Influência das fisiografias praiais e suas alterações na distribuição e abundância do caranguejo Ocypode quadrata em praias de Pontal do Paraná - Paraná - Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guilherme, Pablo Damian Borges
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/29823
Resumo: Resumo: Os caranguejos do gênero Ocypode são reconhecidos como peça chave do ecossistema de praias arenosas por participar do fluxo de energia entre o mar, a praia e a duna. A principal ameaça que sofrem é a perda ou fragmentação do habitat causada pela perturbação antrópica e pela elevação do nível do mar devido às mudanças climáticas. O presente estudo teve como objetivo estudar a influência dos estratos fisiográficos da zona litoral ativa e suas alterações sobre a distribuição e abundância da espécie Ocypode quadrata em praias do litoral paranaense, Brasil. Primeiramente foi estudada a influência dos estratos fisiográficos em uma praia de Pontal do Paraná com dois setores ligeiramente distintos (A: com dunas e B: sem dunas), nas marés de sizígia e quadratura. Em campo foram estabelecidos três blocos por setor onde se realizou as amostragens, sendo uma transecção para a determinação do perfil praial, outra para análise de cobertura, altura e composição da vegetação, cobertura de detrito, e três para a contagem e mensuração de tocas (ativas e inativas) por bloco. No setor A foram caracterizados cinco estratos: médiolitoral (ML), zona de detrito (DR), supralitoral (SP), duna frontal incipiente (DFI) e duna frontal estabelecida (DFE). No setor B, após o supralitoral, localizou-se a restinga (RE), acima de uma falésia. A abundância de tocas (ativas e inativas) foi maior no setor A do que no B e maior na maré de quadratura do que na sizígia, mesmo que sejam analisados apenas os estratos praiais. A distribuição das tocas ativas no setor A foi concentrada no SP e DFI, enquanto no setor B foi no SP e DR. A maioria das tocas inativas no setor A estiveram nas dunas, já no setor B ocorreram nos mesmos estratos que as ativas porém em menor intensidade. A fim de estudar o impacto da remoção de um estrato fisiográfico na abundância e distribuição de tocas de O. quadrata foram avaliadas três praias (CEM, Assenodi e Ipanema) de Pontal do Paraná em dois setores: Experimental, que diariamente sofria limpeza da linha de detrito, e Controle que foi mantido o aporte natural de detrito intacto. Nesses setores foram amostradas seis transecções que tiveram as tocas (ativas e inativas) de O. quadrata contadas e mensuradas, também em duas situações de maré. A ausência do estrato zona de detrito não afetou a abundância de tocas, pelos menos em curto prazo, embora quando a duna esteve presente, a retirada do detrito forçou a distribuição das tocas em direção contraria ao mar. Desta forma, a perda do ecossistema terrestre (duna) seria extremamente impactante as populações de Ocypode quadrata, visto que 35% da abundância de tocas estiveram distribuídas nesse ambiente. Podendo as alterações na distribuição dos caranguejos causadas pela retirada do detrito, serem drásticas quando realizada em longo prazo, alterando o input de recursos alimentares e desequilibrando o padrão de segregação espacial.
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