Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Burjack, Juliana Reis
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Sassaki, Guilherme Lanzi
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/24792
Resumo: Resumo: Os fungos dematiáceos constituem um grupo grande e heterogêneo, caracterizados por possuírem um pigmento escuro, dihidroxinaftaleno melanina-DHN, na parede celular de suas células. Na natureza são encontrados principalmente na microbiota do solo e de matéria orgânica em decomposição, distribuindo-se em regiões de clima tropical e subtropical. Muitos deles são sapróbios de crescimento rápido, entretanto há uma parcela patogênica em hospedeiros vertebrados que está reunida na famí ia Herpotrichiellaceae. Para este estudo foi utilizado o fungo dematiáceo da espécie Fonsecaea monophora, agente de cromoblastomicose, o qual pode causar infecção de forma disseminada em pacientes imunocomprometidos. Com o objetivo de obter, os glicoconjugados de parede celular, os exopolissacarídeos (EPS) e a biomassa das linhagens de origem clinica e ambiental de F. monophora (MMHC82 e F 5p4), respectivamente, realizou-se o cultivo nos meios Mínimo (MM) e Czapeck- Dox (CD). Os EPS foram avaliados quanto a sua composição monossacarídica nos diferentes meios de cultivo e como resultado desta composição, açúcares como manose, galactose e glucose foram encontrados como prevalentes. Os polissacarídeos da parede celular das duas linhagens também apresentaram açúcares como glicose, manose e galactose em sua composição. Quando as frações de parede foram submetidas a análise de metilação e de RMN, foi possível observar a presença de Galf (15) e (16) ligada, bem como na forma de terminal não redutor, devido a presença dos derivados per-O-metilados 2,3,6-Me3-Galf, 2,3,5- Me3-Galf e 2,3,5,6-Me4-Galf, respectivamente, em conjunto com os sinais em 108,4 e 106,0, indicando a presença de uma possível galactofuranana como polissacarídeo estrutural. Além de Galf, a mistura de polissacarídeos de parede também apresentou unidades de Glcp e Manp, sugerindo a presença de - e - glucanas e de -mananas, devido à presença dos sinais em 98,4 e 103,0, e 101,3, respectivamente. Baseado nos dados de metilação observou-se que as unidades de Glcp apresentaram-se principalmente 3-O-, 4-O- e 4,6-di-O-substituídas, enquanto que as unidades de Manp eram substituídas em O-4 e O-6, ou 2,4-, 4,6-, 2,6-, 3,6-di- O-substituídas, ou ainda ,3,6-tri-O-substituídas. Na análise quimiométrica os resultados de 1H RMN corroboraram com os dados de metilação, onde observou-se que a linhagem MMHC82 de F. monophora em meio CD apresentou uma maior variação no perfil fisiológico relacionado aos carboidratos da parede celular. Os glicoconjugados foram utilizados como antígenos em ensaios imunológicos utilizando soros provenientes de pacientes portadores de cromoblastomicose. O antígeno, polissacarídeo pertencente à parede celular do fungo MMHC82 (patogênico), cultivado no meio MM, foi o que obteve melhor resposta antigênica. A distribuição destas espécies na natureza e o conhecimento destes polissacarídeos e glicoconjugados de parede poderão contribuir para ampliar o entendimento e elucidação da patogênese deste fungo podendo auxiliar no diagnóstico e tratamento destas doenças.
id UFPR_0096874720f42830e406d74083fd82f8
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/24792
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Burjack, Juliana ReisSassaki, Guilherme LanziVicente, Vania AparecidaUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Biológicas (Microbiologia, Parasitologia e Patologia Básica)2010-11-08T13:19:45Z2010-11-08T13:19:45Z2010-11-08http://hdl.handle.net/1884/24792Resumo: Os fungos dematiáceos constituem um grupo grande e heterogêneo, caracterizados por possuírem um pigmento escuro, dihidroxinaftaleno melanina-DHN, na parede celular de suas células. Na natureza são encontrados principalmente na microbiota do solo e de matéria orgânica em decomposição, distribuindo-se em regiões de clima tropical e subtropical. Muitos deles são sapróbios de crescimento rápido, entretanto há uma parcela patogênica em hospedeiros vertebrados que está reunida na famí ia Herpotrichiellaceae. Para este estudo foi utilizado o fungo dematiáceo da espécie Fonsecaea monophora, agente de cromoblastomicose, o qual pode causar infecção de forma disseminada em pacientes imunocomprometidos. Com o objetivo de obter, os glicoconjugados de parede celular, os exopolissacarídeos (EPS) e a biomassa das linhagens de origem clinica e ambiental de F. monophora (MMHC82 e F 5p4), respectivamente, realizou-se o cultivo nos meios Mínimo (MM) e Czapeck- Dox (CD). Os EPS foram avaliados quanto a sua composição monossacarídica nos diferentes meios de cultivo e como resultado desta composição, açúcares como manose, galactose e glucose foram encontrados como prevalentes. Os polissacarídeos da parede celular das duas linhagens também apresentaram açúcares como glicose, manose e galactose em sua composição. Quando as frações de parede foram submetidas a análise de metilação e de RMN, foi possível observar a presença de Galf (15) e (16) ligada, bem como na forma de terminal não redutor, devido a presença dos derivados per-O-metilados 2,3,6-Me3-Galf, 2,3,5- Me3-Galf e 2,3,5,6-Me4-Galf, respectivamente, em conjunto com os sinais em 108,4 e 106,0, indicando a presença de uma possível galactofuranana como polissacarídeo estrutural. Além de Galf, a mistura de polissacarídeos de parede também apresentou unidades de Glcp e Manp, sugerindo a presença de - e - glucanas e de -mananas, devido à presença dos sinais em 98,4 e 103,0, e 101,3, respectivamente. Baseado nos dados de metilação observou-se que as unidades de Glcp apresentaram-se principalmente 3-O-, 4-O- e 4,6-di-O-substituídas, enquanto que as unidades de Manp eram substituídas em O-4 e O-6, ou 2,4-, 4,6-, 2,6-, 3,6-di- O-substituídas, ou ainda ,3,6-tri-O-substituídas. Na análise quimiométrica os resultados de 1H RMN corroboraram com os dados de metilação, onde observou-se que a linhagem MMHC82 de F. monophora em meio CD apresentou uma maior variação no perfil fisiológico relacionado aos carboidratos da parede celular. Os glicoconjugados foram utilizados como antígenos em ensaios imunológicos utilizando soros provenientes de pacientes portadores de cromoblastomicose. O antígeno, polissacarídeo pertencente à parede celular do fungo MMHC82 (patogênico), cultivado no meio MM, foi o que obteve melhor resposta antigênica. A distribuição destas espécies na natureza e o conhecimento destes polissacarídeos e glicoconjugados de parede poderão contribuir para ampliar o entendimento e elucidação da patogênese deste fungo podendo auxiliar no diagnóstico e tratamento destas doenças.application/pdfTesesLevedosPolissacarideosProdução de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALjuliana.pdfapplication/pdf1538688https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/1/juliana.pdf8bf9f9ed64b0b93b1a7e8315ddaa7fdbMD51open accessTEXTjuliana.pdf.txtjuliana.pdf.txtExtracted Texttext/plain140170https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/2/juliana.pdf.txt3195014e151891b0910edca81a254982MD52open accessTHUMBNAILjuliana.pdf.jpgjuliana.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1354https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/3/juliana.pdf.jpg700c4bb6625b758f391d485a765c6859MD53open access1884/247922016-04-08 05:05:45.48open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/24792Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-08T08:05:45Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
title Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
spellingShingle Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
Burjack, Juliana Reis
Teses
Levedos
Polissacarideos
title_short Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
title_full Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
title_fullStr Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
title_full_unstemmed Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
title_sort Produção de exopolissacarídeos e polissacarídeos de parede celular de leveduras negras de interesse clínico
author Burjack, Juliana Reis
author_facet Burjack, Juliana Reis
Sassaki, Guilherme Lanzi
author_role author
author2 Sassaki, Guilherme Lanzi
author2_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Vicente, Vania Aparecida
dc.contributor.author.fl_str_mv Burjack, Juliana Reis
Sassaki, Guilherme Lanzi
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Biológicas (Microbiologia, Parasitologia e Patologia Básica)
contributor_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Biológicas (Microbiologia, Parasitologia e Patologia Básica)
dc.subject.por.fl_str_mv Teses
Levedos
Polissacarideos
topic Teses
Levedos
Polissacarideos
description Resumo: Os fungos dematiáceos constituem um grupo grande e heterogêneo, caracterizados por possuírem um pigmento escuro, dihidroxinaftaleno melanina-DHN, na parede celular de suas células. Na natureza são encontrados principalmente na microbiota do solo e de matéria orgânica em decomposição, distribuindo-se em regiões de clima tropical e subtropical. Muitos deles são sapróbios de crescimento rápido, entretanto há uma parcela patogênica em hospedeiros vertebrados que está reunida na famí ia Herpotrichiellaceae. Para este estudo foi utilizado o fungo dematiáceo da espécie Fonsecaea monophora, agente de cromoblastomicose, o qual pode causar infecção de forma disseminada em pacientes imunocomprometidos. Com o objetivo de obter, os glicoconjugados de parede celular, os exopolissacarídeos (EPS) e a biomassa das linhagens de origem clinica e ambiental de F. monophora (MMHC82 e F 5p4), respectivamente, realizou-se o cultivo nos meios Mínimo (MM) e Czapeck- Dox (CD). Os EPS foram avaliados quanto a sua composição monossacarídica nos diferentes meios de cultivo e como resultado desta composição, açúcares como manose, galactose e glucose foram encontrados como prevalentes. Os polissacarídeos da parede celular das duas linhagens também apresentaram açúcares como glicose, manose e galactose em sua composição. Quando as frações de parede foram submetidas a análise de metilação e de RMN, foi possível observar a presença de Galf (15) e (16) ligada, bem como na forma de terminal não redutor, devido a presença dos derivados per-O-metilados 2,3,6-Me3-Galf, 2,3,5- Me3-Galf e 2,3,5,6-Me4-Galf, respectivamente, em conjunto com os sinais em 108,4 e 106,0, indicando a presença de uma possível galactofuranana como polissacarídeo estrutural. Além de Galf, a mistura de polissacarídeos de parede também apresentou unidades de Glcp e Manp, sugerindo a presença de - e - glucanas e de -mananas, devido à presença dos sinais em 98,4 e 103,0, e 101,3, respectivamente. Baseado nos dados de metilação observou-se que as unidades de Glcp apresentaram-se principalmente 3-O-, 4-O- e 4,6-di-O-substituídas, enquanto que as unidades de Manp eram substituídas em O-4 e O-6, ou 2,4-, 4,6-, 2,6-, 3,6-di- O-substituídas, ou ainda ,3,6-tri-O-substituídas. Na análise quimiométrica os resultados de 1H RMN corroboraram com os dados de metilação, onde observou-se que a linhagem MMHC82 de F. monophora em meio CD apresentou uma maior variação no perfil fisiológico relacionado aos carboidratos da parede celular. Os glicoconjugados foram utilizados como antígenos em ensaios imunológicos utilizando soros provenientes de pacientes portadores de cromoblastomicose. O antígeno, polissacarídeo pertencente à parede celular do fungo MMHC82 (patogênico), cultivado no meio MM, foi o que obteve melhor resposta antigênica. A distribuição destas espécies na natureza e o conhecimento destes polissacarídeos e glicoconjugados de parede poderão contribuir para ampliar o entendimento e elucidação da patogênese deste fungo podendo auxiliar no diagnóstico e tratamento destas doenças.
publishDate 2010
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2010-11-08T13:19:45Z
dc.date.available.fl_str_mv 2010-11-08T13:19:45Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-11-08
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1884/24792
url http://hdl.handle.net/1884/24792
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/1/juliana.pdf
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/2/juliana.pdf.txt
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/24792/3/juliana.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8bf9f9ed64b0b93b1a7e8315ddaa7fdb
3195014e151891b0910edca81a254982
700c4bb6625b758f391d485a765c6859
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801860684717228032