IMPRENSA POLÍTICA E PENSAMENTO REPUBLICANO NO PARANÁ NO FINAL DO XIX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corrêa, Amélia Siegel
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Sociologia e Política
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/28602
Resumo: A crise do regime monárquico brasileiro veio acompanhada do surgimento e da expansão do movimentorepublicano, no final do século XIX. No período, a imprensa não somente colocou-se como palco dosdebates institucionais, como também teve papel de poder informal, vinculado ao governo e à organizaçãopartidária. Tratava-se de uma imprensa de opinião, que tinha como um de seus eixos os comentários partidários.As colunas dos jornais eram usadas para escrever anonimamente o que não podia ser dito publicamentena Assembléia, Senado ou Câmara, constituindo um fórum de discussão alternativo à tribuna. Esteartigo busca recuperar os modelos de República que circularam nesses periódicos paranaenses, relacionando-os com as configurações nas quais estavam inseridos e com a posição que ocupavam no campo dopoder local e nacional. Todavia, vale lembrar que os ideários republicanos dominantes não foram disseminadossem resistência no Paraná; ao contrário, foram detectados e combatidos localmente, porém sem forçapolítica suficiente. Parte-se da perspectiva bourdiesiana de que os discursos não são unicamente signosdestinados a serem compreendidos e decifrados, mas também indicativos de status, que se propõem a servalorados e apreciados, e de autoridade, a serem cridos e obedecidos, por constituírem um objeto da lutasimbólica pelo poder. A análise dos discursos republicanos mostra que a política paranaense do final doséculo XIX era mais um resultado de alianças e desavenças entre grupos do que fruto de posicionamentosideológicos. Os discursos serviam, majoritariamente, como armas retóricas utilizadas para orientar oenfrentamento intra-elites, movido pelo desejo de participação, o que fez com que tivesse um caráter genérico,alicerçado na concepção do fim dos privilégios, embora sem a ampliação da cidadania.
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