JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, André
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Sociologia e Política
Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602
Resumo: Este trabalho procura fornecer elementos para o entendimento das recentes mudanças verificadas no cenárioeleitoral dos estados mais pobres e de menor competitividade eleitoral do país. O trabalho tem comoobjetivo identificar os fatores por trás da série de vitórias obtidas por coalizões de centro-esquerda naseleições estaduais de 2002 e 2006, em paralelo ao enfraquecimento dos antigos chefes políticos. Duashipóteses são elaboradas para dar conta dessas transformações. Primeiro, argumenta-se que, no federalismomultipartidário construído no Brasil, a competição vertical entre os governos federal e estadual naoferta de políticas sociais atua no sentido de constranger as estratégias de distribuição de patronagem econtrole da arena eleitoral dos chefes políticos estaduais. Em segundo lugar, o artigo argumenta que osistema eleitoral brasileiro tende a promover a fragmentação política e a aumentar os custos de formaçãode coalizões vencedoras, ao mesmo tempo em que a ausência de partidos políticos fortes dificulta a estabilizaçãoda competição inter-elite e das redes de patronagem controladas pelos governos estaduais. Aanálise empírica apóia-se em técnicas de análise de regressão linear e correlação linear simples, de modoa explorar a conexão entre a política nacional e estadual ao longo dos anos 1990 e 2000. Por fim, o artigoanalisa em detalhe o declínio da máquina política do Partido da Frente Liberal (PFL) na Bahia, que haviadominado a política estadual por décadas, no contexto da vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) naseleições para Governador em 2006. Essa seção desenvolve um modelo de regressão linear para testar oimpacto da dinâmica política local e dos gastos federais de combate à pobreza (Bolsa Família) sobre odesempenho eleitoral do PT em 2006. O trabalho conclui que as instituições democráticas brasileirasconspiram contra a sobrevivência da chefia política no nível estadual, o que indica a necessidade dereavaliar as visões já estabelecidas sobre a política estadual.
id UFPR-10_e88580f07a7252679565503d7f71ae03
oai_identifier_str oai:revistas.ufpr.br:article/31602
network_acronym_str UFPR-10
network_name_str Revista de Sociologia e Política
repository_id_str
spelling JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROSCiência PolíticaPolítica brasileira; eleições estaduais; federalismo; clientelismo; política social.Este trabalho procura fornecer elementos para o entendimento das recentes mudanças verificadas no cenárioeleitoral dos estados mais pobres e de menor competitividade eleitoral do país. O trabalho tem comoobjetivo identificar os fatores por trás da série de vitórias obtidas por coalizões de centro-esquerda naseleições estaduais de 2002 e 2006, em paralelo ao enfraquecimento dos antigos chefes políticos. Duashipóteses são elaboradas para dar conta dessas transformações. Primeiro, argumenta-se que, no federalismomultipartidário construído no Brasil, a competição vertical entre os governos federal e estadual naoferta de políticas sociais atua no sentido de constranger as estratégias de distribuição de patronagem econtrole da arena eleitoral dos chefes políticos estaduais. Em segundo lugar, o artigo argumenta que osistema eleitoral brasileiro tende a promover a fragmentação política e a aumentar os custos de formaçãode coalizões vencedoras, ao mesmo tempo em que a ausência de partidos políticos fortes dificulta a estabilizaçãoda competição inter-elite e das redes de patronagem controladas pelos governos estaduais. Aanálise empírica apóia-se em técnicas de análise de regressão linear e correlação linear simples, de modoa explorar a conexão entre a política nacional e estadual ao longo dos anos 1990 e 2000. Por fim, o artigoanalisa em detalhe o declínio da máquina política do Partido da Frente Liberal (PFL) na Bahia, que haviadominado a política estadual por décadas, no contexto da vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) naseleições para Governador em 2006. Essa seção desenvolve um modelo de regressão linear para testar oimpacto da dinâmica política local e dos gastos federais de combate à pobreza (Bolsa Família) sobre odesempenho eleitoral do PT em 2006. O trabalho conclui que as instituições democráticas brasileirasconspiram contra a sobrevivência da chefia política no nível estadual, o que indica a necessidade dereavaliar as visões já estabelecidas sobre a política estadual.UFPRCNPq e Centro de Recursos Humanos da UFBABorges, André2010-02-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602Revista de Sociologia e Política; v. 18, n. 35 (2010)1678-98730104-4478reponame:Revista de Sociologia e Políticainstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602/20154info:eu-repo/semantics/openAccess2013-04-25T18:25:23Zoai:revistas.ufpr.br:article/31602Revistahttps://revistas.ufpr.br/rspPUBhttps://revistas.ufpr.br/rsp/oai||editoriarsp@ufpr.br1678-98730104-4478opendoar:2013-04-25T18:25:23Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.none.fl_str_mv JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
title JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
spellingShingle JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
Borges, André
Ciência Política
Política brasileira; eleições estaduais; federalismo; clientelismo; política social.
title_short JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
title_full JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
title_fullStr JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
title_full_unstemmed JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
title_sort JÁ NÃO SE FAZEM MAIS MÁQUINAS POLÍTICAS COMO ANTIGAMENTE: COMPETIÇÃO VERTICAL E MUDANÇA ELEITORAL NOS ESTADOS BRASILEIROS
author Borges, André
author_facet Borges, André
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv CNPq e Centro de Recursos Humanos da UFBA
dc.contributor.author.fl_str_mv Borges, André
dc.subject.por.fl_str_mv Ciência Política
Política brasileira; eleições estaduais; federalismo; clientelismo; política social.
topic Ciência Política
Política brasileira; eleições estaduais; federalismo; clientelismo; política social.
description Este trabalho procura fornecer elementos para o entendimento das recentes mudanças verificadas no cenárioeleitoral dos estados mais pobres e de menor competitividade eleitoral do país. O trabalho tem comoobjetivo identificar os fatores por trás da série de vitórias obtidas por coalizões de centro-esquerda naseleições estaduais de 2002 e 2006, em paralelo ao enfraquecimento dos antigos chefes políticos. Duashipóteses são elaboradas para dar conta dessas transformações. Primeiro, argumenta-se que, no federalismomultipartidário construído no Brasil, a competição vertical entre os governos federal e estadual naoferta de políticas sociais atua no sentido de constranger as estratégias de distribuição de patronagem econtrole da arena eleitoral dos chefes políticos estaduais. Em segundo lugar, o artigo argumenta que osistema eleitoral brasileiro tende a promover a fragmentação política e a aumentar os custos de formaçãode coalizões vencedoras, ao mesmo tempo em que a ausência de partidos políticos fortes dificulta a estabilizaçãoda competição inter-elite e das redes de patronagem controladas pelos governos estaduais. Aanálise empírica apóia-se em técnicas de análise de regressão linear e correlação linear simples, de modoa explorar a conexão entre a política nacional e estadual ao longo dos anos 1990 e 2000. Por fim, o artigoanalisa em detalhe o declínio da máquina política do Partido da Frente Liberal (PFL) na Bahia, que haviadominado a política estadual por décadas, no contexto da vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) naseleições para Governador em 2006. Essa seção desenvolve um modelo de regressão linear para testar oimpacto da dinâmica política local e dos gastos federais de combate à pobreza (Bolsa Família) sobre odesempenho eleitoral do PT em 2006. O trabalho conclui que as instituições democráticas brasileirasconspiram contra a sobrevivência da chefia política no nível estadual, o que indica a necessidade dereavaliar as visões já estabelecidas sobre a política estadual.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-02-28
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602
url https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/31602/20154
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UFPR
publisher.none.fl_str_mv UFPR
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política; v. 18, n. 35 (2010)
1678-9873
0104-4478
reponame:Revista de Sociologia e Política
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Revista de Sociologia e Política
collection Revista de Sociologia e Política
repository.name.fl_str_mv Revista de Sociologia e Política - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv ||editoriarsp@ufpr.br
_version_ 1799761025435697152