Análise econômica do manejo de baixo impacto em florestas tropicais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Timofeiczyk Junior, Romano
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1884/26784
Resumo: Este estudo teve o objetivo de analisar a estrutura de custos e a rentabilidade econômica em escala empresarial do manejo de baixo impacto em florestas tropicais em dois ciclos de produção. Os dados foram obtidos em uma fazenda situada no município de Marcelândia, Estado do Mato Grosso, que explora a floresta tropical sob regime de manejo e comercializa as toras para indústrias de região. Foram processadas as informações operacionais de janeiro de 2000 a maio de 2003, e obtidos dados em órgãos ambientais, associações de classes e empresas de consultoria do Estado. Os resultados demonstraram elevação dos custos variáveis de R$39,56m3 para R$43,09/m3 ao longo do primeiro ciclo em função da implantação dos tratos silviculturais, com o custo fixo permanecendo em R$22,62/m3 No segundo ciclo, ocorreu redução no custo total em razão do aumento da produtividade para 15m3/ha e da eliminação de operações das atividades préexploratórias e exploratórias, com o custo variável passando para R$30,69 e o custo fixo para R$18,1 O/m3. Dos componentes do custo fixo, o custo administrativo é o mais elevado, representando 26,2% do custo total, ou R$16,27/m3. Dos custos variáveis, a atividade exploratória é a mais onerosa, custando R$22,33/m3, dos quais R$12,92/m3 são consumidos pela abertura de estradas e o arraste. Ao considerar os custo de oportunidade da terra, o custo fixo assumiu a maior parcela dos custos totais, com R$45,99/m3 no primeiro ciclo e R$34,37/m3 no segundo ciclo. Os indicadores econômico-financeiros mostraram-se baixos em todos as situações analisadas, com os menores valores ocorrendo no primeiro ciclo e nas situações onde foram realizados os tratos silviculturais, porém, no segundo ciclo os valores elevaram-se e foram maiores onde ocorreram tais tratos. Ao desconsiderar o investimento em terra, ocorreu um aumento significativo dos índices econômicofinanceiros em todas as situações no primeiro ciclo, com elevação mais acentuada a partir do segundo ciclo. As espécies destinadas para laminação apresentaram indicadores negativos no primeiro ciclo, e uma pequena elevação no segundo. As espécies para serraria apresentaram valores maiores, mas muito aquém do ideal, se considerada a Taxa Mínima de Atratividade de 12% ao ano. Dessas espécies, a itaúba teve a maior rentabilidade. A simulação do investimento na atividade de manejo em todos os cenários analisados mostrou valores da TIR variando de 0,97% a 3,77% e VPL variando de -R$10.993.508 a -R$43.139.242. Entretanto, ao se desconsiderar o investimento em terra, os valores da TIR variaram de 12,68% a 26,23% e o VPL variou de R$210.240 a R$4.274.460. Os resultados do trabalho demonstram que a grande dificuldade para a implementação do manejo não diz respeito aos custos operacionais para a sua execução. Os baixos preços da madeira tropical, em função da oferta abundante oriunda da conversão da floresta para outros usos e do desmatamento clandestino, falta de fiscalização eficiente e a necessidade de aquisição de extensas áreas para desenvolver o manejo desestimula o investimento de capital privado nessa atividade. Para reverter este quadro, uma das estratégias a ser adotada é a criação de políticas de concessão florestal que permita empresas privadas explorarem as florestas públicas sob controle do estado.
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