ALGUMAS HIPÓTESES COMPARATIVAS ENTRE BRASIL E ARGENTINA NO SÉCULO XX
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de Sociologia e Política |
Texto Completo: | https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/28736 |
Resumo: | Comparar trajetórias políticas ao longo de um século supõe um esforço muito maior de esquecimento do quede memória. Tentarei aqui converter uma grande quantidade de matérias analíticas muito heterogêneas emalgumas conjeturas “popperianas”. Elas podem provir de qualquer parte e podem ser submetidas à corroboraçãoou à refutação. Ou seja, trata-se de um processo inverso à tarefa estritamente acadêmica. Em certamedida, estou recomeçando “desde o zero” o meu trabalho. É verdade que a história democrática argentina,no século XX, é mais longa do que a brasileira. Todavia, essa diferença não invalida a comparação.Minha hipótese concisa é a seguinte: na política democrática brasileira, a dimensão institucional é dominante– as instituições, de fato, representam o lugar em que se dão as interações e em que os atores coletivosconfiguram-se. Em compensação, nessas instituições, a inclusão tanto social como política tem sido fraca.No entanto, no caso argentino, a dimensão inclusiva tem sido dominante, com o prejuízo indubitável dadimensão institucional. Na política democrática argentina, participaram “todos”. Na política democráticabrasileira até 1964, a estabilidade baseou-se na exclusão – por exemplo, das massas rurais. Estashipóteses podem estar corretas ou erradas, mas, em qualquer caso, importa dizer que não as estabeleci exnihilo, como vindas do nada, nem diacrônica, nem sincronicamente. Diacronicamente, porque a história doséculo XX sustenta-se, é obvio, na do XIX; sincronicamente, porque com certeza cada uma das hipóteses ouconjeturas que discuti aqui pode imbricar-se com os processos do próprio século XX, com os dramas, aslutas, as lideranças, os conflitos, as controvérsias, as gestões de governo, os períodos de depressão e deprosperidade e as esperanças, tudo, enfim, o que constitui a história desse século. |
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ALGUMAS HIPÓTESES COMPARATIVAS ENTRE BRASIL E ARGENTINA NO SÉCULO XXSociologia; Relações Internacionaiscultura política; História comparada; Argentina; Brasil; linguagem políticaComparar trajetórias políticas ao longo de um século supõe um esforço muito maior de esquecimento do quede memória. Tentarei aqui converter uma grande quantidade de matérias analíticas muito heterogêneas emalgumas conjeturas “popperianas”. Elas podem provir de qualquer parte e podem ser submetidas à corroboraçãoou à refutação. Ou seja, trata-se de um processo inverso à tarefa estritamente acadêmica. Em certamedida, estou recomeçando “desde o zero” o meu trabalho. É verdade que a história democrática argentina,no século XX, é mais longa do que a brasileira. Todavia, essa diferença não invalida a comparação.Minha hipótese concisa é a seguinte: na política democrática brasileira, a dimensão institucional é dominante– as instituições, de fato, representam o lugar em que se dão as interações e em que os atores coletivosconfiguram-se. Em compensação, nessas instituições, a inclusão tanto social como política tem sido fraca.No entanto, no caso argentino, a dimensão inclusiva tem sido dominante, com o prejuízo indubitável dadimensão institucional. Na política democrática argentina, participaram “todos”. Na política democráticabrasileira até 1964, a estabilidade baseou-se na exclusão – por exemplo, das massas rurais. Estashipóteses podem estar corretas ou erradas, mas, em qualquer caso, importa dizer que não as estabeleci exnihilo, como vindas do nada, nem diacrônica, nem sincronicamente. Diacronicamente, porque a história doséculo XX sustenta-se, é obvio, na do XIX; sincronicamente, porque com certeza cada uma das hipóteses ouconjeturas que discuti aqui pode imbricar-se com os processos do próprio século XX, com os dramas, aslutas, as lideranças, os conflitos, as controvérsias, as gestões de governo, os períodos de depressão e deprosperidade e as esperanças, tudo, enfim, o que constitui a história desse século.UFPRPalermo, Vicente2009-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/28736Revista de Sociologia e Política; v. 17, n. 33 (2009)1678-98730104-4478reponame:Revista de Sociologia e Políticainstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/28736/18843info:eu-repo/semantics/openAccess2012-08-30T20:53:04Zoai:revistas.ufpr.br:article/28736Revistahttps://revistas.ufpr.br/rspPUBhttps://revistas.ufpr.br/rsp/oai||editoriarsp@ufpr.br1678-98730104-4478opendoar:2012-08-30T20:53:04Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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