A imprensa como inimiga : o discurso da Presidência da República em 2019 e 2020
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1884/79817 |
Resumo: | Orientadora: Profª. Drª. Maria Cleci Venturini |
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Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em LetrasVenturini, Maria CleciRibas, Ellen Taborda2022-11-01T12:27:01Z2022-11-01T12:27:01Z2022https://hdl.handle.net/1884/79817Orientadora: Profª. Drª. Maria Cleci VenturiniDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 17/08/2022Inclui referências: p. 133-141Resumo: Eleito em um regime democrático, por eleições diretas, o 38º presidente da República trouxe para o discurso do Poder Executivo memórias da ditadura militar (1964-85), acompanhadas de ataques sistemáticos e diretos a jornalistas e veículos de comunicação, com comentários de desmoralização do trabalho da imprensa, ameaças e linguagem vulgar. Esta dissertação tem como objetivo compreender o funcionamento do discurso do presidente da República sobre a imprensa nos anos 2019 e 2020, no Brasil. A questão de pesquisa é: como se materializa o imaginário da imprensa como inimiga no discurso do governo Bolsonaro? Para responder a essa questão, são mobilizados os dispositivos teórico-metodológicos da Análise de Discurso, fundada por Michel Pêcheux, na França, relida e transformada por Eni Orlandi, no Brasil. A rede conceitual estrutura-se por conceitos como formação imaginária, ideologia, sujeito, lugar discursivo, pré-construído, memória discursiva, entre outros. O arquivo constituiu-se de materialidades discursivas que possibilitaram o recorte de um corpus, que sinaliza para uma construção imaginária maniqueísta, que concebe o mundo de maneira dual, no embate do bem contra o mal. Esse funcionamento discursivo silencia os efeitos de sentidos possíveis entre esses dois extremos. No conjunto de projeções, tem-se, de um lado, o presidente vítima, salvador do povo, portador da verdade, messias, corajoso; de outro, a imprensa: inimiga, conspiratória, mentirosa, covarde. Como a contradição é constitutiva do discurso, o jogo das formações imaginárias apresenta opostos conflitantes: o presidente como autoritário, em discursos pelos quais ressoam, pela memória discursiva, os crimes cometidos pela ditadura militar (1964-1985), e também como democrata, vítima de uma imprensa projetada pela divisão entre o mal e o bem. No discurso em análise, a imprensa e as mídias sociais são tratadas como sinonímicas, apagando-se as diferenças entre esses meios, que têm práticas e funcionamentos distintos. Ao utilizar-se dessa estratégia discursiva, o chefe do Executivo, ao mesmo tempo em que deslegitima o jornalismo, produz efeito de sentido de confiabilidade às redes sociais que divulgam fake news a favor do governo.Abstract: Elected in a democratic regime, through direct elections, the 38th president of the Republic brought to the Executive Power's discourse memories of the military dictatorship (1964-85), accompanied by systematic and direct attacks on journalists and communication vehicles, with comments demoralizing the press work, threats and vulgar language. This dissertation aims to understand the functioning of the President of the Republic's discourse about the press in the years 2019 and 2020, in Brazil. The research question is: how does the imaginary of the press as an enemy materialize in the Bolsonaro government's speech? To answer this question, the theoretical-methodological devices of Discourse Analysis, founded by Michel Pêcheux, in France, reread and transformed by Eni Orlandi, in Brazil, are mobilized. The conceptual network is structured by concepts such as imaginary formation, ideology, subject, discursive place, pre-constructed, discursive memory, among others. The archive has been constituted of discursive materialities that made it possible to cut a corpus, signaling a Manichean imaginary construction, which conceives the world in a dual way, in the confrontation of good against evil. This discursive functioning silences the possible meaning’s effects between these two extremes. In the set of projections, there is, on the one hand, the president as victim, savior of the people, truth bearer, messiah, courageous; on the other, the press: enemy, conspirator, liar, coward. As the contradiction is constitutive of the discourse, the game of imaginary formations presents conflicting opposites: the president as authoritarian, in discourses through which the crimes committed by the military dictatorship (1964-1985) resonate through discursive memory, also as a democrat, victim of a press which is projected by the division between evil and good. In the discourse under analysis, the press and social media are treated as synonyms, erasing the differences between these media, which have different practices and functionings. By using this discursive strategy, the Chief Executive, while delegitimizing journalism, produces a meaning effect of reliability on social media that disseminate fake news in favor of the government.1 recurso online : PDF.application/pdfImprensaRedes sociais on-lineMemóriaLetrasA imprensa como inimiga : o discurso da Presidência da República em 2019 e 2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - ELLEN TABORDA RIBAS.pdfapplication/pdf2316438https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/79817/1/R%20-%20D%20-%20ELLEN%20TABORDA%20RIBAS.pdf53d76a382c83bc516bfc16cd682d7ab2MD51open access1884/798172022-11-01 09:27:02.034open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/79817Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-11-01T12:27:02Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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