who acts through his providence organizing and governing all things with goodness, justice and wisdom. In this sense, our goal is to address the testamentary work of Severino Boécio written in the 6th century, the De consolatione philosophiae, composed of five books that deals with both true happiness and the uncomfortable question of evil before the existence of a God who governs all things with goodness and justice. In an engaging dialogue between Boetius, condemned to death and his consoling, "Philosophy", themes such as false goods of fortune, true happiness, the existence of evil, divine providence, free will among others, will be fundamental to show two things: that God, Sumo Well, is true happiness and that evil does not exist, at least in the ontological sense. In this context, Boétius will approach the issue of evil in two moments: the ontological denial of evil and its existence only in the moral sphere derived from free will; and the question of impunity of the wicked and the suffering of the good, claiming to be a misguided and limited view of man who does not understand the totality of divine knowledge, which of eternity, provides to all what is due with wisdom and justice. To understand Boétius's arguments for solving the problem of evil, it will be necessary to approach two authors who directly influenced his thinking: Augustine with his work "Free Will" and Plato with his dialogue "Gorgias". In fact, before Boecio, Augustine also addressed the problem of evil and denied its ontological existence by affirming its permanence only in the moral sphere derived from sin and derived from the free will of man. Likewise, Plato in "Gorgias" addresses the idea of justice and injustice stating that committing an injustice is worse than suffering and more, states that anyone who commits an injustice and goes unpunished is more unhappy than the offender who pays the fair penalty for his offense. Therefore, our study shows the fundamental importance of both authors for Boecio's final response that in addition to denying ontological evil and ensuring that the good are not at the mercy of fortune, it ensures that divine providence is fair and does not leave the bad without their proper punishments.Sem bolsaporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFPelBrasilInstituto de Filosofia, Sociologia e PolíticaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAFelicidadeMalDeusJustiçaInjustiçaHappinesEvilGodJusticeInjusticeO problema do mal em Boécio: o sofrimento dos bons e a impunidade dos maus no De consolatione philosophiae.The problem of evil in Boecio: the suffering of the good and the impunity of the bad in the De consolatione philosophiae.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://lattes.cnpq.br/3401699981196855http://lattes.cnpq.br/6450962679150321Vasconcellos, Manoel Luís CardosoVieira, Maurício Medeirosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.txtTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.txtExtracted texttext/plain562207http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7567/6/TESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.txt0833f49756dcb5e998596367c85c354aMD56open accessTHUMBNAILTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.jpgTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1217http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7567/7/TESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf.jpg48fb4717ceaf9966ad53ac4bc892a859MD57open accessORIGINALTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdfTESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdfapplication/pdf1208582http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/7567/1/TESE_MAURICIO_MEDEIROS_VIEIRA.pdf22395d0bbb0e3d42dbc78c72d6bd2f3dMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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