Depressão materna: impacto sobre a hospitalização em crianças de até dois anos de idade, na Coorte de 2015 de Pelotas, RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jacques, Nadège
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPel - Guaiaca
Texto Completo: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9258
Resumo: A depressão é um transtorno mental comum que vem aumentando, e é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. O risco de se tornar deprimido é aumentado pela pobreza, o desemprego, eventos de vida, como a morte de uma pessoa querida ou uma ruptura de relacionamento, doenças físicas e problemas relacionados ao consumo de álcool e drogas. A gestação é um momento de grande mudança e transformação biológica, emocional, e psicossocial na vida de mulher, o que a leva a ser mais vulnerável ao desenvolvimento de transtornos mentais nesta fase da vida. A depressão no período pré-natal e pós-natal apresenta consequências adversas sobre a saúde da mãe e da criança. Por outro lado, os recém-nascidos e as crianças são particularmente vulneráveis à diversas doenças, muitas das quais podem ser efetivamente prevenidas ou tratadas. Diversos fatores são reconhecidos como determinantes da saúde infantil, entretanto, a depressão materna pré-natal e pós-parto constituem um fator de risco importante, mas negligenciado. Estudos sobre a associação da depressão materna na saúde física da criança, nos dois primeiros anos de sua vida, são escassos. Portanto, a disponibilidade de dados longitudinais em uma coorte de nascimentos em um país de renda média alta é uma oportunidade para avaliar o impacto da depressão pré-natal e pós-natal na saúde das crianças com base em uma grande população de mães e filhos, acompanhados desde a gestação. Esta tese tem como objetivo avaliar a associação entre a depressão pré-natal e pós-parto e hospitalização em crianças do nascimento até dois de vida, na Coorte de Nascimentos de 2015 da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram utilizados dados de 4.275 mães-filhos participantes da coortes de 2015, representando 98,7% de todas os nascimentos realizados em hospitais de Pelotas nos quais, 73% das mães foram entrevistadas no período pré-natal. A taxa de resposta foi 97,2% no seguimento de três meses, 95,4% no seguimento de 12 meses e 95% no seguimento de 24 meses. A proporção de mães que apresentaram sintomas de depressão pré-natal é 29,5% (27,9 – 31,1); aos 3 meses de pós-parto é 20,2% (19.0 – 21,5), aos doze meses de pós-parto é 28,7% (27,3 - 30,1) e aos 24 meses é 28,3 (26,9 - 29,7). Identificamos cinco grupos de trajetórias de sintomas de depressão materna entre as mulheres que tiveram pelo menos três medidas de sintomas de depressão desde o pré-natal até 24 meses de pós-parto. Mais de vinte três por cento das mães apresentaram sintomas persistente de depressão ao longo do período estudado e 3,9% apresentaram sintomas severos de depressão. A probabilidade de apresentar sintomas persistente de depressão aumentou entre as mulheres com vulnerabilidade socioeconômica. Observamos uma tendência de aumentou de risco de que a criança ser hospitalizado de acordo com a severidade das trajetórias de sintomas de depressão em mães. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pré-natal, as crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major no mesmo período tiveram um risco de 1,74 (1,16-2,60) vezes maior de serem hospitalizados aos três meses de idade, um risco de 1,36 (1,05- 1,77) maior aos doze meses e um risco de 2,14 (1,46-3,14) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade. Crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão tiveram um risco de 1,87 (1,25– 2,81) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pós-parto, as crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão aos três meses de pós-parto tiveram um risco de 1,84 (1,39-2,45) vezes maior de serem hospitalizados aos doze meses e um risco de 1,89 (1,19-2,99) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade quando a mães apresentaram sintomas de depressão major. Crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major e severa aos 12 meses de pós-parto tiveram respectivamente um risco de 1,66 (1,09-2,53) vezes maior e de 1,72 (1,10- 2,67) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. As crianças das mães que tiveram sintomas de depressão persistente desde o período pré-natal até os 24 meses depois do parto tem um risco crescente de serem hospitalizadas comparado às crianças de mães que não experimentam sintomas de depressão no período. Os resultados desta tese revelam a tendência de depressão materna desde o pré-natal até o pós-parto tardio e a influência da depressão materna sobre a saúde das crianças, particularmente na hospitalização. Esses achados são de extrema importância para a saúde coletiva e pública, e implicam em uma tomada de decisões sistemática na gestão de saúde da gestante e da criança.
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spelling 2023-04-12T19:06:31Z2023-04-12T19:06:31Z2020-01-28JACQUES, Nadège. Depressão materna: impacto sobre a hospitalização em crianças de até dois anos de idade, na Coorte de 2015 de Pelotas, RS.2020. Tese (Doutorado em Epidemiologia) – Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Pelotas.http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/9258A depressão é um transtorno mental comum que vem aumentando, e é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. O risco de se tornar deprimido é aumentado pela pobreza, o desemprego, eventos de vida, como a morte de uma pessoa querida ou uma ruptura de relacionamento, doenças físicas e problemas relacionados ao consumo de álcool e drogas. A gestação é um momento de grande mudança e transformação biológica, emocional, e psicossocial na vida de mulher, o que a leva a ser mais vulnerável ao desenvolvimento de transtornos mentais nesta fase da vida. A depressão no período pré-natal e pós-natal apresenta consequências adversas sobre a saúde da mãe e da criança. Por outro lado, os recém-nascidos e as crianças são particularmente vulneráveis à diversas doenças, muitas das quais podem ser efetivamente prevenidas ou tratadas. Diversos fatores são reconhecidos como determinantes da saúde infantil, entretanto, a depressão materna pré-natal e pós-parto constituem um fator de risco importante, mas negligenciado. Estudos sobre a associação da depressão materna na saúde física da criança, nos dois primeiros anos de sua vida, são escassos. Portanto, a disponibilidade de dados longitudinais em uma coorte de nascimentos em um país de renda média alta é uma oportunidade para avaliar o impacto da depressão pré-natal e pós-natal na saúde das crianças com base em uma grande população de mães e filhos, acompanhados desde a gestação. Esta tese tem como objetivo avaliar a associação entre a depressão pré-natal e pós-parto e hospitalização em crianças do nascimento até dois de vida, na Coorte de Nascimentos de 2015 da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram utilizados dados de 4.275 mães-filhos participantes da coortes de 2015, representando 98,7% de todas os nascimentos realizados em hospitais de Pelotas nos quais, 73% das mães foram entrevistadas no período pré-natal. A taxa de resposta foi 97,2% no seguimento de três meses, 95,4% no seguimento de 12 meses e 95% no seguimento de 24 meses. A proporção de mães que apresentaram sintomas de depressão pré-natal é 29,5% (27,9 – 31,1); aos 3 meses de pós-parto é 20,2% (19.0 – 21,5), aos doze meses de pós-parto é 28,7% (27,3 - 30,1) e aos 24 meses é 28,3 (26,9 - 29,7). Identificamos cinco grupos de trajetórias de sintomas de depressão materna entre as mulheres que tiveram pelo menos três medidas de sintomas de depressão desde o pré-natal até 24 meses de pós-parto. Mais de vinte três por cento das mães apresentaram sintomas persistente de depressão ao longo do período estudado e 3,9% apresentaram sintomas severos de depressão. A probabilidade de apresentar sintomas persistente de depressão aumentou entre as mulheres com vulnerabilidade socioeconômica. Observamos uma tendência de aumentou de risco de que a criança ser hospitalizado de acordo com a severidade das trajetórias de sintomas de depressão em mães. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pré-natal, as crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major no mesmo período tiveram um risco de 1,74 (1,16-2,60) vezes maior de serem hospitalizados aos três meses de idade, um risco de 1,36 (1,05- 1,77) maior aos doze meses e um risco de 2,14 (1,46-3,14) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade. Crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão tiveram um risco de 1,87 (1,25– 2,81) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pós-parto, as crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão aos três meses de pós-parto tiveram um risco de 1,84 (1,39-2,45) vezes maior de serem hospitalizados aos doze meses e um risco de 1,89 (1,19-2,99) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade quando a mães apresentaram sintomas de depressão major. Crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major e severa aos 12 meses de pós-parto tiveram respectivamente um risco de 1,66 (1,09-2,53) vezes maior e de 1,72 (1,10- 2,67) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. As crianças das mães que tiveram sintomas de depressão persistente desde o período pré-natal até os 24 meses depois do parto tem um risco crescente de serem hospitalizadas comparado às crianças de mães que não experimentam sintomas de depressão no período. Os resultados desta tese revelam a tendência de depressão materna desde o pré-natal até o pós-parto tardio e a influência da depressão materna sobre a saúde das crianças, particularmente na hospitalização. Esses achados são de extrema importância para a saúde coletiva e pública, e implicam em uma tomada de decisões sistemática na gestão de saúde da gestante e da criança.Depression is a common mental disorder that is increasing, and is the main cause of health problems and disability around the world. The risk of becoming depressed is increased by poverty, unemployment, life events such as a loved one's death or a relationship breakdown, physical illness, and problems related to alcohol and drug use. Gestation is a time of great change and biological, emotional, and psychosocial transformation in the life of a woman, which makes her more vulnerable to the development of mental disorders at this stage of life. Depression in the antenatal and postnatal periods has adverse consequences on the health of the mother and child. On the other hand, newborns and children are particularly vulnerable to various diseases, many of which can be effectively prevented or treated. Several factors are recognized as determinants of child health; however, Antenatal and postpartum maternal depression are an important but neglected risk factor, and studies on the effects of maternal depression on hospitalization and mortality in the first year of their life are scarce. Therefore, the availability of longitudinal data in a birth cohort in a middle-high income country is an opportunity to assess the impact of antenatal and postnatal depression on children's health and mortality based on a large population of mothers and children, accompanied from the gestation. This project aims to evaluate the association between prenatal, postnatal depression and the hospitalization and mortality in children from birth to one year of life in the 2015 Birth Cohort of the city of Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil. Data from 4,275 mother-children participating in the 2015 cohorts were used; representing 98.7% of all births performed in Pelotas hospitals in which 73% of the mothers were interviewed in the prenatal period. The response rate was 97.2% at three months follow-up, 95.4% at 12 months follow-up and 95% at 24 months follow-up. The proportion of mothers who experienced symptoms of antenatal depression is 29.5% (27.9 - 31.1); at 3 months postpartum is 20.2% (19.0 - 21.5) at 12 months postpartum is 28.7% (27.3 - 30.1) and at twenty-four months postpartum is 28,3% (26,9 - 29,7). We identified five groups of maternal depression symptoms trajectories among women who had at least three measures of depression symptoms from prenatal to 24 months postpartum. Twenty-three percent of mothers experienced persistent symptoms of depression over the study period and 3.9% experienced severe symptoms of depression. The likelihood of persistent symptoms of depression increased among women with socioeconomic vulnerability. We observed an increasing trend in the risk of hospitalization for children in accordance with the severity of the trajectories of depressive symptoms in mothers. When comparing children of mothers who did not experienced depressive symptoms in the antenatal period, children of mothers who experienced major depressive symptoms in the same period had 1.74 (1.16-2.60) times greater risk of being hospitalized at three months of age, at twelve months the risk was 1.36 (1.05-1.77), and at twenty four months the risk was 2.14 (1.46-3.14) times greater of being hospitalized at 24 months of age. A child of mother who has experienced severe depressive symptoms has 1.87 (1.25-2.81) times greater risk of being hospitalized at 24 months of age.. When comparing children of mothers who not experienced depressive symptoms in the postpartum period, children of mothers who experienced severe depressive symptoms at three months postpartum were 1.84 (1.39-2.45) times more likely to be hospitalized at twelve months and 1.89 (1.19-2.99) times greater risk of being hospitalized at 24 months when mothers experienced major depressive symptoms. Children of mothers who experienced major and severe symptoms of depression at 12 months postpartum have respectively 1.66 (1.09-2.53) and 1.72 (1.10-2.67)times greater risk of being hospitalized at 24 months of age. The results of this thesis reveal the tendency of antenatal and postpartum maternal depression among mothers and the influence of maternal depressive symptoms on children's health particularly in hospitalization. These findings are of utmost importance for public health, and imply systematic decision-making in health management for pregnant women and children.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporUniversidade Federal de PelotasPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaUFPelBrasilFaculdade de MedicinaCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIAEpidemiologiaDepressão maternaDepressão pré-natalDepressão pós-partoSaúde materno-infantilEstudo de CoorteMaternal depressionPrenatal depressionPostpartum depressionCohort studiesDepressão materna: impacto sobre a hospitalização em crianças de até dois anos de idade, na Coorte de 2015 de Pelotas, RSMaternal depression: impact on hospitalization in children up to two years of age, in the Pelotas Cohort 2015, RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisMesenburg, Marilia ArndtSilveira, Mariângela Freitas daJacques, Nadègeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPel - Guaiacainstname:Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)instacron:UFPELTEXTTese_Nadege_Jacques.pdf.txtTese_Nadege_Jacques.pdf.txtExtracted texttext/plain324507http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9258/6/Tese_Nadege_Jacques.pdf.txt824b5a6946763bff2fa65a506c148227MD56open accessTHUMBNAILTese_Nadege_Jacques.pdf.jpgTese_Nadege_Jacques.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1233http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9258/7/Tese_Nadege_Jacques.pdf.jpgc62a39e3e3513f74008d5861b8419848MD57open accessORIGINALTese_Nadege_Jacques.pdfTese_Nadege_Jacques.pdfapplication/pdf5538910http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/bitstream/prefix/9258/1/Tese_Nadege_Jacques.pdf3d452a35595fb6dc050c13e504d0c9feMD51open accessCC-LICENSElicense_urllicense_urltext/plain; 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Postpartum depression
Cohort studies
description A depressão é um transtorno mental comum que vem aumentando, e é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. O risco de se tornar deprimido é aumentado pela pobreza, o desemprego, eventos de vida, como a morte de uma pessoa querida ou uma ruptura de relacionamento, doenças físicas e problemas relacionados ao consumo de álcool e drogas. A gestação é um momento de grande mudança e transformação biológica, emocional, e psicossocial na vida de mulher, o que a leva a ser mais vulnerável ao desenvolvimento de transtornos mentais nesta fase da vida. A depressão no período pré-natal e pós-natal apresenta consequências adversas sobre a saúde da mãe e da criança. Por outro lado, os recém-nascidos e as crianças são particularmente vulneráveis à diversas doenças, muitas das quais podem ser efetivamente prevenidas ou tratadas. Diversos fatores são reconhecidos como determinantes da saúde infantil, entretanto, a depressão materna pré-natal e pós-parto constituem um fator de risco importante, mas negligenciado. Estudos sobre a associação da depressão materna na saúde física da criança, nos dois primeiros anos de sua vida, são escassos. Portanto, a disponibilidade de dados longitudinais em uma coorte de nascimentos em um país de renda média alta é uma oportunidade para avaliar o impacto da depressão pré-natal e pós-natal na saúde das crianças com base em uma grande população de mães e filhos, acompanhados desde a gestação. Esta tese tem como objetivo avaliar a associação entre a depressão pré-natal e pós-parto e hospitalização em crianças do nascimento até dois de vida, na Coorte de Nascimentos de 2015 da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram utilizados dados de 4.275 mães-filhos participantes da coortes de 2015, representando 98,7% de todas os nascimentos realizados em hospitais de Pelotas nos quais, 73% das mães foram entrevistadas no período pré-natal. A taxa de resposta foi 97,2% no seguimento de três meses, 95,4% no seguimento de 12 meses e 95% no seguimento de 24 meses. A proporção de mães que apresentaram sintomas de depressão pré-natal é 29,5% (27,9 – 31,1); aos 3 meses de pós-parto é 20,2% (19.0 – 21,5), aos doze meses de pós-parto é 28,7% (27,3 - 30,1) e aos 24 meses é 28,3 (26,9 - 29,7). Identificamos cinco grupos de trajetórias de sintomas de depressão materna entre as mulheres que tiveram pelo menos três medidas de sintomas de depressão desde o pré-natal até 24 meses de pós-parto. Mais de vinte três por cento das mães apresentaram sintomas persistente de depressão ao longo do período estudado e 3,9% apresentaram sintomas severos de depressão. A probabilidade de apresentar sintomas persistente de depressão aumentou entre as mulheres com vulnerabilidade socioeconômica. Observamos uma tendência de aumentou de risco de que a criança ser hospitalizado de acordo com a severidade das trajetórias de sintomas de depressão em mães. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pré-natal, as crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major no mesmo período tiveram um risco de 1,74 (1,16-2,60) vezes maior de serem hospitalizados aos três meses de idade, um risco de 1,36 (1,05- 1,77) maior aos doze meses e um risco de 2,14 (1,46-3,14) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade. Crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão tiveram um risco de 1,87 (1,25– 2,81) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. Quando comparar as crianças de mães que não apresentaram sintomas de depressão no período pós-parto, as crianças de mães que apresentaram sintomas severos de depressão aos três meses de pós-parto tiveram um risco de 1,84 (1,39-2,45) vezes maior de serem hospitalizados aos doze meses e um risco de 1,89 (1,19-2,99) vezes maior de serem hospitalizados aos 24 meses de idade quando a mães apresentaram sintomas de depressão major. Crianças de mães que apresentaram sintomas de depressão major e severa aos 12 meses de pós-parto tiveram respectivamente um risco de 1,66 (1,09-2,53) vezes maior e de 1,72 (1,10- 2,67) vezes maior de serem hospitalizada aos 24 meses de idade. As crianças das mães que tiveram sintomas de depressão persistente desde o período pré-natal até os 24 meses depois do parto tem um risco crescente de serem hospitalizadas comparado às crianças de mães que não experimentam sintomas de depressão no período. Os resultados desta tese revelam a tendência de depressão materna desde o pré-natal até o pós-parto tardio e a influência da depressão materna sobre a saúde das crianças, particularmente na hospitalização. Esses achados são de extrema importância para a saúde coletiva e pública, e implicam em uma tomada de decisões sistemática na gestão de saúde da gestante e da criança.
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