Arte e contestação : uma interpretação relacional das artes plásticas nos anos de chumbo- 1968-1973

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Artur, 1975-
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/29704
Resumo: Orientadora : Marionilde Brephol de Magalhaes
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spelling Freitas, Artur, 1975-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em HistóriaMagalhães, Marion Brepohl de, 1956-2020-06-19T21:02:37Z2020-06-19T21:02:37Z2003https://hdl.handle.net/1884/29704Orientadora : Marionilde Brephol de MagalhaesDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em HistóriaResumo: As vanguardas, em sentido estrito, surgiram como contrapartida ao processo moderno em que a arte, ao autonomizar-se simbólica e socialmente, cristalizavase em instituição. Certas especificidades dessa vanguarda stricto sensu, via de regras surgidas nas primeiras décadas do século XX, são teleologicamente resgatadas pelas novas vanguardas dos anos sessenta e setenta, sobretudo nos grandes centros urbanos ocidentais, fundindo velhas críticas institucionais aos debates estético-ideológicos dos novos tempos. À argumentação de Greenberg, somavam-se os problemas da cultura de massa, da Guerra Fria, das Novas Esquerdas, do poder do mercado e do autoritarismo político latino-americano. Nessa conjuntura, durante o Regime Militar brasileiro (1964-1985), a produção cultural do país mantém um diálogo próximo com os problemas sócio-políticos nacionais e mundiais, constituindo um excelente laboratório à pesquisa das relações entre arte e esfera pública. Sujeito às intensas transformações do período, que vão da censura à expansão da indústria cultural, o campo artístico passa a comportar algumas contradições: de um lado, autocentra-se ainda mais, com linguagens mais restritas e com o fortalecimento de suas instituições, e de outro, abre certos espaços à fusão entre a crítica política e o gesto antiinstitucional das vanguardas. Quanto a essa fusão, no entanto, certos limites se impõem, uma vez que a impossibilidade de intervenção social efetiva leva ao reforço de certas práticas transgressoras sob o ritual ainda artístico da contestação - categoria central dessa pesquisa. Partindo desses problemas, essa dissertação se propôs à caracterização de certas particularidades da contestação artística com base na análise de algumas obras que circularam no Salão Paranaense entre 1968 e 1973. À exceção do primeiro capítulo, introdutório, os demais centralizam-se cada qual numa obra de arte principal - premiada ou selecionada naquele Salão - , em torno da qual as demais fontes - textuais ou iconográficas - são articuladas, sugerindo novas interpretações. No capítulo "Movimento estudantil", destaca-se a obra Movimento estudantil, de Antonio Manuel, vista à luz das neovanguardas e das manifestações sociais do tumultuado ano de 1968. No capítulo "Massa e banana", duas obras são analisadas: Brasiliana, de Antonio Henrique Amaral, e os Objetos caipiras, de João Osório, dentro de certas considerações sobre cultura artística e cultura de massa. No último capítulo, "Representações em 1973", vemos duas obras premiadas que apresentam questões específicas à situação da arte em meio tanto aos produtos midiáticos do milagre econômico, quanto às mazelas dos piores anos de repressão. As obras Realmente, de Danúbio Gonçalves, e Ferro fere, de Carlos Zílio, contrapostas em suas contradições, condensam importantes limites históricos da contestação. Em linhas gerais, portanto, conclui-se que a contestação, entendida como teatralização artística do gesto transgressor, consiste num dos efetivos limiares éticos do estético, uma vez que fora dos limites máximos impostos pelos rituais da contestação - onde a violência impera - de fato, não há arte. Por fim, quanto à abordagem teórico-metodológica adotada, ela é de ordem relacionai, intermediária às questões da sociologia, da estética e da própria história da arte, abordagem que procura entender a obra de arte em suas interconexões com os demais aspectos da cultura, sobretudo com o da própria cultura artística.Abstract: The vanguards, in strict sense, have appeared as opposition to the modern process in wich art, getting its autonomy symbolic and socially, had been strengthened as institution. Some specifications of these vanguards stricto sensu, in fact appeared at the first decades of 20th century, and they had been recovered by the new vanguards on the sixties and seventies, above all on the ocidental's big urban center, fusing the old fashioned institutional criticism to the new time's aestethic-ideologic debates. To the Greenberg's line of argument, it was added up the mass culture's problem, the Cold War, the new left-wings, the market power and latin-american policy authoritarianism. In this situation, during the brasilian Military Regime (1964-1985), the country's cultural production keeps a close dialogue with the national and world-wide political-social's problems, stablishing an excellent laboratory to research the relationship between art and public sphere. Submited to the period of intense tranformation, wich covers from the censorship to the cultural industry's expansion, the artistic field as a result starts showing some contraditions, for exemple: on the one hand it concentrates more and more in itself with more specific languages and with the strength of its institutions, on the other hand it becomes more open to the fusion between the political criticism and the vanguards's anti-institutional gesture. About this fusion, although, it imposes certain limits, once that the impossibility of effective social intervention leads to reinforcement of certain transgressiors practises, on ritual still artistic of the contestation: central category of this research. From these problems this dissertation is supposed to give some characterization of certain artistic contestation singularities based on the analysis of some works of art wich circulated on Salão Paranaense (Paranaense Salon) from the year of 1968 to 1973. Apart of the first chapter that is introdution, the others were centralized each one in a specifical work of art - some were awarded or just selected to the Salon - around to wich the other soucers - as texts or iconographies - are articulated to make possible new interpretations. On "Movimento estudantil" (Student's movement) chapter it is emphasized the work of art made by Antonio Manuel, Movimento estudantil, wich is analyzed on the influence of new vanguards as well as the social manifestations of the tumultuous year of 1968. On the chapter "Massa e banana" (Mass and Banana) , two others works of art were analysed, Brasiliana, made by Antonio Henrique Amaral, and Objetos caipiras (Folk's objects), made by João Osorio, into certain considerations about artistic and mass culture. On the last chapter "Representações em 1973" ("Representations in 1973"), we see two awarded works of art wich show specific issues about art surrounded by mediatic products of brasilian economic miracle as much as the troubles of the worst years of repression. The works of art, "Realmente" (Actually) made by Danúbio Gonçalves, and "Ferro fere" (Iron harms) made by Carlos Zilio compared the one against the other in their contradictions, both works condense historic limit of contestation. Therefore it was concluded that contestation, understood as artistic dramatization of transgressor gesture, consists in one of effective ethical threshold of aesthetic, once beyond these maximum limits imposed by the ritual contestation- where violence governs - there is not art indeed. At last, about the theoretical-methodology approach adopted in the present text, it is in the relational order, intermediary to the sociology, aesthetic and art history issues. This approach aims to understand work of art and its interchange of culture's features and above all with artistic culture itself.217f. : il. colr.application/pdfPolítica na arteArte e EstadoArte e revoluçõesGoverno militar - BrasilArte - ParanáDissertações - HistóriaArte e contestação : uma interpretação relacional das artes plásticas nos anos de chumbo- 1968-1973info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALD - ARTUR FREITAS.pdfapplication/pdf18479099https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29704/1/D%20-%20ARTUR%20FREITAS.pdf5e84cec20fb14a30e0d93843b752bcccMD51open accessTEXTD - ARTUR FREITAS.pdf.txtExtracted Texttext/plain550440https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29704/2/D%20-%20ARTUR%20FREITAS.pdf.txt06cc1c9b803c2f9ba9d0a044b13a8f5aMD52open accessTHUMBNAILD - ARTUR FREITAS.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1185https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/29704/3/D%20-%20ARTUR%20FREITAS.pdf.jpge2fd69e98e7212f125ed729d7ef53db2MD53open access1884/297042020-06-19 18:02:37.788open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/29704Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082020-06-19T21:02:37Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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