Uso da CALENDULA OFFICINALIS na prevenção e tratamento de radiodermite em cabeça e pescoço
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/30079 |
Resumo: | Resumo: Um dos efeitos adversos mais comuns do tratamento radioterápico é a radiodermite/radiodermatite, o qual é definida como um conjunto de lesões cutâneas provocadas por uma exposição excessiva à radiação ionizante; é considerada uma queimadura complexa que ocorre das estruturas internas às externas, levando à desidratação da pele, ocasionando algumas vezes complicações graves. A graduação de toxicidade da pele do paciente varia em uma escala de 0 a 4, conforme critérios do Radiation Therapy Oncology Group (RTOG). As indicações do que utilizar nas radiodermites dependerá do grau de toxicidade, da avaliação do enfermeiro e da aplicabilidade de cada produto. Realizou-se um ensaio clínico randomizado duplo cego com o objetivo geral de avaliar a eficácia da Calendula officinalis em relação aos ácidos graxos essenciais (AGE) na prevenção e tratamento de radiodermite. Foram incluídos 60 participantes com câncer de cabeça e pescoço em tratamento radioterápico (Cobalto-60) em um hospital de referência em oncologia na cidade de Curitiba/PR, 32 no grupo controle (uso tópico de AGE) e 28 no grupo experimental (uso tópico de Calêndula). Os participantes foram avaliados a cada cinco dias, do início ao fim e após 30 dias do término da radioterapia. Houve predomínio de participantes do sexo masculino, de raça branca, com ensino fundamental, de renda familiar de 1 a 2 salários mínimos, agricultores, com câncer de laringe ou faringe e em estágio avançado da doença. A maioria dos participantes de ambos os grupos apresentou histórico de exposição solar, tabagismo e etilismo, sendo muito frequente a associação do fumo e do álcool. Os participantes do estudo acompanhados do início ao término do tratamento apresentaram alterações significativas de perda de peso corporal (Grupo AGE: Pvalor = 0,0059 e Grupo Calêndula: P-valor = 0,0060). Identificaram-se achados clínicos relacionados ao sistema gastrointestinal, tais como disfagia, xerostomia, mucosite, perda do apetite, entre outros, em ambos os grupos. O período de maior incidência de radiodermite ocorreu do 15° ao 25° dia de tratamento nos dois grupos, entretanto o Grupo AGE desenvolveu a radiodermite em um período anterior ao Grupo Calêndula. O Grupo AGE obteve maiores incidências de radiodermite grau 1 e 2 e o Grupo Calêndula apresentou o grau 1 na maioria dos participantes. Houve evidência estatística significativa (P-valor = 0,0120) de que a proporção de radiodermite grau 2 no Grupo AGE foi superior ao Grupo Calêndula. Houve predomínio de tratamento radioterápico concomitantemente com quimioterapia em ambos os grupos do estudo, o qual o Grupo AGE apresentou radiodermite em um período anterior e em grau 2 e o Grupo Calêndula apresentou o grau 1, com significância estatística entre os grupos e graduações (P-valor = 0,0179). Com a curva de Kaplan-Meier constatou-se que o risco de apresentar radiodermite grau 1 é maior no Grupo AGE quando confrontado com o Grupo Calêndula (P-valor = 0,00402). Relatos de alívio (Grupo AGE) e frescor (Grupo Calêndula) na utilização do produto foram identificados, entre outros. Conclui-se que o Grupo Calêndula exibiu melhor resposta terapêutica ao experimento, o que sugere maior eficácia, entretanto, a consolidação de mais estudos sobre o tema é necessária. |
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