GEOGRAFIAS ARRUINADAS NOS HORIZONTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: RESSIGNIFICAÇÃO E CONTINGÊNCIA RELACIONAL DO LUGAR NAS INSTALAÇÕES BEAM DROP INHOTIM (2008) E FISSURA (2011)
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Revista Geografar |
Texto Completo: | https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/84833 |
Resumo: | O ensaio objetiva interpretar como o ecocídio da Vale em Brumadinho/MG, na condição de sintoma das fraturas socioambientais do Antropoceno, ressignifica as instalações de arte contemporânea Beam Drop Inhotim e Fissura como lugares(-obras) de ruínas no Instituto Inhotim de Arte Contemporânea. Para tanto, fundamenta-se teoricamente na associação entre a Geografia Cultural e a fenomenologia existencialista de Merleau-Ponty. Metodologicamente, opera-se em convergência às Geografias Criativas, de modo a utilizar as práticas artísticas tanto como objeto quanto como exercício investigativo. Nesse sentido, foram elaboradas poesias e ilustrações que colaboram para decifrar os nexos inerentes à problemática analisada. Compreende-se que a contingência relacional do lugar faz com que os sentidos experienciais das instalações sejam alterados como expressões de memento mori. Essa transformação tanatológica reitera nexos corpo-perceptivos da realidade geográfica de modo a salientar componentes afetivos, existenciais e corporificados dos lugares afetados pelo topocídio. Tal situação ecoa rumo a noção de lugar de ruina, o qual é desdobramento carnal da temporalidade presentificada de retorno à situacionalidade destrutiva que conforma o seu âmago. Pôde-se evidenciar que o encontro com geopoéticas de ruínas capitalistas metamorfoseia existências e significados espaciais intrínsecos às instalações. Destarte, abordagens crítico-criativas de operar interdisciplinarmente entre Geografia e Arte podem propiciar modos de explicitar as fissuras socioambientais do Antropoceno. |
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GEOGRAFIAS ARRUINADAS NOS HORIZONTES DA ARTE CONTEMPORÂNEA: RESSIGNIFICAÇÃO E CONTINGÊNCIA RELACIONAL DO LUGAR NAS INSTALAÇÕES BEAM DROP INHOTIM (2008) E FISSURA (2011)RUINED GEOGRAPHIES IN THE HORIZONS OF CONTEMPORARY ART: RESIGNIFICATION AND RELATIONAL CONTINGENCY OF PLACE IN BEAM DROP INHOTIM (2008) AND FISSURA (2011) INSTALLATIONSTopocídio; Geografias Criativas; Geopoética; Carnalidade; RuínasO ensaio objetiva interpretar como o ecocídio da Vale em Brumadinho/MG, na condição de sintoma das fraturas socioambientais do Antropoceno, ressignifica as instalações de arte contemporânea Beam Drop Inhotim e Fissura como lugares(-obras) de ruínas no Instituto Inhotim de Arte Contemporânea. Para tanto, fundamenta-se teoricamente na associação entre a Geografia Cultural e a fenomenologia existencialista de Merleau-Ponty. Metodologicamente, opera-se em convergência às Geografias Criativas, de modo a utilizar as práticas artísticas tanto como objeto quanto como exercício investigativo. Nesse sentido, foram elaboradas poesias e ilustrações que colaboram para decifrar os nexos inerentes à problemática analisada. Compreende-se que a contingência relacional do lugar faz com que os sentidos experienciais das instalações sejam alterados como expressões de memento mori. Essa transformação tanatológica reitera nexos corpo-perceptivos da realidade geográfica de modo a salientar componentes afetivos, existenciais e corporificados dos lugares afetados pelo topocídio. Tal situação ecoa rumo a noção de lugar de ruina, o qual é desdobramento carnal da temporalidade presentificada de retorno à situacionalidade destrutiva que conforma o seu âmago. Pôde-se evidenciar que o encontro com geopoéticas de ruínas capitalistas metamorfoseia existências e significados espaciais intrínsecos às instalações. Destarte, abordagens crítico-criativas de operar interdisciplinarmente entre Geografia e Arte podem propiciar modos de explicitar as fissuras socioambientais do Antropoceno.This essay seeks to interpret how Vale’s ecocide in Brumadinho/MG, as a symptom of the Anthropocene socioenvironmental fractures, resignificates the contemporary art installations Beam Drop Inhotim and Fissura as place(-works) of ruins at Instituto Inhotim de Arte Contemporânea. In order to do so, we based upon the association between Cultural Geography and Merleau-Ponty’s existentialist phenomenology. Methodologically, we proceeded through Creative Geography, employing artistic practices both as an object and as an investigative exercise. Thus, we elaborated poems and illustrations that collaborate to decipher the logics inherent to the analysed problematic. It is comprehended that the relational contingency of place transforms the experiential senses of the installations, which began expressing memento mori. This thanatological change reiterate bodily-perceptive senses of geographical reality that highlight affective, existential and embodied components of the places affected by topocide. This situation echoes towards the notion of ruined place, which is a carnal unravelling of the presentified temporality concerning a destructive situationality that forms its core experience. It was possible to evidence that the encounter with the geopoetics of capitalist ruins metamorphoses spatial existences and meanings intrinsic to the installations. Therefore, critic-creative approaches associating Geography and Art can create pathways to denounce the socioenvironmental fissures of the Anthropocene.UFPRCAPES, Bolsa de Doutorado e de Doutorado SanduícheSouza Júnior, Carlos Roberto Bernardes de2022-07-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/8483310.5380/geografar.v17i1.84833REVISTA GEOGRAFAR; v. 17, n. 1 (2022); 157-1821981-089X10.5380/geografar.v17i1reponame:Revista Geografarinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/84833/46533https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/84833/46574https://revistas.ufpr.br/geografar/article/downloadSuppFile/84833/52063https://revistas.ufpr.br/geografar/article/downloadSuppFile/84833/52064https://revistas.ufpr.br/geografar/article/downloadSuppFile/84833/52065https://revistas.ufpr.br/geografar/article/downloadSuppFile/84833/52066https://revistas.ufpr.br/geografar/article/downloadSuppFile/84833/52067Direitos autorais 2022 Carlos Roberto Bernardes de Souza Júniorhttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2022-07-24T22:35:52Zoai:revistas.ufpr.br:article/84833Revistahttps://revistas.ufpr.br/geografarPUBhttps://revistas.ufpr.br/geografar/oai||geografar@ufpr.br1981-089X1981-089Xopendoar:2022-07-24T22:35:52Revista Geografar - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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